Antoine Lavoisier é um químico francês.
Há quem lhe chame o pai da química, não só pelas suas descobertas e contribuições para esta ciência, mas principalmente por ter elevado a química à condição, ao estatuto de ciência.
Quem abordou o trabalho desta cientista, inevitavelmente em determinado momento ouviu uma frase que poderá ter ficado na memória:
"Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma"
E como é que este cientista, e por arrasto a sua famosa frase, se relaciona com o dueto português como o mesmo nome? Ou melhor, o contrário.
Patrícia Relvas e Roberto Afonso pretendem pegar no que já existe da música portuguesa, nas suas tradições, nos seus diversos géneros musicais, nas suas reinvenções, e voltar a reinventar, a transformar e inovar. Fundir tempos
Isto é o que qualquer banda portuguesa diz quando dá o seus primeiros passos na música.
Mais uma, portanto...
E no entanto... acontece que Patrícia tem um voz bem marcada, bem delineada, com personalidade. Roberto adiciona a sua voz à da Patrícia e une-as, por vezes, com a sua guitarra bem trabalhada.
Escrevi por vezes, porque nem sempre a guitarra está presente. Os Lavoisier sabem trabalhar, e surpreender, apenas com as suas vozes.
Opinião dos Lavoisier agarra pela simplicidade e dinâmica dos timbres entre o trio (duas vozes mais guitarra).
E depois de ouvir a letra desta música, fiquei a pensar noutra frase, muito típica, cheia de sabedoria mordaz e bem ao jeito nacional:
"As opiniões são como os cus, cada um tem o seu"
A propósito, o cientista francês acabou mal. A 8 de Maio de 1794, Antoine Lavoisier morreu guilhotinado. É que para além de cientista, em determinada altura da sua vida, era também um colector de impostos.
O que na altura da revolução da francesa, era uma péssima ideia.
Bom fim de semana ☺