sábado, 17 de março de 2018

uma música para o fim de semana - Quarteto 1111


Surgiram em 1967. Pontificava neles José Cid.
Tozé Brito, outro dos nomes fortes do Quarteto 1111 só apareceria na formação em 1970.
É neste ano e após a sua entrada na formação e sugerido por José Cid que surge um single, composto por Tozé Brito e sobre um texto de uma peça de Gil Vicente, chamado Todo o Mundo e Ninguém.

A música não é de todo tão conhecida como a Lenda de El Rei Don Sebastião.
Mas é uma das minhas preferidas deles. Mas não é só minha.

No ano passado Jay Z descobre que também gosta e pede autorização para usar um sample de Todo o Mundo e Ninguém numa canção sua.
A autorização foi dada e ela surge no tema Marcy Me do rapper norte-americano do seu álbum 4:44.
Nada de especial.

Bom, bom é o original.


Bom fim de semana ☺






quarta-feira, 14 de março de 2018

Stephen Hawking (1942-2018)


A poluição, a ganância e a estupidez são as maiores ameaças ao planeta.

Stephen Hawking


Stephen Hawking morreu. Arrepiei-me quando soube disto. Existem poucas pessoas no mundo da ciência pela qual tenha uma admiração sem limites, como a que tenho pelo astrofísico britânico.
Quase tudo o que rodeia este cientista é conhecido: a sua história, a sua vida, a sua doença, a sua obra.

Mas o que me faz admirar incondicionalmente Stephen Hawing é a sua genialidade.
A coragem que o fez questionar (factualmente) a existência de Deus, a determinação em explicar o Universo, a sua origem e o seu funcionamento através de Santo Graal da física: a Teoria do Tudo, a junção da teoria da gravidade com a teoria da mecânica quântica.
Que mostrou que ao contrário do que se pensava, que um buraco negro para além de esmagar irremediavelmente, de atrair para si tudo o que está na sua área de influência, é capaz de fazer o impossível: gerar partículas e radiação.

Um homem que conseguiu colocar por palavras aquilo que o pensamento empírico não consegue imaginar: a Breve a História do Tempo é um dos livros de ciência mais comprados de sempre.
Não sei se será o mais lido, mas garantidamente que não será o mais compreendido.
A propósito

Nas datas de nascimento e morte, Stephen Hawking foi igualmente grandioso.
Nasceu a 8 de Janeiro de 1942 exactamente 300 anos depois da morte de Galileu e morreu no mesmo dia em que Albert Einstein nasceu (14 de Março 1879).
Para além que o dia de 14 de Março é conhecido, e celebrado, como o dia do PI. Pela notação americana da data, 03.14 (Março, 14) este número representa o valor mais conhecido do PI com duas casas decimais- 3.14.
O que para um matemático e físico não deixa de ser um dia simbolicamente especial.

Uma das imagens de marca do astrofísico é estar sentado numa cadeira de rodas, para onde a doença Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), detectada quando tinha apenas 21 anos, o atirou de vez para uma cadeira, que equipada com um computador, que lhe sintetizava a voz ao ler o movimento do seu olhar por um teclado.
Fujo intencionalmente a esta imagem clássica e dolorosa.
Gosto particularmente do momento em que Stephen Hawking experimentou a gravidade zero, em Abril de 2007: tem um sorriso do tamanho do Cosmos. O sorriso de alguém que mais que ter conseguido completar uma teoria complicadíssima, foi o de ter concretizado um sonho.

Como li algures...

Rest in Physics





terça-feira, 13 de março de 2018

of mice and moon (dos ratos e da Lua)


O polaco Michael Grejniec escreveu um conto infantil chamado - A que sabe a Lua?
Isto era uma pergunta cuja resposta os animais queriam muito saber. Para isso decidiram empilhar-se uns em cima dos outros até que um deles chegasse a ela e lhe desse uma dentada.
Foi o rato, o mais pequenos dos animais que deu a desejada dentada.
E foi passando as migalhas para que todos animais provassem o seu sabor.
Cada um dos que estavam envolvidos nesta escada improvisada, descobriu que a Lua sabia exactamente a aquilo que mais gostavam.

Para o rato filho desta curta, a lua é um queijo e só pode saber a um.
O rato pai alimenta esta fantasia e arranja uma forma de provar que o seu filhote tem razão.
A simplicidade da inocência é algo de espantoso. Quando crescemos perdemo-la e se por acaso até a conseguimos mantê-la, no mínimo somos catalogadas de crianças, criançolas, patetas e por aí fora.

É o que mais falta no mundo dos seres humanos: um toque de magia, um toque de ternura, de deslumbre, de espanto, de olhos abertos da descoberta. Ingenuidade.
Tudo à nossa volta seria tão mais bonito, tão mais agradável e bom para todos os que partilham este planeta, se acreditássemos que a lua é feita de queijo.

No mundo actual, um mundo de adultos sérios, racionais, monótonos, um mundo onde a magia está praticamente ausente do dia a dia, estes dois ratos - o pai e o filho - seria mortos à vassourada ou envenenados.