sábado, 13 de maio de 2017

tão natural quanto a sua sede





uma música para o fim de semana - First Breath After Coma


Isto hoje é um dia complicado.
Mas Salazar teria ficado satisfeito com o dia de hoje. Os seus três Fs preferidos, os seus três grandes pilares (Fátima, Futebol e Fado) estão grandiosamente presentes.


Nos últimos dois dias temos sido inundados até exaustão com a ida do Papa a Fátima. A possibilidade de o Benfica conquistar o tetra campeonato de futebol pela primeira vez na sua história, não sai da cabeça de pelo menos de tantos quantos os que foram a Fátima.
E com Fátima e Futebol ao mesmo tempo, falta o Fado.

Não será um fado genuíno, mas um aproximado, a música que mais logo Salvador Sobral vai cantar na final da Eurovisão, em Kieve, na Ucrânia, aos saltinhos e a mexer muito os dedinhos das mãos.
Pensar neste dia dá vontade nos esconder num buraco bem profundo e esperar que acabe o mais depressa possível.

Para ajudar pensei que o dream pop do trabalho mais recente, Drifter, dos First Breath After Coma, um F anti-salazar e bem mais saudável, podiam dar um jeitão para nos dar um alento para suportar esta punição.
Eles são donos de uma electrónica sofisticada, serena e claro, onírica. Nagmani é o tema que lança o álbum.
É a segunda vez que os First Breath After Coma sobem aos palcos da Esteira.


Bom fim de semana ☺

P.S. Ok. Faço uma concessão e alinho com um dos Fs salazaristas, o do futebol. Que o Benfica ganhe o tetra já hoje... 😇






sexta-feira, 12 de maio de 2017

um poema de... José Régio (sobre Maio)



Canção de Primavera


Eu, dar flor, já não dou. Mas vós, ó flores,
Pois que Maio chegou,
Revesti-o de clâmides de cores!
Que eu, dar, flor, já não dou.

Eu, cantar, já não canto. Mas vós, aves,
Acordai desse azul, calado há tanto,
As infinitas naves!
Que eu, cantar, já não canto.

Eu, Invernos e Outonos recalcados
Regelaram meu ser neste arrepio…
Aquece tu, ó sol, jardins e prados!
Que eu, é de mim o frio.

Eu, Maio, já não tenho. Mas tu, Maio,
Vem com tua paixão,
Prostrar a terra em cálido desmaio!
Que eu, ter Maio, já não.

Que eu, dar flor, já não dou; cantar, não canto;
Ter sol, não tenho; e amar…
Mas, se não amo,
Como é que, Maio em flor, te chamo tanto,
E não por mim assim te chamo?


José Régio

segunda-feira, 8 de maio de 2017

série "estatísticas da vida" - CCXXIII


É como aquele pedaço de comer que se atravessa na garganta e atrapalha até que finalmente desce e esta finalmente desentupida.
Mais ou menos isso...