sábado, 14 de junho de 2014

uma música para o fim de semana - Rui Massena


A música para o fim de semana é de um maestro português chamado Rui Massena.
É aquele tipo com ar simpático e de cabelo eternamente despenteado que em 2013 apresentou uma série pedagógica e muito acessível sobre música sinfónica chamada "Música Maestro" e foi também o mentor de uma experiência musical com os Expensive Soul que ficou conhecida - e com grande sucesso - por Expensive Soul Synphonic Experience.




Aproveitando a passada data de 6 de Junho, os setenta anos do Dia-D, Rui Massena estreou-se como compositor ao compor uma peça para piano que denominou D-Day.

Ela é muito bonita. Oscila entre momentos de tranquilidade e outros de tensão. Mas pessoalmente falta-lhe mais dramatismo, mais vermelho, mais sangue, mais dor, ouvir as armas a gritarem morte.
É pena por isso que ela seja curta. Se tivesse literalmente mais um par de minutos talvez conseguisse explanar mais o tema, aprofundar os seus sentimentos, as emoções do dia que ele evoca.
E quando acaba, apanha-me um pouco de surpresa. Gostava de ouvir mais, porque mesmo com a falta de dramatismo, a música é muito envolvente.


Bom fim de semana :)





quinta-feira, 12 de junho de 2014

Grande Ecrã - O Chef


Numa altura em tudo quanto é programa de televisão, livros e revistas estão inundados de receitas e de palavras como Chef fulano, Chef sicrano por todo o lado, ir ver um filme chamado Chef soa a... cliché.

Mas estava curioso como é que Jon Favreau, um realizador habituado aos grandes orçamentos, produções e efeitos especiais como os dois primeiros Iron Man e Cowboys & Aliens lidaria com um projecto de carácter mais intimo, mais caseiro, mais pessoal, classificado como comédia e com argumento igualmente escrito por si.

Carl Jasper (Jon Favreau) é o chef de um grande restaurante de sucesso mas cansado de estar a cozinhar os mesmos pratos e impedido de criar o que gostaria, deixa o restaurante após ter confrontado veementemente, devido uma crítica destrutiva, um famoso crítico e bloger de gastronomia.
A sua vida pessoal também não é das melhores.
Divorciado, é quase um pai ausente para filho devido à indisponibilidade e falta de tempo que a profissão lhe exige.
A partir daqui o argumento torna-se previsível.

Desempregado, informaticamente ileterato, é o seu filho, o muito jovem Percy (Emjay Anthony), que o vai iniciar nas redes sociais e com isso assumir um papel importante no desenrolar do argumento. Sabemos que vai bater no fundo, erguer-se e tornar-se o maior cozinheiro de uma roulote de comida. Aliás, bem cedo no filme recebemos essa dica...

Foi buscar alguns velhos conhecidos dele de outras andanças e deu-lhes papeis efémeros.
Robert Downey Jr e Scarlett Johansson. Se o primeiro está razoavelmente desenvolvido para percebermos a sua aparição e influência no desenrolar do filme, Scarlett fica no limbo, sem sabermos muito bem a lógica por trás da sua aparição.
Dustin Hoffman (Riva) é o dono do restaurante de onde Carl Jasper viria a sair. É ele quem insiste que em pratos ganhadores não se mexe e corta cerce toda a criatividade que o seu chef tanto desejava. É o catalisador para a mudança de vida de Carl. Riva é o prefácio que serve para apresentar o trama do filme.
Outra personagem quase vazia apesar das suas aparições serem bem mais constantes é a sua ex-mulher protagonizada por Sofia Vergara que parece ser só bonita. Como actriz não parece que convença muito.

Martin (John Leguizamo) é o seu fiel ajudante de cozinha e cuja experiência e presença na nova vida de Carl Jasper é crucial para o futuro sucesso.
É pois por entre as personagens de Carl, Martin e Percy que o filme verdadeiramente passa. Jon Favreau começa algo titubeante, mas depois parece ir agarrando o seu papel cada vez melhor.

O mais imaginativo deste filme é a maneira como os twitters são apresentados e enviados. O oposto é já no cair do pano. A proposta do crítico de gastronomia, Ramsey Michel construído por Oliver Platt de uma maneira sensaborona, quando encontra de novo Carl Jasper já bem recuperado da sua queda e em plena felicidade.
O filme poderia ter acabado uns bons quinze ou vinte minutos antes.

Não é um filme propriamente gourmet, mas também não é fast food. Argumento muito denunciado, lento a desenrolar-se e com as personagens secundárias muito esvaziadas. A realização está, felizmente, longe de ter a exuberância dos filmes mainstream que Favreau realizou e nem faria sentido se assim fosse.
Muito bem filmado os pratos, a sua confecção, os aromas e o ambiente que se vive dentro e fora de uma roulote.

O Chef apela aos sentidos e é muito sugestivo. Para quem for amante deste tipo de comer, ao sair da sala, de certeza que se vai enfiar na primeira roulote de comida de rua que encontrar à beira de uma estrada.