sábado, 21 de setembro de 2013

uma música para o fim de semana - Marta Ren


O grande dia chega amanhã, o primeiro dia do Outono, do meu Outono.
Mas hoje celebro o último dia do verão. Acabou.
Acabou o calor opressivo que nos torna apáticos e desinteressados. Acabou o brilho sufocante do sol que nos obriga a usar óculos de sol.
Chega das noites mal dormidas, da roupa que é sempre demasiada, dos interiores quentes dos carros, dos preços caros e inflacionados da época alta. É o fim da silly season.

As cores veranis, monótonas e queimadas pelo sol, são substituídas pela rica e vibrante palete dos tons outonais.
O sol duro e intenso, está agora amenizado. O céu azul, monótono e cansativo passa agora a ter nuvens. Pedacinhos de algodão doce derramados numa infinita toalha azul.
Chegam os aromas das castanhas assadas, dos vinhos novos. Os melhores filmes chegam aos cinemas.
Lêem-se mais livros e a disponibilidade para a música aumenta.
O ar está mais fresco., respira-se melhor e mais profundamente.


Que tema poderia escolher para o fim de semana em que o Outono chega e o verão acaba???
Escrevo a plenos pulmões num alívio quase incontido, o título da canção que a voz da portuguesa Marta Ren canta: Summer's Gone!
O verão foi-se! Encontra-se fechado. Só regressa para o ano. Uff!!!

Apreciem e tenham um belo Outono que dá o seu primeiro passo amanhã. Os próximos três meses serão deslumbrantes.


Bom fim de semana e bom Outono!!!!  :))))





quarta-feira, 18 de setembro de 2013

uma questão de lógicas




A fé inabalável e a persuasão de um argumento sem lógica. A convicção indestrutível da forma como é dita.
Tão desarmante quanto o olhar de uma criança que faz uma afirmação tão inocente que não conseguimos contrapor, sabendo de antemão que não faz sentido o que foi afirmado.

A lógica masculina tem dificuldade em lidar com a sua homóloga feminina. Falta-lhe abrangência, cores e flexibilidade. Não é abstracta. É demasiado linear e pouco tortuosa. Muito preto no branco.
É o mesmo que um alemão inflexível tentar compreender um imprevisível português.

E no entanto elas que são assim, não gostam de trabalhar com elas próprias. É frequente ouvir-se: “Gosto de trabalhar mais com homens”
Como se essa lógica inabalável as impedisse de viver numa sociedade predominantemente feminina.
Vira-se individualmente contra o grupo. São amigas, tagarelas, mas são também tendencialmente e muito silenciosamente viperinas. Aliadas hoje, desconfiadas amanhã. Uma declaração de guerra em potencial.
Falta-lhes corporativismo, união. Por eles não as compreenderem, elas precisam dos homens. Da sua previsibilidade e simplicidade.

Precisam daquela lógica tão particular, de andar à pancada para depois num abraço sincero e cheio de nódoas negras restabelecerem o equilíbrio e o bem-estar universal.
Precisam daquela lógica peculiar de falarem imenso sobre sexo, afirmarem que são capazes de comer todas as mulheres da zona quando depois chega a altura de o fazerem ou quando desafiados por elas a fazerem-no fogem numa atitude de mais olhos que barriga.
Precisam daquela lógica simplória da santíssima trindade das conversas masculinas: carros, mulheres e futebol.

Precisam de ser menos finas, mas não grosseiras. Mais moderadas mas não domadas, de descerem mais à terra mas não deixarem o céu, terem um laivo mais de testosterona mas sem perderem o seu estrogénio.

E no entanto, se elas fossem tudo isto, se realmente precisassem de tudo isto, se este equilíbrio perfeito e insonso existisse... que desilusão seria, que perda seria.
Deixariam de ser encantadoras, perderiam o seu mistério, o seu aroma único. Não precisariam que alguém lhes estacionasse o carro e a sua impulsividade moderada. Seriam aborrecidas e monótonas. O mundo seria um lugar desinteressante, chato e monocromático.

Salvemo-lo então. O melhor mesmo, é alguém dar-lhes já, de imediato, o que elas não sabem que querem.