sábado, 22 de julho de 2017

uma música para o fim de semana - John Coltrane



Fez no passado dia 17, meio século que John Coltrane, conhecido no meio por Trane, morreu. Há um ano, já aqui tinha abordado o surgimento e parte da relevância que Coltrane teve na cena jazzística da altura.

Faz este ano também meio século que o último trabalho de John Coltrane foi gravado: Intersteller Space. Seria editado sete anos depois da sua morte, em 1974.
Não é difícil pensar em Interstellar Space de Coltrane como algo semelhante à suite Os Planetas de Gustave Holst.
Mas se o segundo é acessível, fácil de "perceber", de ouvir e tem uma narrativa linear, o primeiro é em tudo diametralmente oposto.
Extremamente exigente para quem o ouve. É frenético, tridimensional, espacial, abstracto. Pura improvisação de free jazz. Se fosse uma pintura seria expressionismo abstracto.
E se o compositor inglês Holst precisa de uma orquestra para nos fazer viajar por sete planetas do sistema solar, o saxofonista norte-americano precisa de apenas dois músicos para nos fazer saltar por quatro planetas: ele próprio e o baterista free jazz e avant-garde, o também norte-americano, Rashied Ali. Os dois valem por uma orquestra.

Saturno é inquestionavelmente o planeta mais bonito do nosso sistema solar. Em Intersteller Space, Trane dedica a quarta faixa, e a mais extensa, a este planeta.
Começa com um solo bem musculado de Ali. Quando o saxofone de John Coltrane entra em acção, a complexidade de Saturn fica bem evidenciada. O som é expansivo, torrencial. A velocidade de execução inacreditável. À semelhanças das outras faixas que constam deste álbum, a ligação entre os dois músicos, a forma como se entrelaçam é extraordinária.

São quase 13 minutos de jazz aparentemente insano. Ouvir até ao fim, não será fácil, mas tentem. Abram a vossa mente, libertem preconceitos e hábitos. Quer gostem, quer não gostem, o choque, a surpresa, a descoberta de algo novo é absolutamente garantida.


Bom fim de semana  ☺








terça-feira, 18 de julho de 2017

série "erotismo minimalista" de François Dubeau I


O corpo feminino é de uma elegância, de uma suavidade curvilenea suprema.
É o símbolo por excelência do erotismo, da atracção e sedução.

Conseguir transmitir essa elegância, suavidade, o veludo atraente e aromático de uma mulher, de uma forma quase intangível, mas bem presente, através de meia dúzia de traços exige uma percepção muito especial.
François Dubeau, um canadiano nascido em Montreal, fá-lo de uma maneira extraordinária.