sábado, 27 de dezembro de 2014

uma música para o fim de semana - Joe Cocker


Esta é uma edição especial de "uma música para o fim de semana".
Na segunda-feira passada, dia 22, uma das míticas vozes da música actual silenciou-se. Joe Cocker morreu aos 70 anos, vítima de cancro do pulmão.
Nasceu em Sheffield, Inglaterra a 20 de Maio de 1944.

Viu o mundo a seus pés e depois os pés do mundo. Do ponto mais alto dos tops musicais e de vendas passou para o lamaçal do álcool e das drogas para depois se erguer de novo para os tops.

Ao longo da sua carreira de mais de cinquenta anos lançou cerca de quarenta álbuns.

Foi um dos participantes mais marcantes do legendário festival Woodstock de 1969 e depois no bastante menos lendário e já quase esquecido Woodstock II em 1994.

Ganharia um Oscar e um Grammy pelo dueto com Jennifer Warnes com a canção Up Where We Belong do filme Oficial e Cavalheiro

Joe Cocker devia ser o inglês com a voz mais rouca de sempre.
Essa é uma das razões porque gosto dele. O seu timbre tão distintivo e a sua presença peculiar em palco.
A sua voz rouca terá tido origem nos tempos em que era aprendiz de instalações de gás natural e propano.

A outra razão bem podia ser o seu tema de Nove Semanas e Meia - You Can Leave Your Hat On - o que não era descabido de todo.
Talvez seja esta canção e o cover de 1968 dos Beatles - With a Little Help from my Friends - que cantou em Woodstock que o tornaram um gigante na música.

Mas saio da sensualidade de Kim Basinger e prefiro entrar na noite inquieta, cheia de angústias e de telefonemas nocturnos nunca atendidos que Joe Cocker cantou em Night Calls.
A minha preferida dele.

Como alguém escreveu: "Rest with the best"


Bom fim de semana e de caminho... Bom Ano Novo 2015 :)




Night Calls

The night gang started working
With a mile of southern road
As I watched
I got to thinking
You ain't never coming home
I looked out of nowhere
There was nobody at all
To get me help
To get through to you
I'm here making night calls

Night calls
Making night calls
Night calls
Making night calls

I tried too hard to reach you
But you must be moving fast
All my hopes about the future
Will just live on, Into the past
You know that it ain't easy
And the twilight starts to fade
Sittin here
In the chill of the morning
Thinking of the plans we made

Oh, night calls
Making night calls
Let it ring
The night calls
Making night calls
Oh, night calls
Give up those night calls

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

post nº 1000! E o futuro?


Este número é mesmo grande! Pelo menos para quem tem um blog :)

Nunca pensei neste número quando comecei este blog.
Muito recentemente é que me apercebi que o estava a atingir. Tive que passar os 980 posts para me aperceber que faltava pouco.

É estranho confesso. Escrevi muita coisa.
Dei asas à imaginação e provavelmente não deve ter havido nenhum tema que não tivesse sido mencionado.

A música foi um dos temas que mais passaram por aqui. Ela diz-me muito. E preciso dela como pão para a boca. Especialmente na forma de jazz, por quem eu tenho paixão assolapada.

Uma Música Para o Fim de Semana é a rubrica mais regular da Esteira. Só de música portuguesa.
O que a torna por vezes difícil de a manter porque gosto de variar. Não é só o que está na moda e os nomes consagrados, mas também aqueles que pouca gente conhece, incluindo eu, ou os que estão a emergir.
A dificultar a tarefa é o facto de não navegar normalmente em águas portuguesas. É a minha única preocupação que o blog me traz.

Mas é uma das maiores fontes de entrada no blog. Por uma feliz coincidência há muita gente que em busca das letras de canções portuguesas e devido ao nome Esteira de Letras vai parar ao blog e fica a brincar um mais pouquinho.

Houve um período em que escrevia sobre a música que comprava. Mas quando comprava, quatro a seis cds de música - entenda-se de jazz - de uma só vez, a coisa era verdadeiramente desesperante. Por isso desisti disso. Do escrever. Porque quanto a comprar, eles continuam a aparecer a uma velocidade tal que se torna pouco "recomendável" que continue com esse ritmo.

Outro dos grandes temas que foram (e continuarão a ser) abordados e simultâneamente uma grande fonte de entrada no blog, é as touradas.
Sou visceralmente contra esta abjecta, vil e putrefacta actividade. É cruel e inútil para a sociedade. Quem participa nela directa ou indirectamente, ofende-me directamente. Quem me conhece sabe que o sofrimento animal, qualquer que ele seja, faz-me também sofrer. E por vezes muito.

Em 2015, a causa animal, e não só pelas touradas, será abordado de uma maneira mais ampla e visível.

A política está praticamente ausente da Esteira. Apesar de ter sido quase ela que sustentou o blog nos seus primeiros passos. Melhor. Não foi a política. Foi essa coisa que se chama Sócrates e que agora deixou o seu apartamento em Paris e mudou-se para uma cadeia em Évora.
Mas este seboso contribuiu com uns valentes posts para o número 1000.

Uma das minhas grandes paixões é o cinema. A sua presença na Esteira já foi mais intensa que o é actualmente.
Escrever para o Grande Ecrã não é fácil. Dá montes de trabalho e para o número de vezes que vou ao cinema seria de loucos. Mas será algo que tentarei pôr mais vezes em dia. Pelo menos os mais marcantes.

Futuro? Não sei. Deixar fluir como até aqui. Mas tendo chegado ao milhar de posts, a pergunta e a dúvida que surge é se consigo chegar aos dois milhares.
Para aqui chegar foram precisos de cerca de cinco anos de existência de Esteira. Mas a grande questão não é o hipotético e muito longínquo post 2000, mas sim se ela se aguenta o tempo suficiente para lá chegar.

Ao longo destes cinco anos e entre posts, a Esteira já esteve com os pés para a cova várias vezes.
Mas umas respirações de urgência entre dedos e teclado permitiram a sua sobrevivência até aqui, até ao nº 1000.

Mas como diz a sabedoria popular, um post de cada vez. Para já... Miiiiiiiiiiiiiiill!!! :)




Obrigado J. Cris :) Se bem que a tua igreja não tenha primado pelo mesmo...


quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Feliz Natal 2014


Nascer do sol na Terra mas visto a partir do espaço.
A sua curvatura é visível pela atmosfera azul a sobressair no negro do espaço, pontilhada pela mancha alaranjada do sol nascente.

Uma prenda de Natal muito bela do nosso planeta para os seu habitantes :)





segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Joe Cocker - a lenda partiu


O homem que cantou a canção mais associada ao striptease de todos os tempos, morreu hoje aos setenta anos.

Joe Cocker que cantou You Can Leave Your Hat On, o tema forte do filme Nove Semanas e Meia, conseguiu a proeza de ser a sua canção a invocar o filme em vez de o contrário.

Mas a Kim Basinger também deu uma (boa) ajudinha...






Sinceramente prefiro a versão de 2013 ao vivo em Colónia deste tema, mesmo não tendo a participação da dita actriz.




série "estatísticas da vida" - CIV



Eles andam aí... ;)




domingo, 21 de dezembro de 2014

Ode ao Inverno



Noruega, ilha de Sammaroy - crédito Pedro Costa


Ode ao Inverno

Inverno que não é triste
preciso é saber apreciar
a chuva que bate em riste
nas janelas a musicar

ondas e marés fazem-se sentir
espuma e maresias andam no ar
bate na praia de lábios a sorrir
ruidoso na areia a cantarolar

abanam caindo agradecidos
silhuetas pretas e inocentes
no chão pousam descontraídos
os ramos de folhas ausentes

troncos em lareiras a crepitar
secos encontrados no verão
encantado a vê-la dançar
a chama mais o seu clarão

água em poças aqui e ali
passa-se pé ante pé
da chuva não fugi
na pedra dei-lhe a minha fé

se por sorte no Inverno neva
sente-se bem que ela é fria
o teu sorriso ela não te leva
na minha mão te guardaria

paisagem a preto e branco
que tão bela e tão pura
vi-a carregado de espanto
esta alma que ela protege e cura

Inverno de personalidade
tão profundo e imenso
no verão vou ter saudade
de ti que muito penso


Inkheart