quinta-feira, 16 de novembro de 2023

O pai tem o filho que merece


Exactamente o meu ponto de vista.
Ao verem destruídas, arrasadas, as suas vidas, as suas casas, as suas famílias, os seus filhos, condições insalubres de vida, os seus valores morais e religiosos desrespeitados sistematicamente, o que sobra a um palestiniano que há decadas, e muito particularmente neste último mês e meio, vê a sua vida diariamente violentada?
Nada. Nada. Nem esperança. E o que sobra no meio desse nada? Raiva, frustração, desespero e tudo isto leva a uma das forças mais motivadoras, e destruidoras, que podem surgir no interior de um ser humano: ódio por quem lhes causou, causa, tudo isto.
E é assim que surge um operacional Hamas. Israel, um estado terrorista, está a criar novos e ainda mais poderosos, mais motivados e mais determinados elementos Hamas.

O Hamas existe porque Israel os criou. Sangue do seu sangue. E o pai tem o filho que merece.
 









terça-feira, 14 de novembro de 2023

uma epifania tardia


Passados poucos dias de ter passado um mês, no conflito entre e Israel e Hamas, mais de onze mil vidas palestinianas foram assassinadas, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, teve um momento epifânico e considerou que "foram mortos demasiados palestinianos".
Israel afirmou que no mesmo período de tempo matou cerca de... 60 elementos do Hamas.

Significa que Israel matou, destruiu mais de 183 vidas inocentes por cada elemento do Hamas morto.
Israel está empenhado, é este o seu verdadeiro objectivo, em matar mais palestinianos que terroristas (como os próprios israelitas).
Digo-vos, é preciso fazer um tremendo esforço de racionalização para não ter que simpatizar com o Hamas e considerar que eles são os bons da fita neste filme atroz onde a humanidade falha em toda a linha.

Os únicos bons da fita são os que estão a ser massacrados às centenas pelos israelitas todos os dias, os palestinianos.
São massacrados nas escolas, massacrados nos hospitais, massacrados nas suas casas, nas ruas, dentro de ambulâncias, enquanto se deslocam para zona ditas seguras, nos campos de refugiados que foram montados para a sua "segurança". Não têm água, alimentação, combustível, electricidade, cuidados básicos ou a possibilidade de enterrar dignamente os seus (incontáveis) mortos, e tratar, cuidar dos seus (inumeráveis) feridos.
E o ocidente, impávido e sereno, a permitir, a financiar, a incentivar e a aceitar o genocídio do povo palestiniano.
Neste momento, ser europeu, ser ocidental é algo que me faz sentir uma imensa vergonha. Embaraço.