sábado, 4 de junho de 2022

uma música para o fim de semana - Blackbird Sing (Myles Sanko)


Faz hoje uma semana estive no Theatro Circo, em Braga, para ouvir pela segunda vez Myles Sanko.
primeira vez que o ouvi foi em Janeiro de 2018 quando estava a apresentar o seu trabalho Just Being Me.

Não desiludiu. Senhor de uma voz elegante e distinta. Boa onda musicalmente e em palco, boa comunicação e interacção com o público. A ultrapassar barreira tradicional de audiência e cantor, puxando, incentivando à dança, ao levantar das cadeiras. Ligou os dois álbuns e fez um cover fantástico do tema de Ain't no Sunshine de Bill Withers, onde todos os instrumentos tiveram oportunidade para improvisar e brilhar em palco e que infelizmente não consta do álbum.
Apenas um senão. Foi "forreta", só deu um encore apesar dos insistentes pedidos para um segundo.

Comparando este álbum, Memories of Love com o Just Being Me, prefiro claramente este. Mais bem trabalhado ao nível dos instrumentos, sonoridades mais bem conseguidas (a flauta quando entra em cena é maravilhosa) menos óbvio e orelhudo.
Não é muito divulgado nas playlists das nossas rádios, o que é uma pena porque é uma grande voz do soul actual.

Para este fim de semana, a música que proponho é o tema de fecha o álbum: Blackbird Sing.


Bom fim de semana 😉🎵





I’ll sit right here 
Until the end of your song 
Take your time my dear 
And know you’re not alone

Sing blackbird sing 
Sing blackbird sing
Sing back our memories of love 
Sing blackbird sing

Oh I hope that life 
Will be often kind to you
Get through love friend 
No matter what you do

Come on and
Sing blackbird sing 
Sing blackbird sing 
Sing back our memories of love 
Sing blackbird sing

Now we say goodbye 
And go our separate ways
Know when you return 
You’ll have my time again 

Sing blackbird sing 
Sing blackbird sing
Sing back our memories of love 
Sing blackbird sing

Life has taken a toll on me 
And my dreams seem far awa
Something heavy is weighing on my mind 
On this cold beautiful winters day

Life has taken a toll on me 
And my dreams seem far away 
Something heavy is weighing on my mind 
On this cold beautiful winters day







massacre da Praça Tiananmen - China, 33 anos e milhares de mortos depois


A 4 de Junho de 1989, na Praça Tiananmen em Pequim, sob a presidência de Deng Xiaoping, tanques militares marcharam sobre milhares de pessoas pro-democracia. Militares dispararam indiscriminadamente sobre os manifestantes, assassinando-os cegamente.
Até hoje, 33 anos depois ainda não se sabe qual quantos milhares de protestantes terão morrido no massacre desta praça. Houve um número indeterminado de presos cujo destino ainda permanece desconhecido. A recolha das vítimas foi feita por buldózeres.

Activamente, a China tem procurado apagar todas as memórias de um dos acontecimentos mais tristes e violentos da década de oitenta.
Memoriais erigidos foram desmantelados, fotografias e memórias apagadas, notícias e textos jornalísticos eliminados e adulterados.
As famílias têm dificuldade em visitar, são impedidas de encontrar os túmulos dos seus mortos.
Muitos têm as suas campas não identificadas.

Trinta e três anos depois a China continua a ser totalitária, longe da democracia, sem liberdade de expressão pessoal e de imprensa, e tem uma das formas mais selvagens de capitalismo: o comunista.

Para que o mundo, e particularmente a China, jamais esqueça os milhares de mortos nesse dia, no massacre da Praça Tiananmen no dia 4 de Junho 1989.







quinta-feira, 2 de junho de 2022

quando acordarmos já é tarde


Para muitos ainda estamos no laranja. A dúvida se as alterações climáticas que estão em curso terão sido ou não causadas pelo ser humano ainda persiste.
Na verdade estamos no início do "oops". Pessoalmente, já é tarde para reverter estas alterações. Ou seja, em pouco tempo, um par de décadas, estaremos merecidamente no amarelo "fuck". Como quem diz, estamos (bem) fodidos.







 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

dia mundial da Criança


A maior parte de nós sabe disto mas prefere ignorar.
Por todo o sudeste asiático, China e África, milhões de crianças trabalham em condições desumanas na indústria das roupas e moda. Elas tornam-na barata e permite lucros generosos às marcas de roupa.

Não é só no processo de fabrico que a exploração acontece. 
70% das roupas que descartamos porque estão fora de moda, pertencem a colecções antigas ou porque deixaram de nos servir, acabam na África Subsaariana. Principalmente no Gana. O volume de roupa é tal que se acumula nas praias, em gigantescas lixeira que são procuradas por aqueles que vivem miseravelmente. Muitas delas crianças. 

Cinicamente, é sabendo disto que usamos como desculpa para aliviar as nossas consciências e justificar os nossos actos consumistas. Esquecemos que a roupa descartada e acumulada neste países são fonte de doenças, poluem águas, poluem tudo e todos com os produtos tóxicos que dela se liberta.
As crianças são exploradas no esforço não só do fabrico, mas também no aproveitamento daquilo que o ocidente considera como lixo.









terça-feira, 31 de maio de 2022

incompreensível


Num país que pura e simplesmente quer proibir o direito ao aborto, pela defesa da vida e dos seus direitos fundamentais, em contrapartida, defende com unhas e dentes o direito constitucional da posse de arma.
Aos 18 anos qualquer um pode comprar armas e munições sem que ninguém lhe faça perguntas.

Em 2021 foram registados cerca de 700 tiroteios em escolas. Estes causaram cerca de 1560 mortes de criança e mais de 4100 feridos. Este ano, 2022, já são cerca de duzentos tiroteios com cerca de 650 mortes de menores e praticamente 1600 feridos.
O tiroteio deste mês em Uvalde matou 21 pessoas. 19 alunos e duas professoras.
O loby das armas (NRA) defende que em vez de aumentar o controlo de aquisição de armas, devem ser instalados detectores de metais, e os professores e seguranças andar armados para além que as portas das escolas devem estar... fechadas!
Nos Estados Unidos, a defesa vida mede-se pelo valor das armas.

Este cartoon espelha a realidade das casas americanas. Onde o acesso às armas é mais fácil que o acesso à cultura. Quem já lidou com o americano médio sabe que estes conseguem ser culturalmente nulos.
Preciso não esquecer que mais de 10% dos norte-americanos pensa que o leite com chocolate vem das vacas castanhas... Sim, isto é mesmo verdade.

Trump - o tal que recomendou beber lixívia para combater o Covid 19 - e Ted Cruz, e respectivo séquito incluindo o governador do Texas, Greg Abbott, conseguem fazer parecer portas e botas da tropa inteligentes.