sábado, 7 de janeiro de 2023

uma música para o fim de semana - Chasing Contradictions (Ricardo Toscano)


Diz o povo que até ao lavar dos cestos é vindima. E nesta coisa de provérbios, o povo usualmente é sábio. 
No penúltimo dia de 2022, comprei um dos discos mais interessantes do jazz nacional deste ano - Chasing Contradictions de Ricardo Toscano.
O saxofonista alto lidera um trio com bateria (João Lopes Pereira) e o contrabaixo de Romeu Tristão.

Chasing Contradictions, da etiqueta portuguesa Clean Feed (uma das melhores no mundo jazz), é o tema que abre o álbum. 
Começa uma introdução a solo de Ricardo, entrando depois a secção rítmica em simultâneo de uma forma rápida e densa mas sem esconder todo o trabalho que vai sendo desenvolvido pelo saxofonista. Contrabaixo e saxofone alto silenciam-se para passar testemunho à bateria para brilha num solo fantástico, para depois o saxofonista dar um breve sinal para o contrabaixo entrar e juntamente com a bateria retomar o apoio ao líder do trio.
Este tema dá uma excelente ideia do que vamos ouvir ao longo deste álbum.

Chasing Contradictions, com cinco faixas, é um álbum muito equilibrado, contudo variado e super interessante, com os três músicos a articularem-se muito bem e em diferentes registos, estando, pessoalmente, a bateria de João Pereira perfeita no suporte dado ao saxofone. 
Espero que este trio continue a tocar junto porque a sua estreia foi bastante promissora. Curioso para saber se haverá um segundo trabalho deles.
Lançado no cair do pano deste ano, é um dos melhores álbuns que comprei ao longo de 2022. Faz todo o sentido que comece 2023 com ele.

Ricardo Toscano já o tinha ouvido ao vivo com João Barradas, aqui, e não tinha ficado com uma boa impressão dele. Soou algo mortiço, sem sal. 
Gostava de o voltar a ouvir, desta vez apresentando este seu novo trabalho. 


Bom fim de semana 😉🎷🎵








sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

compostagem humana? a favor


A ideia é tornar a morte humana sustentável, verde. Diminuir o espaço ocupado em cemitérios, evitar a introdução de químicos (formaldeido) de preparação do corpo e diminuir a emissão de CO2 ao evitar as cremações.
O conceito, na essência é simples. Aplicar ao corpo humano o que se faz na compostagem de resíduos orgânicos: transformá-los em adubos, em fertilizantes. 

O objectivo, além de visar primariamente a sustentabilidade, tem também uma dose de romantismo associada, que pessoalmente me agrada e atrai, o facto de com a morte pode gerar vida, alimentar vida.
O conceito não é novo. 
Para os mais atentos já existe algum tempo a possiblidade de compostar os animais que connosco partilharam as suas vidas.
No entanto, a compostagem esbarra, de momento, em duas grandes dificuldades: o tempo e o custo.
O tempo, porque decompor um corpo de forma totalmente natural pode demorar quase três meses o que para um processo de luto pode ser difícil de tolerar. O custo, por o processo não estar massificado, uma vez que está nos seus passos iniciais e pela lentidão que demora, pode atingir largos milhares de euros.
Na verdade existe um terceiro obstáculo: a intrometida igreja. Esta, que se julga dona da moral, vida e da morte de todos nós, como se tivesse autoridade efectiva sobre as mesmas, tem oferecido grande resistência a esta nova forma de ver a morte.

Nos Estados Unidos da América, cada vez um número maior de estados têm vindo a legalizar esta prática. Na Europa, a Suécia já o permite.

No que me diz respeito, como já escrevi aqui, esta possibilidade atrai-me de sobremaneira. E pelas duas vertentes, quer a da sustentabilidade, quer a do romantismo - devolver à terra o que é da terra e com a maior pureza e simplicidade possível.













quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Jinxy Jenkins & Lucky Lou


Quando um rapaz muito azarado encontra uma rapariga cheia de sorte isso é... sol na eira e chuva no nabal.
Altamente.