sábado, 24 de junho de 2017

uma música para o fim de semana - José Vianna da Motta


A semana foi longa e intensa. Vivenciei raiva, tristeza, ansiedade, alívio.
Ficou a faltar o mais importante: paz, tranquilidade, aquele suspiro longo que vem do fundo do peito, da alma, que nos diz que a missão ficou cumprida, que o que tinha que ser feito, ficou feito.


A barcarola, surge no sec XVIII. Mas é no século seguinte que se torna famosa, principalmente com o compositor francês Jacques Offenbach.
Esta peça musical designa as músicas românticas, tranquilas, que os gondoleiros venezianos cantavam e tocavam quando levam os seus clientes a passear pelos canais de Veneza.
As suas músicas e canções eram suaves e gentis, pretendiam acompanhar a placidez da entrada do remo na água, o barulho da água a ser perturbada pelo remo.

Em Portugal, um músico e compositor José Vianna da Motta, aluno de Franz List e admirador incondicional de Richard Wagner, compunha em 1905 uma barcarola, a Barcarola nº1 opus 1. Uma das suas obras mais conhecidas.

Será esta peça, tão característica do período romântico da música clássica, que será o meu suspiro longo, o meu fechar de olhos, colher entre os meus ouvidos a paz e a tranquilidade que não encontrei e não costumo encontrar ao longo da semana.


Bom fim de semana ☺





quarta-feira, 21 de junho de 2017

um poema de... William Shakespeare (no solstício de Verão)



~ Soneto 18 ~

Se te comparo a um dia de verão
És por certo mais belo e mais ameno
O vento espalha as folhas pelo chão
E o tempo do verão é bem pequeno.

Às vezes brilha o Sol em demasia
Outras vezes desmaia com frieza;
O que é belo declina num só dia,
Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,
E a beleza que tens não perderás;
Nem chegarás da morte ao triste inverno:

Nestas linhas com o tempo crescerás.
E enquanto nesta terra houver um ser,
Meus versos vivos te farão viver.


William Shakespeare