Na Europa a duas velocidades, existe uma designação pejorativa para os países que circulam na velocidade mais baixa: PIIGS.
É o acrónimo inglês para Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Spain (Espanha).Dois destes países já estão sob a ajuda financeira do FMI. Inicialmente a Grécia e agora a Irlanda.
Por pressão dos restantes países europeus (Alemanha) ou por vontade própria, acredito piamente na primeira hipótese, Portugal será o terceiro país a ter, brevemente, a intervenção do FMI.
O objectivo será proteger a Espanha, tem os seus juros a subir, de acções especulativas que a ponham em causa.
Se a Espanha cair diz-se que toda a Europa vai tremer, o que na prática, significa que o Euro está em risco.
Mas já se fala igualmente em Itália e a Bélgica já está sob pressão, porque tem os seus juros a subir apesar de estes serem ainda baixos e até há quem esteja nervoso em… França. Um dos pilares europeus!
Mais do que a crise europeia, tem que se falar numa crise do Euro e das premissas em que este assenta.
Recentemente, Angela Merkl ao insinuar que outros países deveriam solicitar um pedido de ajuda económica ao FMI e à UE só vem agravar e aumentar as pressões que existem sobre Portugal e Espanha e logo sobre a própria Europa.
À medida que os pacotes de ajuda se sucederem, o dito nervosismo vai aumentar e com ele os juros. O facto é que os mercados estão numa dinâmica de ganância, de ganhar dinheiro com os juros altos e isso só os torna ainda mais apetecíveis. Pescadinha de rabo na boca.
É uma maré a varrer a Europa. Pode começar pelos que andam na velocidade mais baixa, mas certamente irá (já começou...) contaminar os mais rápidos.
Há só uma hipótese: a UE - principalmente os 16 da moeda Euro - funcionar como um só todo. Solidária.
Um conceito que apesar de todas as políticas comuns da agricultura, pescas, imigração, do espaço Schengen, etc..., etc... a Europa ainda não conseguiu atingir.
Caso contrário, arrisca-se a ser um monumental falhanço político e económico.