Neste ano, Carlos Manuel de Marques Paião, Carlos Paião para o mundo, lançava o single Cinderela, que contava a história de Pedro e Cinderela.
É quase impossível não gostar desta canção e particularmente da sua letra, carregada de ternura, ingenuidade e esperança.
Esta era a maior qualidade de Carlos Paião, a capacidade de trazer para as suas letras a inocência do mundo e o lado positivo e divertido da vida. Os temas Pó de Arroz, Zero a Zero ou ainda Canção do Beijinho ilustram bem a jovialidade das suas letras.
Ele escreveria temas para Herman José, Amália Rodrigues e Cândida Branca Flor, entre muitos outros nomes da música portuguesa.
Quatro anos mais tarde, a 26 de Agosto de 1988, Carlos Paião encontraria a morte num violento acidente de carro na A1.
A sua morte daria origem a um mito que ainda hoje é discutido e que lhe confere uma aura de mistério. Mesmo tendo em atenção a violência da colisão e a realização da sua autópsia, diz-se que ele foi enterrado vivo, porque haveria marcas de unhas na parte de cima do interior do caixão e que teria o corpo virado para baixo.
O facto é que Carlos Paião deve ser o artista português que mais saudades deixou e um dos mais relembrados pelo público português.
Pessoalmente, considero Cinderela uma das melhores canções que a música portuguesa tem na sua história.
Ou ela não falasse de Pedro, o tal que tem tesouros para repartir e já andou na lua no meio da rua. :)