sábado, 17 de maio de 2014

uma música para o fim de semana - Sara Tavares


Não fosse ter ganho a final do Chuva de Estrelas de 1994 e Sara Tavares provavelmente seria uma desconhecida do grande público. O reforço do reconhecimento veio ainda nesse mesmo ano quando ganhou festival da canção RTP

Pesar de nascida em Lisboa, a sua ascendência é cabo-verdiana e Sara Tavares faz questão de não esquecer as suas origens nas músicas que canta. Vai buscar, o crioulo, a morna, mas também o gospel e o soul.
Isto faz com que a sua música se inscreva num dos géneros musicais que gosto muito a World Music (e particularmente World Jazz) que incorpora, pessoalmente é diferente de ser fusão, uma ou mais culturas musicais interligadas numa única música.

Ponto de Luz é isso mesmo. Com uma letra muito espiritual, sente-se distintamente nela, a música africana, particularmente o crioulo e o cheiro tropical da morna, sem no entanto o ser completamente. É do seu terceiro álbum editado em 2009, Xinti.

A voz de Sara Tavares é doce mas sem escorrer mel, quente sem parecer um cobertor e embala-nos sem no entanto nos fazer adormecer. É uma voz no ponto, cujo timbre positivo agrada a toda a gente.

O vídeo é simples, despretensioso e funciona. Mas... é pena os tons de sépia em que todo ele está mergulhado. Não sou fã. Se fosse a preto e branco...


Bom fim de semana :)




Escutando no vento
Tua voz secreta
Que me sopra por dentro
Deixa-me ser só seu
No teu colo eu me entrego,
Para que me nutras
E me envolvas
Deixa-me ser só seu

Um ponto de luz
Que me seduz
Aceso na alma
Um ponto de luz que me conduz
Aceso na alma

Por trás dessa nuvem
Ardendo no céu
O fogo do sol raia
Eternamente quente
Liberta-me a mente
Liberta-me a mente

Um ponto de luz que me seduz 
aceso na alma
Um ponto de luz que me seduz 
aceso na alma


terça-feira, 13 de maio de 2014

H.R. Giger (1940 - 2014)



Sempre gostei do surrealista suiço H.R. Giger mas foi preciso que ele morresse hoje para ter a curiosidade de saber finalmente o que significava as iniciais do seu nome - Hans Ruedi Giger.
Giger era pintor, escultor, designer e cenógrafo.

Sofria de um distúrbio do sono chamado terrores nocturnos, que se caracteriza por pesadelos intensos e de grande realismo. 
Giger trazia para a realidade, através da sua arte esses mesmos terrores e angustias.
Tinha por isso um estilo doentio, macabro, visceral, por vezes fálico. Fundia corpos e metal, criando um universo de realismo fantástico biomecânico frequentemente monocromático, usando o preto e cinzentos intensos para lhes conferir

Ficou famoso com as suas criações para o cinema. Particularmente através dos vários Aliens e do Species.
Os dois monstros foram criados por ele e por Alien receberia um Óscar por melhores efeitos visuais em 1980.
Na década de 70 colaboraria com o mundo da música ao criar e desenhar capas de discos para algumas bandas da época.

Tal como o holandês Maurits Cornelis Escher (MC Escher), Giger via uma realidade diferente da nossa.
E sempre pensei (e penso) que é uma realidade possível, não perceptível a toda a gente.
Vejo este tipo de pessoas, outro exemplo é o escritor John Ronald Reuel Tolkien (JRR Tolkien), não como exactamente visionários, mas alguém cujos cérebros estão "arrumados" de maneira diferente dos nossos e portanto têm acessos a outras realidades para além da que vivemos e são capazes de as transmitir em pleno a nós que temos cérebros "standardizados".

Vale a pena explorar o universo de H.R. Giger. Vai-se estranhar mas depois entranha-se. 
Eu não cheguei a estranhar, entranhou-se logo.