O certo é que Roald Amundsen se tivesse seguido o desejo de sua mãe, teria sido médico, mas com a sua morte, Amundsen dedicou-se a aquilo que era o seu apelo desde pequeno, explorar as regiões polares.
Experiente em expedições em ambas a regiões polares, nomeadamente através da participação da expedição belga de exploração da costa antártica que o levaria a passar um inverno no círculo polar antártico e da descoberta na sua expedição de 1903-1905 da Passagem do Noroeste com o veleiro Gjoa, que une a norte do continente americano, os oceanos Pacifico e Atlântico e onde aprenderia com os esquimós locais a usar trenós de cães e técnicas de sobrevivência polares, Amundsen lança-se na conquista de uma das suas maiores ambições: ser o primeiro a chegar ao Polo Norte.
A meio dos seus preparativos da expedição soube que Robert Peary e Frederick Cook tinham anunciado e reclamado para si próprios a conquista do Pólo Norte.
De imediato Amundsen virou a sua atenção para o lado oposto do planeta, o Pólo Sul.
Com dívidas e de maneira a manter os patrocínios já obtidos até à altura, Amundsen não revelou a sua verdadeira intenção, para todos os efeitos ele continuaria para o Polo Norte como uma viagem de âmbito científico.
Em Agosto, o veleiro Fram partia da Noruega, chegando em Setembro à ilha da Madeira, onde pararia durante alguns dias para reparações e abastecimentos.
Foi na Madeira, perante a sua tripulação que Amundsen revelaria pela primeira vez qual o seu verdadeiro destino. Poucas horas após o anúncio, o Fram partiria para o extremo sul do planeta.
Alguns meses depois, a 14 de Dezembro de 1911, utilizando trenós puxados por cães e esquis, Roald Amundsen e a sua equipa pisavam pela primeira vez o manto branco do Pólo Sul e deixavam uma tenda montada com a bandeira norueguesa no topo.
O britânico Robert Falcon Scott que estava com Amundsen numa corrida pela conquista do Pólo Sul, ao chegar cerca de cinco semanas depois e contemplar a tenda norueguesa terá escrito frustradamente no seu diário "Meu Deus, este lugar é horrível".
No interior da tenda encontravam-se equipamentos de orientação e roupa deixados pelo próprio Amundsen.
No regresso, a equipa inglesa enfrentou temperaturas muito baixas e grandes tempestades: Morreram famintos e congelados.
Em Novembro de 1912, os seus corpos foram encontrados. As últimas entradas no diário de Scott datavam de Março.
Roald Amundsen morreria a 18 de Junho de 1928, com 55 anos, no oceano Ártico, num acidente de hidroavião durante uma operação de resgate do explorador italiano Umberto Nobile.