Um político convencer outros políticos a reduzirem igualmente os seus salários e juntarem-se à habitual sacrificada populaça, é no mínimo surpreendente. Isto foi o que Pedro Passos Coelho conseguiu.
Os gestores públicos também foram incluídos neste pacote. Sabendo no entanto que os 5% de redução que lhes couberam, saibam a muito pouco face ao face à enormidade dos seus salários e respectivos prémios.
À parte isto. Mesmo sabendo que qualquer futuro presidente do PSD difícilmente teria um estilo de liderança igual ou na mesma linha ao de Manuel Ferreira Leite, Pedro Passos Coelho está a surpreender.
Se não vejamos. Está a impor-se na cena política portuguesa. Tem iniciativa. Foi ele quem terá telefonado ao Primeiro Ministro após a queda da cotação de Portugal pelas agências de rating a chamar atenção para a importância de mostrar a união dos principais partidos nacionais. É o único apoio que o governo tem para introduzir e negociar as mais recentes políticas financeiras. Está a retirar o protagonismo que o CDS tinha ganho nos tempos da anterior líder do PSD ao negociar a aprovação do OE com o governo. Tem um discurso moderado e consensual. De alguma maneira e até ver parece estar a moralizar a política nacional. Já fez o PSD ultrapassar em intenções de voto o PS e baixar o CDS.Mas borrou a pintura ao pedir desculpas ao povo português pelas medidas duras que com o seu aval vão para a frente. Foi uma atitude forçada e algo demagógica, quase como se estivesse em campanha eleitoral.
Será que está mais perto do que possamos pensar ???