A ideia é tornar a morte humana sustentável, verde. Diminuir o espaço ocupado em cemitérios, evitar a introdução de químicos (formaldeido) de preparação do corpo e diminuir a emissão de CO2 ao evitar as cremações.
O conceito, na essência é simples. Aplicar ao corpo humano o que se faz na compostagem de resíduos orgânicos: transformá-los em adubos, em fertilizantes.
O objectivo, além de visar primariamente a sustentabilidade, tem também uma dose de romantismo associada, que pessoalmente me agrada e atrai, o facto de com a morte pode gerar vida, alimentar vida.
O conceito não é novo.
Para os mais atentos já existe algum tempo a possiblidade de compostar os animais que connosco partilharam as suas vidas.
No entanto, a compostagem esbarra, de momento, em duas grandes dificuldades: o tempo e o custo.
O tempo, porque decompor um corpo de forma totalmente natural pode demorar quase três meses o que para um processo de luto pode ser difícil de tolerar. O custo, por o processo não estar massificado, uma vez que está nos seus passos iniciais e pela lentidão que demora, pode atingir largos milhares de euros.
Na verdade existe um terceiro obstáculo: a intrometida igreja. Esta, que se julga dona da moral, vida e da morte de todos nós, como se tivesse autoridade efectiva sobre as mesmas, tem oferecido grande resistência a esta nova forma de ver a morte.
Nos Estados Unidos da América, cada vez um número maior de estados têm vindo a legalizar esta prática. Na Europa, a Suécia já o permite.
No que me diz respeito, como já escrevi aqui, esta possibilidade atrai-me de sobremaneira. E pelas duas vertentes, quer a da sustentabilidade, quer a do romantismo - devolver à terra o que é da terra e com a maior pureza e simplicidade possível.
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