Para Além da Curva da Estrada é um poema maravilhoso de Alberto Caeiro, o meu heterónimo preferido de Fernando Pessoa.
Versa sobre a simplicidade do que se vê antes de uma curva da estrada e de como não se deve ser algo de preocupação, de especulação sobre o que está para além dela, sobre aquilo que não se vê, sobre aquilo que talvez nem pode lá estar.
É também o nome do primeiro álbum da pianista portuguesa Isabel Rato.
Lua Lua é um tema simples e sereno. Não nos leva a voar, a ver coisas lá do alto, acima de picos de montanhas, mais alto que tempestades, a ver-nos coisas que ainda não por lá não passámos.
Ele leva-nos pela mão, pela estrada fora. Vemos as folhas caídas no chão, os ramos das árvores pelas quais passamos, o som dos passos a ecoar na estrada percorrida, os pardais que esvoaçam à nossa volta. Sem preocupações, sem antecipações ou coisas complicadas de prever.
Como a vida devia ser, como devíamos ser capazes de a levar. Mesmo quando nos é pedido para o não fazer, mesmo quando falhamos a tentar fazê-lo.
Bom fim de semana ☺