Música erótica e satirica portuguesa. Talvez um conjunto de Bocages em versão de concertante e igualmente desbocados.
Tal como os Uxu Kalhus e os Diabo na Cruz, os Penicos de Prata souberam reinventar os diversos géneros da música portuguesa, traçar um novo possível caminho para ela e ao mesmo tempo encontrar um nicho só para eles.
Os Penicos de Prata são assim. Tocam a brincar, mas seriamente. As letras são palavrosas mas não ofensivas. Dizem coisas sérias em tom de brincadeira, exigindo inteligência para se conseguir o que os Penicos de Prata buscam e muito provavelmente encontraram.
São um quarteto só de cordas. Violoncelo, guitarra, ukelélé e contrabaixo. Cruzam a música de câmara com a música tradicional portuguesa.
Não sei se terão um grande público, mas vendo o caminho que decidiram trilhar, certamente que não será as grandes audiências e as grandes vendas que os motivam e provavelmente nem estarão muito preocupados com isso.
Creio que tocam para se divertir, inovar e ao mesmo tempo chocar ou abanar um pouco alguns preconceitos musicais, típico objectivo da poesia erótica e satírica.
A letra de - Balofas Carnes - é de um poeta português modernista, contemporâneo e amigo de Fernando Pessoa, chamado António Botto (1897-1959). Era assumidamente homossexual, apesar de casado por toda a sua vida com Carminda Rodrigues e a sua obra reflectia essa a sua natureza.
Caracterizava-se pela boémia, pela sua inteligência, pelo seu humor incisivo e mordaz e por dizer o que não devia e nas alturas em que menos o devia fazer. Foi esse o motivo do seu despedimento na função pública (escriturário). Foi acusado de desrespeito ao seu superior, indisciplina, escrever e declamar poesia nas horas de expediente e insinuações de carácter homossexual a um colega de trabalho.
O poema Balofas Carnes que os Penicos de Prata cantam hoje foi retirado do seu livro de poesia mais conhecido e polémico, Canções. Fernando Pessoa traduziu-o para em inglês em 1930.
A letra de - Balofas Carnes - é de um poeta português modernista, contemporâneo e amigo de Fernando Pessoa, chamado António Botto (1897-1959). Era assumidamente homossexual, apesar de casado por toda a sua vida com Carminda Rodrigues e a sua obra reflectia essa a sua natureza.
Caracterizava-se pela boémia, pela sua inteligência, pelo seu humor incisivo e mordaz e por dizer o que não devia e nas alturas em que menos o devia fazer. Foi esse o motivo do seu despedimento na função pública (escriturário). Foi acusado de desrespeito ao seu superior, indisciplina, escrever e declamar poesia nas horas de expediente e insinuações de carácter homossexual a um colega de trabalho.
O poema Balofas Carnes que os Penicos de Prata cantam hoje foi retirado do seu livro de poesia mais conhecido e polémico, Canções. Fernando Pessoa traduziu-o para em inglês em 1930.
Bom fim de semana :)
Balofas carnes de
balofas tetas
caem aos montões
em duas mamas pretas
chocalhos velhos a
bater na pança
e a puta dança.
Flácidas bimbas sem
expressão nem graça
restos mortais de uma
cusada escassa
a quem do cu só lhe
ficou cagança
e a puta dança.
A ver se caça com
disfarce um chato
coça na cona e vai
rompendo o fato
até que o chato
de morder se cansa
e a puta dança.
Os calos velhos com
sapatos novos
fazem-na andar como
quem pisa ovos
pisando o par de cada
vez que avança
e a puta dança.
Julga-se virgem de
compridas tranças
mas se um cabrito
de cornadas mansas
Julga-se virgem de
compridas tranças
mas se um cabrito
de cornadas mansas
abre a carteira e
generoso acode
e a puta FODE.
abre a carteira e
generoso acode
e a puta FODE.