Diz o povo que até ao lavar dos cestos é vindima. E nesta coisa de provérbios, o povo usualmente é sábio.
No penúltimo dia de 2022, comprei um dos discos mais interessantes do jazz nacional deste ano - Chasing Contradictions de Ricardo Toscano.
O saxofonista alto lidera um trio com bateria (João Lopes Pereira) e o contrabaixo de Romeu Tristão.
Chasing Contradictions, da etiqueta portuguesa Clean Feed (uma das melhores no mundo jazz), é o tema que abre o álbum.
Começa uma introdução a solo de Ricardo, entrando depois a secção rítmica em simultâneo de uma forma rápida e densa mas sem esconder todo o trabalho que vai sendo desenvolvido pelo saxofonista. Contrabaixo e saxofone alto silenciam-se para passar testemunho à bateria para brilha num solo fantástico, para depois o saxofonista dar um breve sinal para o contrabaixo entrar e juntamente com a bateria retomar o apoio ao líder do trio.
Este tema dá uma excelente ideia do que vamos ouvir ao longo deste álbum.
Chasing Contradictions, com cinco faixas, é um álbum muito equilibrado, contudo variado e super interessante, com os três músicos a articularem-se muito bem e em diferentes registos, estando, pessoalmente, a bateria de João Pereira perfeita no suporte dado ao saxofone.
Espero que este trio continue a tocar junto porque a sua estreia foi bastante promissora. Curioso para saber se haverá um segundo trabalho deles.
Lançado no cair do pano deste ano, é um dos melhores álbuns que comprei ao longo de 2022. Faz todo o sentido que comece 2023 com ele.
Ricardo Toscano já o tinha ouvido ao vivo com João Barradas, aqui, e não tinha ficado com uma boa impressão dele. Soou algo mortiço, sem sal.
Gostava de o voltar a ouvir, desta vez apresentando este seu novo trabalho.
Bom fim de semana 😉🎷🎵