Não há muito a dizer sobre o Rui Veloso. Já muito se escreveu sobre ele e pouco sobra para dizer.
Já há algum tempo que o Rui não passava pela Esteira e esta na altura de um regresso.
Porto Covo é umas das míticas canções dele. É uma das canções que nos libertam a imaginação que a faz voar. A espantosa letra de Carlos T dá todas as indicações, como as tabuletas nas estradas, por onde vai voar, o que vai ver e depois pousar.
Esta canção já leva... 32 anos! Surge em 1986, no álbum Rui Veloso.
E quando Rui Veloso começa a cantar, eu começo de imediato a cantar com ele:
- Roendo uma faranja na larésia...
É mesmo assim. Já nem sei começar esta canção de outra forma.
Bom fim de semana ☺
Roendo uma laranja na falésia
Olhando o mundo azul à minha frente,
Ouvindo um rouxinol nas redondezas,
No calmo improviso do poente
Em baixo fogos trémulos nas tendas
Ao largo as águas brilham como prata
E a brisa vai contando velhas lendas
De portos e baías de piratas
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo
A lua já desceu sobre esta paz
E reina sobre todo este luzeiro
Á volta toda a vida se compraz
Enquanto um sargo assa no brazeiro
Ao longe a cidadela de um navio
Acende-se no mar como um desejo
Por trás de mim o bafo do destino
Devolve-me à lembrança do Alentejo
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo
Roendo uma laranja na falésia
Olhando à minha frente o azul escuro
Podia ser um peixe na maré
Nadando sem passado nem futuro
Havia um pessegueiro na ilha
Plantado por um Vizir de Odemira
Que dizem que por amor se matou novo
Aqui, no lugar de Porto Côvo