sábado, 20 de agosto de 2011

uma música para o fim de semana - Resistência


O projecto Resistência surge no início da década de 1990 através do seu mentor Pedro Ayres de Magalhães. O seu primeiro álbum aparece em 1991 com o nome Palavras ao Vento.

Resistência era uma banda constituída por vários elementos com origens em outros grupos musicais.
O seu grande trunfo eram as vozes masculinas de Tim (Xutos & Pontapés), Olavo Bilac (Santos & Pecadores) e Miguel Ângelo (Delfins).
Tocavam e revisitavam músicas de cada um dos grupos originais dos seus músicos. Tinham por objectivo valorizar a voz como instrumento principal numa envolvência musical acústica. Eram portanto muito genuínos a tocar.

Existem dois temas de bandeira dos Resistência para mim. Um é a Marcha dos Desalinhados e outro é Nasce Selvagem.
Apesar de ambos os temas já existirem na discografia dos Delfins, é através dos Resistência que eles se popularizam.

Destes dois escolho o primeiro deles para "uma música para o fim de semana".






sexta-feira, 19 de agosto de 2011

dia mundial da Fotografia 2011 - Steve McCurry


Há um ano, exactamente no Dia Mundial da Fotografia de 2010 colocava este post com uma fotografia de Sebastião Salgado.

Sebastião Salgado é um grande senhor da fotografia. Considero-o com um dos fotógrafos mais completos e perfeitos que conheço.
Os seus livro temáticos sobre o Trabalho (tenho este) e um outro dedicado a África (que conheço muito bem) ilustram na perfeição a minha afirmação do parágrafo anterior.
Muitas das suas fotografias prendem o nosso olhar e espírito de uma forma muito intensa.

Por vezes enquanto se vai folheando os seus livros, tentamos voltar atrás e reencontrar aquela fotografia, aquela imagem que ainda baila na nossa memória, que vimos há poucos minutos mas que já deixa saudades.

Este ano escolhi outro fotógrafo de minha eleição. Que tem igualmente o mesmo poder, maior diria, de desejar o reencontro, e que é um Deus da fotografia: Steve McCurry.
Pessoalmente penso que McCurry fotografa pessoas, rostos e os seus olhos como ninguém - a fotografia de Sharbat Gula, a rapariga afegã é dele - talvez nem Sebastião Salgado atinja a sua perfeição.

Escolhi esta fotografia de Steve McCurry, um rosto de um ancião tibetano por razões óbvias. Pelos olhos penetrantes, pela saturação das cores e pela dignidade que dele emana.
Dá vontade de ler o seu rosto. Aquelas rugas têm muito poder, muita história para contar, segredos para revelar. Lenta e inexoravelmente, a experiência de vida e a passagem do tempo traçaram nele os seus sulcos.
Por isso o rosto dos velhos, as suas rugas, atraem-me fortemente. São sempre rostos belos, nobres e plenos de fascínio.
Se um rosto jovem tem a beleza da juventude, um rosto envelhecido tem a beleza e a marca do tempo, da vida vivida e da sabedoria acumulada.

Como não tive o privilégio de falar com este ancião, ponho-me a adivinhar o que uma conversa com ele poderia trazer, que conselhos eu poderia ouvir, que lições me seriam dadas.
Sou capaz de olhar esta fotografia tempos infindos e regressar a ela vezes sem conta.

É este o poder da fotografia de McCurry. Emocionar-nos, agarrar-nos a ela. Com unhas e dentes.


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Grande Ecrã - Planeta dos Macacos: A Origem


É um filme que vive claramente dos efeitos especiais. São do mais alto nível e são eles que comandam o filme.
Um dos melhores momentos do filme pertence-lhes. Não particularmente pela dinâmica da acção, mas pela sua qualidade.
É a "invasão" da ponte Golden Gate (cidade de São Francisco) por parte dos símios revoltados, que é magistral nos efeitos, sabendo até a pouco. Mais uns minutitos e não se perdia nada.

Mas existe um pecado mortal no filme Planeta dos Macacos: A Origem.


A equipa de efeitos especiais (Weta Digital) não resistiu ao apelo de humanizar demasiadamente os chimpanzés. Particularmente as suas feições.
Não conseguimos abstrair que na verdade não estamos a ver um símio, mas sim quase um humano. Uma versão rude e inacabada de nós próprios.

Tenho por referência - e comparação - um outro primata criado igualmente pela Weta Digital, King Kong.
É impossível não ter uma identificação e afeição enorme por este animal, sem no entanto nos esquecermos nem por um instante que ele é genuinamente um gorila.
Quem viu King Kong certamente que percebe o que pretendo transmitir com esta comparação.

James Franco é neutro como no seu papel do cientista Will Rodman. Está longe da excelência de 127 Horas.
Com o pretexto de encontrar uma cura para a doença de Alzheimer é ele que desenvolve a fórmula que ao ser testada em chimpanzés irá proporcionar a estes uma inteligência igual à humana.

César, o chimpanzé protegido por Will Rodman que ao longo do filme o vemos a crescer e a evoluir, é o melhor do filme.
É ele que consegue em determinados momentos atrair a nossa simpatia. Particularmente no momento em que é capturado e levado para um centro de recolha de símios. E vamos progressivamente assistir ao nascer da raiva que o tornará líder da revolta que os irá libertar.

Freida Pinto no papel de namorada de Will é praticamente inexistente e John Lithgow enquanto pai do mesmo e que sofre da doença de Alzheimer fica uns furos acima de Freida mas sem no entanto convencer.

O argumento é linear e simples. Consegue ser verosímil sem exigir muita atenção do espectador.
E para quem viu os vários Planetas dos Macacos que foram surgindo no cinema - a primeira versão data de 1968 -  fica com a clara sensação que os macacos dominaram a humanidade pela sua tecnologia e inteligência.
Mas não. Os símios ganharam ascendência e tornaram-se a raça dominante no planeta, apenas porque os humanos quiseram brincar aos Deuses e pagaram o supremo preço: a sua própria extinção.







terça-feira, 16 de agosto de 2011

aconteceu em Cuba


Pergunta: como é que um homossexual se casa num país, como Cuba, que proíbe o casamento homossexual?
Resposta: casando-se com uma transexual!

Wendy Iriepa é uma transexual de 37 anos - nasceu Alexis e fez uma cirurgia de mudança de sexo em 2007 -  enquanto o noivo e agora marido Ignácio Estrada é homossexual de 31 anos.




Casaram-se em Havana, simbolicamente a 13 de Agosto, dia de nascimento de Fidel Castro.
Ambos apareceram no casamento vestidos de branco e naturalmente que para a noiva Wendy este "foi o dia mais feliz da minha vida".

É com sinais assim que se mudam os tempos. E depois as mentalidades.