sábado, 21 de maio de 2022

uma música para o fim de semana - Blade Runner (Vangelis)


Quem ouve música, quem gosta de cinema, não poderá jamais ignorar o que o grego Evángelos Odysséas Papathanassíu fez pelas duas artes. Para todos nós, este grego, será eternamente conhecido por Vangelis.

As suas bandas sonoras são épicas, por vezes maiores que o próprio filme em si.
Penso pelo menos em quatro: Chariots of Fire (1981), Blade Runner (1982), Antarctica (1983) e 1492: Conquest of Paradise (1992).
Curiosamente destas quatro bandas sonoras, duas (a segunda e quarta) foram para dois filmes realizados por Ridley Scott.
Pela relação que tenho com Blade Runner, considero que esta foi a melhor obra mais bem conseguida por Vangelis. E foi de facto. Este filme nunca se tornaria per si um filme de culto sem a música de Vangelis. Um casamento feito no céu.
Música atmosférica, futurista, escurecida e distópica. Melancólica e assombrosa.
Blade Runner, o filme e a música, tem o seu climax na cena em que o fabuloso Rutger Hauer, no papel do androide "replicant" Roy Batty, tem a espantosa fala de Tears in Rain. Ela ocorre segundos antes de a sua vida terminar. A música de Vangelis nesses momentos nada menos é que sublime. Transcrevo a fala original e a música que a suporta:

"I've seen things you people wouldn't believe. Attack ships on fire off the shoulder of Orion. I watched c-beams glitter in the dark near the Tannhäuser Gate. All those moments will be lost in time, like tears in rain. Time to die."

Rutger não foi completamente fiel ao que estava escrito no guião para esta cena. Deu-lhe um toque muito pessoal, uma improvisação de última hora na altura.

Já li que Vangelis foi o último deus grego. Faz todo o sentido que assim seja,
Morreu ontem com 79 anos, em França, de insuficiência cardíaca.
Foi como teclista de outro colosso grego da música, Demis Roussos, em finais da década de 60 que o tornou conhecido no mundo da primeira arte.


Bom fim de semana 😉🎵














sexta-feira, 20 de maio de 2022

dia mundial das Abelhas II


Uma imagem maravilhosa, terna e desconhecida de muitos: duas abelhas adormecidas no interior de uma papoula.
Quando fora da colmeia, as abelhas descansam e dormem até 4 a 5 horas por dia divididas em várias sestas. Fazem-no dentro de flores ou na sombra das pétalas.
Os seus padrões de sono variam conforme as espécies e as funções que desempenham nas colmeias. Se algumas descansam e dormem à noite, outras fazem-no durante o dia.

Estamos a matar as abelhas de diversas formas. Com pesticidas, com alterações climáticas e com jardins perfeitamente relvados que para elas e outros polinizadores são perfeitos desertos, que estão longe de ajudar, de lhes proporcionar abrigos e refúgios ou de lhes serem amigáveis.

Quando falamos de polinizadores pensamos quase sempre nas nossas e maltratadas amigas abelhas. Mas muito outras espécies desempenham este crucial e vital trabalho para o planeta e logo para nós: borboletas, libelinhas, joaninhas, moscas das flores, escaravelhos, besouros, vespas, pássaros, lagartixas e até formigas.
Admirá-los, conhece-los, cuidar deles, protegê-los e acarinha-los, é fazer exactamente o mesmo por nós.








dia mundial das abelhas









fugiu-lhe a boca para a verdade...


... e a consciencia também.













quarta-feira, 18 de maio de 2022

um poema de... Filipa Leal



NOS DIAS TRISTES NÃO SE FALA DE AVES

Nos dias tristes não se fala de aves.
Liga-se aos amigos e eles não estão
e depois pede-se lume na rua
como quem pede um coração
novinho em folha.

Nos dias tristes é Inverno
e anda-se ao frio de cigarro na mão
a queimar o vento e diz-se
- bom dia!
às pessoas que passam
depois de já terem passado
e de não termos reparado nisso.

Nos dias tristes fala-se sozinho
e há sempre uma ave que pousa
no cimo das coisas
em vez de nos pousar no coração
e não fala connosco.

Filipa Leal





terça-feira, 17 de maio de 2022

Dia Internacional Contra a Homofobia, a Transfobia e Bifobia


Não deixa de ser surpreendente que numa altura em que nunca fomos tão informados como agora, que as vidas são despudoradamente plasmadas nas redes sociais como nunca, numa sociedade que se afirma tolerante, civilizada e aberta à diferença, seja tão, e cada vez mais, necessário invocar um dia como o de hoje: o Dia Internacional contra a Homofobia, a Transfobia e Bifobia.

Como se nos dias que correm ainda tenha que existir uma obrigação, uma imposição, de o ser humano ser normalizado, de ter que perder a sua identidade.
Um maniqueísmo social onde se é preto ou branco, ou és um de nós ou não és, ou és homem ou és mulher, ou és heterossexual ou és algo que não queremos e não permitimos, onde as zonas cinzentas não são compreendidas.

Tempos onde a diferença ainda é assustadora, mete medo e portanto não é aceite.
A diferença, ser fora da caixa, é uma mais avalia, um alargar de horizontes que tão precisamos e continuaremos a precisar. 
Quando todos são iguais, quando todos pensam da mesma maneira, quando todos agem da mesma maneira, algo está profundamente errado. Não há evolução.