sábado, 16 de agosto de 2014

uma música para o fim de semana (na silly season) - SirAiva


Mais uma para a Silly Season e das fortes.
Letra que não vale um par de havaianas, videoclip mal imaginado, mal realizado e cantado por um estiloso SirAiva que já foi D.R.Sax e que se chama Pedro Saraiva.
Conta com a participação especial de Pacman, que agora é Carlão e nasceu Carlos Nobre. E desde que este deixou os Da Weasel nada fez ou o que fez mais valia não ter feito.

Brinca na Barriga é uma boa canção para o Verão com o mulherio a aparecer como manda as regras do pimba moderno em versão veranil. Em biquíni, insinuantes, sem celulite, sem barriguinha, curvas suaves, pseudo sexys e que não estão lá a fazer nada, excepto para o que é...

Ah! Quer um, quer o outro têm ar de chulos.


Bom fim de semana :)




Brinca na barriga
Brinca na barriga
Brinca na barriga
Brinca na barriga

Dança como se a vida dependesse disso
Não se vê anel no dedo,
Nem um compromisso
Passa o mão no cabelo
Lança-me um feitiço
Eu fico meio burro
Não queria muito isso
Vamos até minha casa
Para um copo e som
Ela tira a roupa toda menos o vison
É só filet mignon como diz o don
Primeiro arrasta a asa e depois o edredon

Brinca na barriga
João Pestana cai
Brinca na barriga
Só levanta e sai

Brinca na barriga
João Pestana cai
Brinca na barriga
Só levanta e sai

Brinca na barriga
João Pestana cai
Brinca na barriga
Só levanta e sai

Brinca na barriga
João Pestana cai
Brinca na barriga
Só levanta e sai

Cheiro de bebé da cabeça ao pé
Coisa boa, vem fazer cafuné
Cadeirinha para dar a segundinha
Aninhamos até vir a manhãzinha
Olho claro grande como um oceano
Nado nele fácil
Nado nele e nano
Brinca na barriga quando o João Pestana cai
Não faz barulho, só levanta e sai

Brinca na barriga
João Pestana cai
Brinca na barriga
Só levanta e sai 

Brinca na barriga
João Pestana cai
Brinca na barriga
Só levanta e sai 

Esquece 
a maquilhagem cara
A tua cara, 
não merece estar escondida
Esquece 
a tua roupa justa
Injustamente 
ela assusta
A pele por debaixo dela

João Pestana cai
Só levanta e sai
Brinca na barriga
João Pestana cai

Brinca na barriga
Só levanta e sai
Brinca na barriga
João Pestana cai

Brinca na barriga
Só levanta e sai
Brinca na barriga
João Pestana cai

Brinca na barriga
Só levanta e sai
Brinca na barriga
João Pestana cai

Brinca na barriga
Só levanta e sai


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

o homem do chapéu escuro


Era noite e chovia torrencialmente há várias horas. Os candeeiros estavam apagados e a rua prolongava-se indefinidamente.
Os seus passos chapinhavam na água. Lentos. Não eram firmes, nem hesitantes. Despreocupados.
Talvez não tivessem destino traçado ou até poderiam ter, sabendo onde estes iriam acabar. Indecisos entre apressados e a relutância de lá chegar.

Pelo chapéu escuro escorria uma pequena torrente de água que corria para a frente dos pés e fazia salpicar o caminho da mesma maneira que as gotas pesadas de chuva caíam no alcatrão encharcado, estranhamente coberto por um céu de denso breu.
Os seus olhos não se viam por estarem escondidos pelo chapéu que lhe tapava o rosto
Quem espreitasse por baixo dele perceberia que estavam vazios, pensativos, fixos na estrada da cor de carvão.

Tinha as costas ligeiramente curvadas como se carregasse um fardo ou um fadado destino sobre elas.
Um cigarro apagado estava precariamente equilibrado no canto esquerdo da boca. Talvez pela inutilidade de o manter aceso devido à chuva que não parava de cair e que perpassava o escuro chapéu, ou porque não precisasse de estar aceso.

A estrada à sua frente, sem luz que rompesse a entranhada negridão, parecia espelhada por uma prata húmida, densa e obscura, que fazia esconder os seus segredos.
Não se lhe via o fim. Mas a ilusão fazia-a terminar num ponto distante no longínquo horizonte.

Vindo do nada daquela pesada noite, um corvo de penas pretas brilhantes pela chuva que caía, silenciosamente pousou no ombro esquerdo do homem de chapéu escuro. Olhou fixamente para o seu indiferente companheiro durante uns largos segundos sem que este devolvesse o olhar e depois virou os olhos pretos e penetrantes na direcção da rua negra sem fim.

O homem continuou com os mesmos passos. O cigarro mantinha-se apagado no canto da boca e se alguém de novo conseguisse espreitar os seus olhos, perceberia agora que tinham ganho um ligeiro brilho e imperceptivelmente um esgar de um sorriso tinha surgido nos seus lábios.
Com as costas agora direitas  não afastou o corvo. Parecia que esperava a sua chegada e apreciava a sua presença.
O corvo manteve-se no seu ombro ao longo de todo o caminho.

A chuva continuava a cair forte e os passos do homem de chapéu escuro continuaram a chapinhar na água que os salpicavam.
Caminharam os dois assim durante um longo, longo tempo, dissolvendo-se depois onde a negra estrada terminava num ponto sem luz.


Inkheart


terça-feira, 12 de agosto de 2014

Goooodbyyyye Robin Williams!


O Clube dos Poetas Mortos (1989) e O Bom Rebelde (1997) e com alguma boa vontade acrescento Câmara Indiscreta de 2002 e o incontornável Good Morning Vietname de 1987. E pronto talvez estes sejam os únicos filmes em que gostei de Robin Williams.
À excepção do quarto filme, os restantes saem fora do habitual registo de comédia.

Não sou fã particular dele e não vi a maior parte dos filmes dele. Demasiado histriónico, muito paternal e frequente a cair no overacting.
Um actor com cara de puto reguila que fazia questão de não largar essa característica e que por isso talvez o tenha tornado único no cinema, apesar de ter tido uma carreira pouco regular cheia de altos e baixos. Alternaria filmede de estrondoso sucesso com outros considerados bastante desastrosos.

É um actor que marcou definitivamente a comédia, a sua área de eleição, e portanto foi também mal amado pela Academia de Cinema Americana que apenas o reconheceria como um Óscar de actor secundário em O Bom Rebelde.

Não é preciso gostar de alguém para se reconhecer que esse alguém tinha algo que o destacava entre pares.
É assim que vejo Robin Williams. Sem o admirar, reconheço que marcou a história do cinema e que vai fazer falta a muita gente.

Tendo passado um período da sua vida (anos 70 e 80) com uma forte dependência do álcool e cocaína que o levou a uma clínica de reabilitação em 2006.
Morreu hoje com 63 anos, aparentemente tendo cometido suicídio, consequência de vários episódios de depressão severos.