sábado, 10 de novembro de 2018

uma música para o fim de semana - Vaiapraia e as Rainhas do Baile


Vaiapraia e as Rainhas do Baile é punk em estado puro.
É um trio constituído Rodrigo Vaiapraia (voz e teclado) e as rainhas são a Shelley Barradas (voz, baixo e guitarra), e a Lúcia Vives (voz e bateria).
Amor Duro é nome de álbum, na verdade é um EP, o segundo deste trio e é o nome do tema que abre álbum.

Aborda a temática que é muito querida a Rodrigo Vaiapraia, o queer, a identidade de género, o desejo, o que é marginal.
A letra é áspera libertina e sem papas na língua. A música é explosiva e decadente.


Bom fim de semana ☺



Cas minhas unhas 
Ca minha lábia 
Não há gajo que eu não lacre 
O amor e tanta foda são azeite e vinagre 
O meu amor bué da duro 
O teu emoji passageiro 

A gente começa no Douro e acabamos no Vimeiro 
Confundiste-me na rua com uma bicha qualquer 
É a minha arqui-inimiga, nem à bofetada ela vai aprender 
Podia ser a minha mana, mas é só com ódio que eu sei viver 
Vestimos todas a mesma roupa e o mesmo macho que não nos quer 
E eu não escolho só quero quem me pega que o Amor nunca me quer 
E eu não escolho só quero quem me pega que o Amor nunca me quer 

Aprende já, tá na hora, isto só piora, isto só piora 
Aprende já, tá na hora, isto só piora, isto só piora

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

uma ida ao baú - Downbound Train (Bruce Springsteen)


!984

Foi em Junho de 1984, diz a Wikipedia, que o álbum Born in Usa de Bruce Springsteen viu a luz do dia.
Tudo neste álbum transborda de energia. A voz, a guitarra, as letras, a banda.
Mas são as canções onde esta energia está presente, de uma forma latente, que mais falam comigo.
Estas canções conseguem transmitir, a essência da vida, a dureza do dia a dia.

Downbound Train, de longe a minha preferida de Born in USA e talvez de toda a música de Bruce Springsteen, está carregada desta energia adormecida mas bem presente na letra, na emoção da sua voz.
Ele canta esta canção com uma aceitação, não como resignação, de algo que se perdeu, foi no tempo.
Fá-lo não chorando, mas como quem relata algo que dói, um ferida que está lá mas que já não sangra. Alguém que já ultrapassou o desespero e que vive agora uma tristeza adocicada pela compreensão que a passagem do tempo confere. 

Fantástica esta canção. Continua a falar para mim da mesma foram como quando foi lançada.
Revê-la foi altamente.


Entretanto descobri que, quase, quase há quatro anos, já tinha escrito sobre este álbum mas abordando o tema que dá título ao álbum. E Downbound Train já por lá andava. 




I had a job, I had a girl
I had something going mister in this world
I got laid off down at the lumber yard
Our love went bad, times got hard
Now I work down at the carwash
Where all it ever does is rain
Don't you feel like you're a rider on a downbound train

She just said "Joe I gotta go
We had it once we ain't got it any more"
She packed her bags left me behind
She bought a ticket on the Central Line
Nights as I sleep, I hear that whistle whining
I feel her kiss in the misty rain
And I feel like I'm a rider on a downbound train

Last night I heard your voice
You were crying, crying, you were so alone
You said your love had never died
You were waiting for me at home
Put on my jacket, I ran through the woods
I ran till I thought my chest would explode
There in the clearing, beyond the highway
In the moonlight, our wedding house shone
I rushed through the yard, I burst through the front door
My head pounding hard, up the stairs I climbed
The room was dark, our bed was empty
Then I heard that long whistle whine
And I dropped to my knees, hung my head and cried

Now I swing a sledge hammer on a railroad gang
Knocking down them cross ties, working in the rain
Now don't it feel like you're a rider on a downbound train