sábado, 31 de dezembro de 2016

uma música para o fim de semana - Leonard Cohen


Now in Vienna there's ten pretty women
There's a shoulder where Death comes to cry
There's a lobby with nine hundred windows
There's a tree where the doves go to die
There's a piece that was torn from the morning
And it hangs in the Gallery of Frost


No início foram os versos. Estranhos, enigmáticos, diferentes, tinham vida própria, eram independentes. Depois foi a voz. Rouca, melancólica, fascinante e tal como os versos que cantava, também continha algo de misterioso. O canadiano Leonard Cohen tem uma daquelas vozes inconfundíveis, únicas, reconhecíveis de imediato. 

A sua presença em palco é discreta, tímida, até. Sempre de casaco preto e panamá na cabeça. O palco parece sempre grande demais como quando uma filha de quatro anos que calça os sapatos da sua mãe.
Mas a sua voz preenche-o na perfeição e o nosso peito também.

Começou tarde na música aos 34 anos. Como escritor ainda não tinha tido grande sucesso. Tinha 22 anos quando publica o seu primeiro livro de poesias, que passa quase despercebido nos escaparates das livrarias.
A primeira grande volta da sua vida é dada em 1960. Vai viver para a ilha grega Hydra. Passa seis anos aqui.
Dá um tempo a sim mesmo e recomeça a escrever e com bastante sucesso e reconhecimento. Vários livros de poemas e dois romances são publicados durante a sua estadia: Favourite Game e Beautiful Loosers.
Na sua estadia na ilha grega conhece o amor e a musa da sua vida: a norueguesa Marianne Inhlen.
O cantor de sorriso afável afirmaria que seria a mulher mais bonita que encontrou na sua vida. Marianne tinha acabado de sair de uma relação de vários anos com o escritor norueguês Axel Jensen. Entre os dois a química estabelece-se rapidamente.
Leonard Cohen dedica-lhe a canção, talvez a mais famosa de toda a sua carreira: So Long Marianne. Foi logo no primeiro álbum que editou, o Songs of Leonard Cohen de 1967.

Após anos mergulhado, drogas e sexo, entre 1994 e 1999 , Cohen tira uma licença sabática e retira-se para um mosteiro budista. Em Agosto de 1996 é ordenado como monge budista zen. É-lhe atribuído o nome Jikan, o Silencioso. Irónico para alguém que preenchia o vazio a cantar.
O peso da depressão estava ainda elevada, algo que o canadiano nunca conseguiu aliviar.


Marianne morreu em Julho deste ano. Cohen respondeu que brevemente se iria juntar a ela e que se haveriam de encontrar ao longo do caminho.
Foi o que aconteceu quatro meses depois, no dia sete de Novembro, aos 82 anos.

Quando se soube que Bob Dylan tinha ganho o prémio Nobel da Literatura de 2016, Cohen declarou que era como "dar uma medalha ao monte Everest por ser mais a montanha mais alta".
Entre o pessoal das montanhas diz-se que escalar o Everest tornamo-nos alpinistas para o mundo inteiro, mas escalar o K2 é tornarmo-nos alpinistas entre os alpinistas...
Sou dos que pensam que o bardo canadiano é o primeiro entre primeiros. 


A última música para o último fim de semana de 2016, é uma homenagem a Leonard Cohen. É a música que sempre me fascinou e cujos primeiros versos encabeçam este post. O seu título é Take This Waltz. Pertence a um dos álbuns que tenho dele e que comprei precisamente por causa dela e da sua letra. Chama-se I'm your Man.


Bom fim de semana e de caminho Feliz Ano 2017 🎉




Now in Vienna there are ten pretty women
There's a shoulder where Death comes to cry
There's a lobby with nine hundred windows
There's a tree where the doves go to die
There's a piece that was torn from the morning
And it hangs in the Gallery of Frost

Ay, Ay Ay Ay
Take this waltz, take this waltz
Take this waltz with the clamp on its jaws

Oh, I want you, I want you, I want you
On a chair with a dead magazine
In the cave at the tip of the lilly
In some hallway where love's never been
On a bed where the moon has been sweating
In a cry filled with footsteps and sand

Ay, Ay Ay Ay
Take this waltz, take this waltz
Take its broken waist in your hand

This waltz, this waltz, this waltz, this waltz
With its very own breath of brandy and Death
Dragging its tail in the sea

There's a concert hall in Vienna
Where your mouth had a thousand reviews
There's a bar where the boys have stopped talking
They've been sentenced to death by the blues
Ah, but who is it climbs to your picture
With a garland of freshly cut tears?

Ay, Ay Ay Ay
Take this waltz, take this waltz
Take this waltz, it's been dying for years

There's an attic where children are playing
Where I've got to lie down with you soon
In a dream of Hungarian lanterns
In the mist of some sweet afternoon
And I'll see what you've chained to your sorrow
All your sheep and your lillies of snow

Ay, Ay Ay Ay
Take this waltz, take this waltz
With its "I'll never forget you, you know!"

This waltz, this waltz, this waltz, this waltz
With its very own breath of brandy and Death
Dragging its tail in the sea

And I'll dance with you in Vienna
I'll be wearing a river's disguise
The hyacinth wild on my shoulder
My mouth on the dew of your thighs
And I'll bury my soul in a scrapbook
With the photographs there, and the moss
And I'll yield to the flood of your beauty
My cheap violin and my cross
And you'll carry me down on your dancing
To the pools that you lift on your wrist
Oh my love, oh my love
Take this waltz, take this waltz
It's yours now, it's all that there is


sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

agora a Pessoa do ano Escolhida pelos leitores da Time...


...ainda é mais sinistra que aquela que podia ser ter sido.

O que o idiota presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump se propõe fazer é assustador.
Fomentar o racismo, o segregacionismo, a secundarização da mulher, mandar abaixo o Obamacare, dar força e impulsionar o lobby do petróleo, desregular ainda mais a banca norte-americana, aproximar-se do czarista Putin que para além de ter invadido a Crimeia ucraniana ainda tem a cabeça a viver na antiga URSS e a cereja no topo de um tão amargo bolo, descredibilizar as alterações climáticas e os compromissos obtidos na cimeira do ambiente de dezembro de 2015 em Paris.

Isto é tão macabro, que há quem esteja à espera, na esperança que a Senhora do Manto Negro o venha buscar ainda antes de 2016 acabar.

Talvez seja uma mensagem subliminar por parte da Time, mas tomem atenção ao M sobre a cabeça do Trump(a)... 😈





quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

até podia ter sido a Pessoa do Ano da revista Time, mas não foi...





E não tiveram tempo para adicionar Alphonse Mouzon, um dos bateristas de uma das formações mais relevantes da história do jazz, os Weather Report, que tal como George Michael morreu no dia de Natal, e ainda Debbie Reynolds, a actriz de Singing in the Rain (Serenata à Chuva), um dos musicais mais amados da história do cinema.
Debbie Reynolds era a mãe de Carrie Fisher, e morreu no dia seguinte à morte da filha. 😮 



terça-feira, 27 de dezembro de 2016

série "vencedores" - Fernando Santos





Fernando Santos, o treinador da selecção nacional de futebol, foi eleito o melhor seleccionador do mundo.
Aos seus pés ficaram treinadores com nomes bem conhecidos da praça futebolística como Joachim Low, o seleccionador da Alemanha, Didier Deschamps da França e Antonio Conte da Itália.

O treinador da selecção da muito surpreendente, e divertida também, selecção islandesa, o sueco Lars Lagerbeck, ficou em segundo numa escolha que lhe rendeu 71 pontos contra os 199 do engenheiro electrotécnico do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.

Em Julho deste ano, Fernando Santos, levou a selecção nacional, pela primeira vez, a ganhar um campeonato europeu de futebol.

Muito bem 👍


Carrie Fisher (Outubro1956 - Dezembro de 2016)


Para os todos os warriors, hoje houve uma e triste perturbação na Força. Algo de terrível aconteceu, a Princesa Leia, também conhecida pelo seu nome verdadeiro, Carrie Fisher, morreu hoje.

Para muito de nós, os verdadeiros e genuínos filmes, serão sempre os primeiros três que foram lançados entre os anos de 1977 e 1983.
Estes três, foram os primeiros cronologicamente, mas na sequência da saga Star Wars, eles são os episódios quatro (Star Wars), cinco (O Império Contra-Ataca) e seis (O Regresso de Jedi).

A Princesa Leia está presente nestes três, não surge nos três episódios das prequelas I (A Ameaça Fantasma), II (o Ataque dos Clones) e III (A Vingança dos Sith) e surge para felicidade dos warriors, no episódio VII, o primeiro da trilogia de sequelas, (O Despertar da Força).

É no VII que a santíssima trindade das personagens do Stars Wars se junta de novo: Han Solo (Harrison Ford), Luke Skywalker (Mark Hamill) e Princesa Leia (Carrie Fisher).
Iremos encontrá-los de novo no episódio VIII, a estrear em Dezembro de 1917.
É a última chance de ver a Princesa Leia, ao vivo, no grande ecrã.

Quando Carrie Fisher surgiu pela primeira vez na Guerra das Estrelas, tinha 19 anos.
Calcula-se que sendo irmã gémea de Luke Skywalker a sua contagem de midi-chlorians, que mede a intensidade da relação com a Força, seja igual à dele, cerca de 15000.
Para referência, Darth Vader, o pai de Leia e Luke, é o que tem a contagem mais alta de midi-chlorians de todas as personagens da saga Star Wars com aproximadamente 28000.

Entretanto, faço minhas as palavras do mestre jedi Yoda:
- Triste eu estou.