A França deu um passo em frente para o extremismo religioso.
Contribuiu ostensivamente para ostracizar e isolar ainda mais culturas e religiões que historicamente são antagonistas.
Ao aprovar esta semana a lei que proíbe o niqab e a burka, os franceses aproximaram-se mais da própria facção extremista do Islão.
No limite, foi assumir em letra de lei algo que não pode ser assumido. Que as mulheres islâmicas andam com o rosto coberto contra sua vontade sob pressão de uma religião. Mesmo que tal seja verdade.
No limite o que fizeram foi complicar ou impedir as mulheres islâmicas de sair à rua. Quer seja por vontade e opção própria, quer por serem impedidas de o fazer pelos seus maridos ou pais.
No limite, esta lei não respeita a mulher islâmica nem a sua cultura e muito menos lhe dá a força necessária para se libertar de uma prática religiosa que realmente que ela pode não desejar.
Estima-se que França tenha uma população muçulmana da ordem dos 5 a 6 milhões de pessoas e que apenas cerca de duas mil mulheres andem com o rosto coberto com véus islâmicos.
Pensar que a intenção de Sarkozy é libertar a mulher de um hábito opressor é um acto de ingenuidade. Implicitamente é um acto de xenofobia e intolerância religiosa.
Pensar que a intenção de Sarkozy é libertar a mulher de um hábito opressor é um acto de ingenuidade. Implicitamente é um acto de xenofobia e intolerância religiosa.
O Islão que enquanto cultura e religião tem características e tendências extremistas deve ser suavizada por absorção e compreensão do meio em que convive. Passa por mostrar que existem alternativas que podem ser mais tolerantes e que podem igualmente ser adoptadas e adaptadas.
O que vai acontecer é que a facção extremista do Islão vai ter ainda mais razões e motivos para se voltar a extremar. Vai encarar e com alguma razão, que esta lei é um ataque ao próprio Islão.
O que é preocupante é que em maior ou menor grau este extremismo está a multiplicar-se pela Europa.
Na Suiça em Julho de 2007 foi criado o Movimento Suiço Contra a Islamização conhecido como MOSCI e em finais de Novembro do ano passado foi realizado um referendo sobre a construção de minaretes em território suíço. O "não" ganhou com 57.5% dos votos.
Não é com vinagre que se apanham moscas.