sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

João Villaret - cinquentenário da sua morte



João Henrique Pereira Villaret nasceu em Lisboa em 10 Maio de 1913.
Nasceu para os palcos.
Foi actor de teatro e cinema. Fez revista e foi apresentador de televisão. Foi declamador.
Através dele, Portugal conheceu melhor muito dos seus poetas. José Régio, Florbela Espanca, Camões e principalmente Fernando Pessoa foram alvo da força das sua palavras.
Em sua honra Raul Solnado fundou, em 1965, o Teatro Villaret.
Morreu com 48 anos, em Lisboa, no dia 21 de Janeiro de 1961. Faz hoje 50 anos.


A declamação de Cântico Negro de José Régio, é plena de força, poder e sobretudo de emoção.
É uma declamação que vem de dentro, que rasga. Arrepia. 
Condiz com a intensidade e força do próprio poema.
Por isso a escolhi para este post.


dislates de Cavaco



Invocar os elevados custos de uma campanha eleitoral extra - 2º volta - para convencer os eleitores a elegerem-no logo à primeira, não lembra ao diabo.
Ainda para mais vindo de um professor de economia.

Pelo andar das sondagens, é possível que tal aconteça, mas certamente não será pelos custos.
Será sim, para não assistir ao patético abandono de Alegre por parte da esquerda que supostamente o apoia, evitar que o coitado do Nobre leve um tiro na cabeça e muito provavelmente na esperança de ver Coelho no lugar de Sócrates.

dislates do Nobre

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

contradições III

O jornal diário britânico The Guardian na sua edição de ontem diz que Sócrates pediu desesperadamente ajuda financeira a Angela Merkl mas sem a intervenção do FMI.
O director geral do FMI foi contactado pela chanceler alemã sobre esta possibilidade, mas este recusou o pedido dizendo que "o pedido português era inconsequente" uma vez que "Sócrates nunca seguiria qualquer conselho que lhe fosse dado".
Em seu apoio veio o BCE que através de uma forte compra da dívida portuguesa que fez baixar as taxas de juros para 6.71...

... mas o governo desmente a notícia, lamentando que um jornal sério como o The Guardian ande a inventar telefonemas.

E agora?
Acreditamos num jornal de referência e respeitado em todo o mundo como o The Guardian ou no nosso... Primeiro Ministro???







quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

crime e castigo


Não tenho qualquer tipo de admiração pelo Carlos Castro.
Movia-se dentro de uma área pela qual não tenho muita consideração, mesmo quando feita com alguma seriedade: a crónica social.
É um tipo de “jornalismo” pantanoso que vive maledicência, que vive do denegrir da vida alheia, da coscuvilhice e dos mexericos, do faz de conta.


Carlos Castro era dos bons. Experiente, mediático, de língua afiada e viperina, tinha nome e provas dadas nesta “arte”.
E naturalmente como qualquer cronista social que se preze tinha a sua agenda cheia de nomes do mundo cor de rosa, das artes, televisão e moda.

Exactamente aquilo que Renato Seabra precisava para poder entrar e subir no mundo da moda que um programa de televisão da SIC lhe tinha aberto as portas. A boleia necessária.
Por isso, acredito que Renato Seabra, um puto ingénuo vindo da província e desejoso de entrar nesse mundo da moda, ao ser contactado por Carlos Castro via Facebook, se tenha ele próprio e de livre vontade, enleado nestes ambientes para conseguir franquear a desejada porta.
Acredito que na sua ingenuidade Renato se tenha esquecido ou não soubesse, que não há almoços grátis e que os favores se pagam. Um preço que se dispôs a pagar voluntariamente durante algum tempo, numa relação que já acontecia antes do episódio de NY, mas que provavelmente com elevados custos de consciência
Acredito que para cometer crime de assassinar Carlos Castro, o puto Renato Seabra tenha atingido limites muito altos. Provavelmente por remorsos ou revolta contra sí próprio pelas opções de vida tomadas, virou-se e atentou contra o homem, talvez companheiro da altura, que provavelmente o sustentava e até estaria a levá-lo ao status que Renato desejava.

Sabendo que Carlos Castro era um gay assumido, a preocupação maior e imediata da família foi afastar o estigma da homossexualidade de Renato Seabra.
Limpar o nome de um membro seu desta pseudo-mancha, como se tratasse de uma questão de honra a manter. Afinal o rapaz até tinha namorada.
Este esforço teve eco na comunicação social que até o ampliou. Criou na sociedade simpatia pelo jovem e subtilmente transformou-o mais numa vítima e abusado que num criminoso.
Por isto, admito que se corre o risco de se estar a acender um rastilho de propagação de sentimentos anti-gay que pouco a pouco e em surdina podem-se generalizar.
Quase se transmite a ideia que com a morte de Carlos Castro se tenha extirpado uma erva daninha, se tivesse curado um doente.
Como se na homossexualidade do cronista residisse a prova ilibatória do crime de Renato Seabra e a sua atenuação e menorização aos olhos da sociedade.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

contradições II

O Primeiro Ministro disse a propósito da visita ao Qatar quando questionado sobre a venda de dívida portuguesa a este país:
"Durante as conversas com as autoridades do Qatar não foi discutida a possibilidade de comprarem dívida portuguesa."...

...mas o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, sobre a mesma visita e questão da venda de dívida portuguesa, diz por sua vez: 
"É uma área que naturalmente é objecto de conversações entre os respectivos ministros das Finanças.

O governo no seu melhor: contraditório e bicéfalo.
Melhor, acéfalo.