A canção é cantada por Eric Idle e também foi ele quem escreveu a letra. Para os mais distraídos, Eric Idle é um dos membros mais influentes, talvez o génio criativo, dos gloriosos Monthy Python.
Por ser apropriada para esta altura do ano, têm que ver directamente no YT.
No vídeo carreguem no link "Ver no YouTube"
Aqui entre nós, eu alinho com Eric 😉
Definitivamente o melhor dia da época de Natal é o dia 26 de Dezembro.
Trip-hop em versão orquestral com uma qualidade de gravação de eleição.
O preto e branco, cheio de gradientes de cinzento, mas em tom ligeiramente escurecido dá um ambiente tremendo a todos o temas do concerto que os belgas Hooverphonic deram no Koningin Elisabethzaal, Antuérpia em 2012.
A voz de Noémie Wolfs é absolutamente cativante. Voz quente, bem controlada e sensual. Algo noir perfeitamente adequada ao tom visual da gravação. Tal como a sua presença em palco. Os arranjos orquestrais são extraordinários, as cordas são sublimes e os sopros bem marcados.
Este concerto foi-me soprado ao ouvido há algum tempo. Ouvi-o várias vezes de uma ponta a outra. Tive dificuldade em escolher um tema favorito, que gostasse de postar. O meu grande dilema foi entre Club Montepulciano, The Night Before, Heart Broken, Vinegar & Salt (a introdução feita pelo piano e violoncelo é belíssima) e Eden.
Por algum motivo desconhecido opto pelo primeiro. Não é bem assim, obviamente.
O baixo de Alex Callier e a guitarra de Rayond Geerts são super texturadas e ouvi-las quando a orquestra está silenciosa é uma delícia. Têm uma sonoridade misteriosa, como se fossem guarda costas. Alguém a abrir a porta para anunciar a entrada em palco da voz envolvente e insinuante de Noémie. As duas assertivas entradas em cena dos trompetes, após os refrões, agarram a nossa atenção com unhas e dentes.
Club Montepulciano foi um exclusivo clube nocturno londrino que esteve aberto entre os anos de 1993 a 2005. Era conhecido por ter uma banda própria e por organizar eventos temáticos com dress code a condizer. Albergava um casino e realizava espectáculos de variedades como cabaret, burlesco e circo.
Se ouvirem as diversas canções deste concerto, e aconselho fortemente a ouvi-lo na totalidade, e compararem com as versões originais, não há uma que seja superior a este concerto.
Deixo os links nos títulos para os outros quatro temas que ficaram para trás 😉
Por último, mas sem ser a última, fica o link da divertida e musicalmente colorida The World is Mine onde a própria orquestra e maestro fazem coro com Noémie Wolfs.
Há muito por onde ouvir, e apreciar, neste incrível concerto ao vivo dos Hooverphonic.
Solsticio de Inverno. Hoje chega a estação mais bonita depois do maravilhoso e poético Outono.
Chega o frio, a neve, as geadas matinais, os troncos a arder nas lareiras e os dias de chuva mais intensos e persistentes.
Os ventos adquirem maior personalidade. As árvores despem-se totalmente, esqueletos cinzentos e misteriosos em dias neblina que cse reflectem nas poças de água no alcatrão ainda mais enegrecido. Os dias alongam-se, a luz cresce relativamente à noite.
Procurei no spotify o que a ECM tinha para me oferecer neste dia. Existe uma playlist adequadamente chamada Deep Winter. São trinta temas que evocam a misteriosa estação que anuncia e faz cair o pano sobre o ano que finda. Decidi portanto escolher uma música desta playlist para o dia de hoje.
Procuro algo que dê aquele toque de branco, de nostalgia, de conforto, de proximidade. Ou, pelo contrário e igualmente belo, um tema gelado que evoque as neblinas estáticas e as manhãs azuladas, os ventos que sacodem a neve acumuladas nas árvores, o minimalismo das paisagens, o frio que faz condensar a respiração e gelar a ponta dos dedos.
Busco um trompete vagaroso, um piano macio, uma guitarra que tange solitária, um violino ou violoncelo dolente e arrastado, um saxofone de notas sustentadas e austeras.
Encontro Husky e Keelwater do trio Lumen Drones - não encontrei os vídeos nem no YT nem no Vimeo - e Trails Crossing de Bjorn Meyer.
A guitarra deste último é perfeita. Misteriosa, enigmática e irrequieta. Etérea e cristalina. Solitária e introspectiva. Leva-nos para as tais paisagens do Inverno gélidas, de atmosferas límpidas e delicadas onde a neve brilha como pequenos diamantes ao ser tocada pela luz tangente do sol baixo do Inverno.
O tema pertence ao álbum Provenance de 2017, onde Bjorn Mayer, músico sueco, toca a solo com guitarra baixo quer eléctrica, quer acústica. O álbum é sublime.