sábado, 30 de abril de 2011

uma música para o fim de semana - Baile Popular


Gosto da jovialidade desta canção e da simplicidade da sua letra.
As raizes populares da sua música e letra são inegáveis. Dá mesmo vontade vontade de pular e saltitar ou não dessa maneira a maneira como o vídeo foi filmado :).

A música chama-se "rosa à janela" e o grupo Baile Popular é liderado por João Gil,  sendo também o seu mais recente projecto.
O nome do álbum é homónimo do grupo - Baile Popular.




sexta-feira, 29 de abril de 2011

World Press Photo 2011



Existem dois tipos de fotografias das quais gosto e com as quais me identifico particularmente: a de viagens e o fotojornalismo.

Da primeira categoria não conheço nenhum evento à escala global que mostre o que de melhor se faz nesta área, mas relativamente à segunda há claramente uma, a World Press Photo.

E que será provavelmente a exposição de fotografia mais conhecida pelo grande público.



Foi a fotógrafa sul africana Jodi Bieber que ganhou a edição deste ano do concurso que dá origem à exposição, com a fotografia da jovem afegã Bibi Aisha, mutilada pelo marido no nariz e orelhas e que foi capa da revista Time em Agosto do ano passado.

Anualmente esta exposição faz um circuito mundial e Lisboa tem sido, felizmente, uma das cidades regularmente contempladas com esse privilégio.
Este ano a World Press Photo vai estar em exibição em Lisboa, Belém, no Museu da Electricidade entre os dias 29 de Abril e 26 de Maio.

Para além de Lisboa irá também estar em Portimão, no Museu de Portimão entre os dias 05 de Agosto a 28 de Agosto e no norte de Portugal na Maia, no Fórum da Maia nos dias 17 de Novembro a 13 de Dezembro.

Três locais onde se pode experimentar a emotividade e a força do fotojornalismo, que nos traz e mostra realidades muitas vezes duras e brutais e muitas vezes belas e delicadas, muitas vezes distantes de nós e outras vezes estão... mesmo ao virar da nossa esquina.
Definitivamente a não perder.


Texto publicado na revista de artes online Textualino.

dia mundial da dança





quarta-feira, 27 de abril de 2011

25 anos de Chernobyl


Chernobyl, o pior acidente nuclear que jamais aconteceu, foi há 25 anos no dia 26 de Abril de 1986.
Comemorou-se esse dia - se é que se pode falar em comemoração - ontem, dia 26.

Foi uma altura aproveitada para mais uma vez se erguerem vozes contra o nuclear e questionar e apontar o dedo a este tipo de energia.

Pessoalmente vou contra a corrente. Advogo e defendo a energia nuclear.
Creio que cada vez mais será uma opção a ser considerada por países que ainda não tenham optado por ela.
À medida que o preço do petróleo sobe cada vez mais, será também cada vez mais uma questão a ser e a ter que ser pensada.

Por muito que se deseje, e eu sou também um deles, que as energias renováveis tenham um peso cada vez maior no fornecimento de energia eléctrica, a verdade é que ainda não têm o desenvolvimento tecnológico que as tornem baratas e as façam assumir como fornecedores privilegiados de energia.
Estão ainda a dar os seus primeiros passos. Podem vir a ser uma opção, mas ainda não o são.

O grande problema da energia nuclear não reside nela própria, mas sim no Homem. Reside na sua não preparação para lidar com ela. E com isto quero dizer seriedade.
Todos os problemas que surgiram com centrais nucleares, Three Mile Island em 1979, Chernobyl em 1986 e Fukushima agora este ano, só para mencionar os mais conhecidos, resultaram de problemas e falhas humanas. Desrespeito por regras de segurança e de manutenção. Negligência. Falhou o mais importante: bom senso e respeito pela energia nuclear.

Considero que o verdadeiro problema da energia nuclear é a gestão dos seu resíduos. É aqui que reside o seu calcanhar de Aquiles.
São altamente radioactivos e com tempos de meia vida que podem atingir as centenas de anos ou até mais.
Mas também existe a outra face da moeda. É dos seus subprodutos que a medicina vai buscar os elementos radioactivos para fazer radioterapia. E é o único meio de os obter.

E se pensarmos em acidentes e suas consequências, a energia de origem fóssil, causou mais problemas que as centrais nucleares. E a duração e permanência dos seus danos no meio ambiente não acredito que tenham sido verdadeiramente contabilizados ou sequer que sejam conhecidos.
Os n derrames de petróleo que já aconteceram um pouco por todo o lado tiveram e estão a ter custos económicos e ambientais que não estão ou não foram seriamente mensurados ou estão mascarados.
O custos e as consequências da poluição atmosférica, devido a lançamentos contínuos à escala global de toneladas de CO2 para a atmosfera são tão grandes e de âmbito tão generalizado que ainda não se percebe verdadeiramente o seu alcance.

O certo é que há muita gente assustada com o aquecimento global e o que poderá advir dele.
Quando se pensa em escalas temporais dos danos causados pela queima de energia fóssil, já se pensa não em centenas de anos, mas sim em dezenas de anos. Estas escalas temporais são sistematicamente encurtadas e aceleradas à medida que novos dados vão sendo conhecidos.
Os alertas ambientais lançados por cientistas e ambientalistas soam por todo o lado e sabemos que grande parte deles são ignorados.

Quando começaram os problemas da central japonesa de Fukushima após o terramoto e respectivo tsunami do passado dia 11 de Março, a primeira coisa que os países do nuclear fizeram foi verificar e repensar as regras de segurança.
Pede-se que o Japão feche as suas centrais nucleares, mas não acredito que o faça. Precisamente devido à sua dependência e pelo facto de ser uma energia relativamente barata.

Comparo à queda de um avião. Estuda-se, repensa-se e estabelecem-se novas regras de segurança ou de concepção.
E no entanto cada vez que há um acidente com um, as consequências são sempre elevadas, trágicas e dolorosas.
Mas até ao momento, ainda não acabaram com ele.


segunda-feira, 25 de abril de 2011

uma pergunta pertinente





Grande Ecrã - A Rapariga do Capuz Vermelho (Red Riding Hood)


A Rapariga do Capuz Vermelho é aquilo que eu chamo "o meu lixo".

São todos aqueles filmes que não são necessários ver no cinema e que fazemos melhor esperar que eles cheguem gratuitamente aos nossos olhos pela televisão - sempre são menos uns bilhetes que se pagam - mas que mesmo assim vou ver.
Portanto neste aspecto, não saí de lá desiludido porque já sabia ao que ia.

Além que tinha a vã esperança de poder voltar a ver um filme que abordava a história do capuchinho vermelho e que exercesse em mim mesmo que vagamente, o fascínio que a Companhia dos Lobos de Neil Jordan conseguiu exercer. Mas Catherine Hardwicke está, muito, muito longe de ser Neil Jordan.

O filme não nos agarra, não cria suspense e não provoca sequer um calafrio na espinha. Não é credível numa potencial reconstituição de uma época de crenças em bruxas e superstições. É superficial e muito plastificado.

Os pretendentes à mão de Valerie, Cesaire e Peter, são assépticos e vazios e até o Lobo, poderia ser mais impressionante e poderoso.
Gary Oldman, o padre Solomon, é excessivo. Muito exuberante, muito gestos grandiosos, muito esbracejar, muitas frase melodramáticas... para nada.
Não convence em nenhum instante. Nem mesmo quando conta a história pseudo-comovente de como a sua mulher morreu.
Quanto a Amanda Seyfried como Valerie - o capuchinho vermelho - ainda é o melhor na representação. Mais expressiva e menos plastificada.

A festa de celebração, quando se pensava que o Lobo tinha sido morto, em tons e sons de rave e a sugerir uma orgia é absolutamente descabida e descontextualizada do filme e certamente da época.

Qual a vantagem de ter ido ver este filme?
É um filme para indefectíveis do tema, para voltar a ver a cara laroca de Amanda Seyfried que pessoalmente já não via desde Mamma Mia! e pela atmosfera onírica e um tudo nada obscura em que somos envolvidos.