quinta-feira, 10 de junho de 2010
viva as noivas!!!
Teresa Pires e Helena Paixão fizeram história no dia 07 de Junho deste ano.
Tornaram-se o primeiro casal gay a casar-se ao abrigo da nova lei do casamento homossexual recentemente aprovada por Cavaco Silva.
Teresa e Helena vivem juntas há oito anos com as suas duas filhas (16 e 10 anos), resultado de relações heterossexuais anteriores.
Já anteriormente, em Fevereiro de 2006, tinham dado a cara pelo casamento homossexual ao tentarem o casamento que lhes foi recusado. Foi uma tentativa que lhes trouxe mediatismo e reconhecida coragem. Confrontaram abertamente o público em geral com o preconceito homossexual sem no entanto recorrerem ao exibicionismo chocante que muitas vezes contribui para a retracção do público mais moderado, potencialmente mais evoluído e aberto a este tipo de uniões, extremando simultaneamente as opiniões negativas e contra.
O primeiro teste à abertura da opinião pública talvez comece mais agora do que até antes do casamento.
Será através das reacções do dia a dia que as filhas deste casal irão enfrentar que se poderá ter uma ideia do nível de homofobia e aceitação da sociedade portuguesa. Por agora diria que o país passou com distinção. Sem manifestações contra ou protestos irados, comportou-se de uma maneira calma e pacífica, diria até civilizadamente.
O comportamento discreto de Teresa e Helena muito contribuiu para isso.
Talvez tenham sido o melhor agente de mudança de mentalidades que a comunidade gay poderia desejar.
A aprovação do casamento homossexual passa muito pela coragem destas duas mulheres e é justo que elas entrem para a história como o primeiro casamento gay português.
Parafraseando Neil Armstrong quando pisou a Lua pela primeira vez - "uma grande passo para a vida de Teresa e Helena, um passo gigantesco para o país".
Viva as Noivas!!!
fotografia Teresa Pires e Helena Paixão (fonte Google Imagens)
quarta-feira, 9 de junho de 2010
feriados socialistas
Duas deputadas socialistas, Teresa Venda e Rosário Carneiro, estão preocupadas com o facto de Portugal estar acima da média europeia relativamente ao nº de feriados, pontes e tolerâncias de ponto.
Com o objectivo de aumentar o ordenado mínimo nacional e tornar mais competitiva a nossa economia estão a propor que sejam eliminados
4 feriados (2 religiosos - Corpo de Deus e Todos os Santos e 2 civis - O 5 de Outubro e 1 de Dezembro) e que se crie um outro feriado, o 26 de Dezembro - Dia da Família.
Para além disto propõem que os feriados Terça de Carnaval, Dia do Trabalhador (1 de Maio), Dia da Liberdade (25 de Abril) e o Dia de Camões (10 de Junho) se tornem móveis e sejam encostados aos dias úteis mais próximos do fim de semana, segunda ou sexta para diminuir o nº de pontes.
Tudo isto somado e segundo estas deputadas permitiria aumentar o PIB nacional em cerca de 1%.
Isto dá que pensar.
O facto de encostar os feriados móveis ao fim de semana parece-me bem uma vez que cria fins de semana prolongados e portanto mais úteis em termos de descanso e usufruto familiar.
Mas não os mencionados, uma vez que tirando a Terça de Carnaval todos os restantes são fixos.
Se o argumento utilizado é o de diminuir as pontes, considero este falacioso, uma vez que no sector privado estas são deduzidas das férias do trabalhador e portanto é uma decisão de cada um, no sector público cabe ao próprio governo a sua gestão assim como as tolerâncias de ponto. Sabendo de antemão que neste último caso, as tolerâncias de ponto e pontes definidas pelo governo saem do bolso dos contribuintes, por não haver troca com dias de férias.
A eliminação do 5 Outubro (implantação da República) pelo facto de neste ano se celebrar o centenário da República parecer ser uma proposta altamente fora de propósito e algo infeliz. Assim como o pretenso Dia da Família a 26 de Dezembro. Por definição o dia da família é o Natal.
Neste caso faria mais sentido propor como feriado o 24 de Dezembro.
O ganho de produtividade também se conquista com o respeito, com a motivação e justiça por quem trabalha.
Se quem trabalha sente que o esforço que despende é efectivamente aproveitado para o bem comum e para o desenvolvimento do país.
Se sente que é reconhecido, valorizado e retira igualmente dividendos (materiais ou não) do seu esforço de trabalho.
Se todo o fluxo de riqueza que o trabalho gera, flui no sentido de dar e receber.
No entanto a apetência para a produtividade é logo cortada cerce pela negação destes sentimentos, uma vez que não existe retribuição, seriedade e coerência por quem deveria dar o exemplo. Neste caso e dada a situação actual estou a falar do Estado. Uma entidade gananciosa, pouco credível e canibalizadora do esforço laboral do país.
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