Solsticio de Inverno. Hoje chega a estação mais bonita depois do maravilhoso e poético Outono.
Chega o frio, a neve, as geadas matinais, os troncos a arder nas lareiras e os dias de chuva mais intensos e persistentes.
Os ventos adquirem maior personalidade. As árvores despem-se totalmente, esqueletos cinzentos e misteriosos em dias neblina que cse reflectem nas poças de água no alcatrão ainda mais enegrecido. Os dias alongam-se, a luz cresce relativamente à noite.
Procurei no spotify o que a ECM tinha para me oferecer neste dia. Existe uma playlist adequadamente chamada Deep Winter. São trinta temas que evocam a misteriosa estação que anuncia e faz cair o pano sobre o ano que finda. Decidi portanto escolher uma música desta playlist para o dia de hoje.
Procuro algo que dê aquele toque de branco, de nostalgia, de conforto, de proximidade. Ou, pelo contrário e igualmente belo, um tema gelado que evoque as neblinas estáticas e as manhãs azuladas, os ventos que sacodem a neve acumuladas nas árvores, o minimalismo das paisagens, o frio que faz condensar a respiração e gelar a ponta dos dedos.
Busco um trompete vagaroso, um piano macio, uma guitarra que tange solitária, um violino ou violoncelo dolente e arrastado, um saxofone de notas sustentadas e austeras.
Encontro Husky e Keelwater do trio Lumen Drones - não encontrei os vídeos nem no YT nem no Vimeo - e Trails Crossing de Bjorn Meyer.
A guitarra deste último é perfeita. Misteriosa, enigmática e irrequieta. Etérea e cristalina. Solitária e introspectiva. Leva-nos para as tais paisagens do Inverno gélidas, de atmosferas límpidas e delicadas onde a neve brilha como pequenos diamantes ao ser tocada pela luz tangente do sol baixo do Inverno.
O tema pertence ao álbum Provenance de 2017, onde Bjorn Mayer, músico sueco, toca a solo com guitarra baixo quer eléctrica, quer acústica. O álbum é sublime.
Bom Inverno a todos ⛄
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