quinta-feira, 13 de maio de 2010

Pedro Passos Coelho

Um político convencer outros políticos a reduzirem igualmente os seus salários e juntarem-se à habitual sacrificada populaça, é no mínimo surpreendente. Isto foi o que Pedro Passos Coelho conseguiu.
Os gestores públicos também foram incluídos neste pacote. Sabendo no entanto que os 5% de redução que lhes couberam, saibam a muito pouco face ao face à enormidade dos seus salários e respectivos prémios.

À parte isto. Mesmo sabendo que qualquer futuro presidente do PSD difícilmente teria um estilo de liderança igual ou na mesma linha ao de Manuel Ferreira Leite, Pedro Passos Coelho está a surpreender.
Se não vejamos. Está a impor-se na cena política portuguesa. Tem iniciativa. Foi ele quem terá telefonado ao Primeiro Ministro após a queda da cotação de Portugal pelas agências de rating a chamar atenção para a importância de mostrar a união dos principais partidos nacionais. É o único apoio que o governo tem para introduzir e negociar as mais recentes políticas financeiras. Está a retirar o protagonismo que o CDS tinha ganho nos tempos da anterior líder do PSD ao negociar a aprovação do OE com o governo. Tem um discurso moderado e consensual. De alguma maneira e até ver parece estar a moralizar a política nacional. Já fez o PSD ultrapassar em intenções de voto o PS e baixar o CDS.

Mas borrou a pintura ao pedir desculpas ao povo português pelas medidas duras que com o seu aval vão para a frente. Foi uma atitude forçada e algo demagógica, quase como se estivesse em campanha eleitoral.
Será que está mais perto do que possamos pensar ???


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Teixeira dos Santos, o Benfica e o Papa

É um facto. O governo é um oportunista inteligente.

Num país entorpecido com a conquista do Benfica do campeonato nacional e em vésperas de adormecer com a visita do Papa Bento XVI nos próximos dias, o ministro Teixeira dos Santos admitiu ontem que a subida dos impostos pode ser uma realidade.
Que é como que diz: "preparem-se porque vai acontecer". E provavelmente virá mais a caminho...
A subida de impostos sempre foi a solução mais fácil e expedita que os governos têm de fazer subir a receita.

E até percebo (resignadamente) que tal tenha que ser feito, mas chateia-me fortemente a sensação de mais uma vez ter sido enganado. Por altura da aprovação final do Orçamento de Estado foi dito e redito que os impostos não iriam aumentar.

Tudo era uma questão de rigor financeiro, contenção e redução da despesa afirmava Teixeira dos Santos.

Custa a creditar (ingenuidade minha) que em 2 ou 3 meses o governo se contradiga, mostrando-se aparentemente incapaz de prever esta situação e recuando mais uma vez nas suas promessas.

É frustrante olhar para o Primeiro Ministro e ver um homem sem convicções ou de convicções erradas, perdido, sem rumo e sem credibilidade.
O pior é que Teixeira dos Santos, talvez um dos poucos ministros confiáveis da equipa de Sócrates, arrisca-se a ir pelo mesmo caminho.