sábado, 30 de setembro de 2017

uma música para o fim de semana - Mão Morta


Estão quase a passar 25 anos sobre o seu lançamento. Budapeste é o expoente máximo deste álbum.
Os Mão Morta apenas eram conhecidos num meio mais underground. mas com o álbum Mutantes S.21, lançado em Dezembro de 1992, mostraram ao grande público que existiam. Para muitos, e para mim, os Mão Morta começaram nesta altura.

Adolfo Augusto Martins da Cruz Morais de Macedo, para além, de músico, escritor e poeta, era advogado de profissão na área ambiental, mostrava ao país quanto a sua voz era rouca e cavernosa.
Como seis nomes era uma chatice e musicalmente pouco apelativo, chamavam-lhe Adolfo Luxúria Canibal.


Bom fim de semana ☺




Cá vou eu no meu Traby
De bar em bar a aviar
Sempre a abrir a noite toda
Sempre a rock & rollar

Charro aqui, charro ali
Mais um vodka p'ra atestar
Corro Peste, corro Buda
Sempre a rock & rollar

As noites de Budapeste
São noites de rock & roll

P'las caves da cidade
São só bandas a tocar
Pondo tudo em alvoroço
Tudo a rock & rollar

Mulheres lindas de morrer
Mini-saias a matar
Não tem fim o reboliço
Tudo a rock & rollar

As caves de Budapeste
São caves de rock & roll

Cá vou eu no meu Traby
De bar em bar a aviar
Sempre a abrir a noite toda
Sempre a rock & rollar

Charro aqui, charro ali
Mais um vodka p'ra atestar
Sempre a abrir a noite toda
Sempre a rock & rollar'

As noites de Budapeste
São noites de rock & roll



terça-feira, 26 de setembro de 2017

Pete Turner (1934 - 2017) - o Senhor das Cores


Pete Turner morreu no passado dia 18 de Setembro.
Muitos fotógrafos são fáceis de categorizar, de compartimentar.
São foto-jornalistas, fotógrafos de rua, paisagens, viagens, de guerra, casamentos e por aí fora.

Pete Turner, não. Pete Turner é um fotógrafo dele próprio, não que se fotografe a si próprio, tipo selfies, mas o seu interior, a sua imaginação.
Ele fotografa a realidade não como é, mas como a vê. E a sua realidade, a forma como a percepciona, tal como a do artista gráfico holandês M.C. Escher, é única e reinventada. É cativante, estranha, fascinante e no meu caso, também e acima de tudo, hipnotizante.
São profundamente imagéticas. Atraem-me sobremaneira a forma como joga com cores, perspectivas, com as simetrias ou a ausência delas, joga com os nossos sentidos físicos.

Transforma o concreto, o que é fácil de identificar, em algo conceptual e a roçar o abstracto, mas sem adulterar a sua essência real, a realidade continua identificável, presente.
E fá-lo de uma forma suave, aveludada, onírica, sem nos exigir nada.