Em Maio de 1989, quatro amigos uniram-se em torno de um instrumento: a concertina.
O objectivo de Artur Fernandes, o mentor, Filipe Cal, Filipe Ricardo e Francisco Miguel era darem a conhecer o som particular da concertina relativamente ao acordeão, e afastar a mesma dos sons tradicionais e frequentemente brejeiros que estavam associados ao primeiro, mas também sem a afastar da música popular portuguesa. A esta associaram elementos de jazz, tango argentino, música clássica e música de câmara. O resultado é um dos sons mais conhecidos internacionalmente e praticamente desconhecido em Portugal de World Music.
O nome da banda surge no lançamento do primeiro álbum de 1996 - Danças Ocultas.
Artur explica que, quer a concertina, quer, e em particular, o acordeão, estão associados à dança e aos ranchos folclóricos portugueses.
Com o nome Danças Ocultas, pretendem não retirar a concertina do contexto das danças, mas dar-lhe um sentido musical que está escondido no seu som, algo que está oculto.
Danças Ocultas entram no meu universo musical em termos de música portuguesa, precisamente pelo seu nome, pela pergunta que me surge: o que será que eles escondem?
Ontem, lançaram o seu novo álbum: Amplitude.
Pretende celebrar os vinte anos de lançamento do seu primeiro trabalho de 1996.
Chamaram três convidados que ilustram bem o quanto o seu objectivo foi atingido e bem atingido.Contam com Rodrigo Leão, Dead Combo (aqui, aqui e aqui com Camané) e Carminho.
A fazer jus às suas influências musicais Amplitude foi gravado ao vivo com a Orquestra Filarmónica das Beiras.
Este álbum foi gravado em duas apresentações e o vídeo Danças II mostra os ambientes e participações dos convidados nesses dois espectáculos ao vivo.
Danças II é precisamente um dos temas que constava do seu primeiro álbum, e que é revisitado agora. A abertura das quatro concertinas é extremamente elegante e conferem uma sonoridade sofisticada à música popular portuguesa.
Bom fim de semana :)