sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

politicando...

Não gosto de política, mas não sou apolítico.
Tal como a maioria da população portuguesa, considero a política suja, corrupta, pouco transparente e nem sempre está ao serviço do povo.
Com os resultados das eleições legislativas em finais do ano passado, contudo, para mim ganhou um novo interesse. A maioria relativa do PS, obriga o mesmo a depender de terceiros (algo a que não estava habituado) para conseguir ou tentar atingir os objectivos a que se propôs.

Todo o jogo de interesses, bastidores e de cintura dos partidos políticos está bem patente e mais visível na discussão que desde há alguns dias atrás se desenrola para viabilizar o Orçamento de Estado (OE) para o corrente ano.
O CDS está a assumir-se como um partido de parceria preferencial com o governo e claramente está a ganhar protagonismo. Vai ganhar prestígio e ver aumentada a sua importância política. As próximas eleições que ocorrerem irão demonstrar isso.
A esquerda não se conforma com isto. Penso que se está a isolar (e a ser isolada) perdendo o seu tradicional e recentemente aumentado espaço político, consequência do alargamento do eleitorado favorável ao Bloco de Esquerda nas diversas eleições do ano passado.

A reboque, sem ideias e secundarizado pela dinâmica do CDS, Manuela Ferreira Leite vai tentando manter a cabeça do PSD acima do atoleiro em que encontra, transmitindo uma falsa impressão de firmeza e de domínio da situação. Verdade que o governo ainda precisa do PSD para a viabilização do seu OE, pelo menos da sua abstenção, por isso ajuda Manuela Ferreira Leite ao estender a mão da credibilização política em público, afirmando através de Teixeira dos Santos que o PSD nas posições que tem vindo a assumir pretende defender o que julga ser do interesse do país. Simpático.
Mas é o PS e acima de tudo José Sócrates que talvez estejam a retirar a maior lição de todos os que estão envolvidos neste processo: a aprendizagem da humildade.

Como previsto, o nosso Primeiro Ministro está mais moderado, a sua tradicional arrogância está diminuída. Aparece menos vezes em público e na televisão. Fala menos. Não assume o protagonismo neste processo de negociação do OE, critica menos os partidos da oposição (porque precisa deles) e respeita (pouco) mais os seus líderes.
E só lucra porque no estado em que o país está, com os principais indicadores económicos em queda, previsões de crescimento pouco optimistas, ausência de concursos público ou quando os há pouco transparentes, combustíveis em alta e o Tribunal de Contas a "importunar", a recatez e descrição só lhe fica bem. E o país tem o merecido descanso desta figura tão... omnipresente.

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