Faz hoje quarenta anos que a sonda Voyager 1 deixou o nosso planeta para partir à descoberta dos maiores planetas do nosso sistema solar: Júpiter e Saturno.
A ideia era aproveitar um raro alinhamento dos planetas interiores do sistema solar e usar as suas gravidades como fisga para ir saltando de planeta em planeta até chegar ao dois gigantes.
A missão estava planeada para durar cinco anos... já vamos em quarenta e ambas as Voyager (a 2 foi lançada primeiro que a 1, a 20 de Agosto do mesmo ano, 1977) ainda funcionam e fazem chegar os seus sinais à Terra. Devido à distância percorrida por elas, estes sinais chegam à com um atraso de 36 anos!
As duas deixaram os limites do sistema solar, chamada de heliopausa ou heliosfera e entraram no espaço profundo em 2012.
A heliopausa é a zona onde a energia cinética dos fotões solares, radiação solar, é anulada pela energia do espaço sideral.
Em cada uma delas vai um disco de cobre revestido a ouro. Carl Sagan foi o eleito para pensar no seu conteúdo. Foram escolhidas músicas de Bach, Mozart, Beethoven, Chuck Berry, Beatles, folclore, diversos sons da natureza, como vento, trovoadas, água a cair, pássaros. Também sons produzidos pele ser humano foram contemplados: os nossos passos, vozes, risos, choro, beijos, aviões a voar.
Estão incluídas mais de uma centena de fotografias do nosso planeta, saudações em cinquenta e cinco línguas diferentes e diversos discursos de referência.
A riqueza, a diversidade, a informação que estes discos contêm sobre nós, o nosso planeta, as nossas ciências, as artes, conhecimento, é assombrosa.
E também nas duas Voyager, está a mesma mensagem assinada pelo presidente norte-americano em 1977, Jimmy Carter.
Não deixa de ser curioso reparar que nós, habitantes do planeta Terra, há quarenta anos, éramos 40 mil milhões.