sábado, 22 de dezembro de 2018

uma música para o fim de semana - Xutos & Pontapés


É a última canção do mítico álbum 88, dos Xutos & Pontapés, que celebrou este ano 30 anos.
Propositadamente deixei as Torres da Cinciberlãndia para o fim.

Último, porque foi precisei de algum tempo para gostar desta canção e último porque sempre pensei que até ao último instante chegasse a descobrir onde ficam estas Torres.
Mesmo os Xutos dando umas pistas para chegar até lá...

Ele há um sítio entre a estrada e o mar 
que fica de fora para quem lá quer chegar.


Fui perguntado aqui e ali, a algum pessoal mais batido nos Xutos e até no Google, mas... zerix!!
Que se lix o certo, é que as Torres da Cinciberlândia, alguém sabe onde ficam?? tem uma energia contagiante e faz parte daquelas músicas do que pessoal não valoriza muito, mas que eu nos concertos deles fico sempre à espera que conste no alinhamento.


Bom fim de semana  ☺




As Torres da Cinciberlândia

Ele há um sítio entre a estrada e o mar
Que fica de fora para quem lá quer entrar
Tem uma porta escondida pelo azar
Que só se abre para quem lá quer entrar

Às tantas pensas que é tudo a brincar
É todo o espaço que cresce com o teu ser
É o tempo que se dobra ao passar
Será real tudo o que estás a ver

Já vi as torres da Cinciberlândia
São sete torres a riscar o céu
Já vi as torres da Cinciberlândia
Find more lyrics at ※ Mojim.com
Com os olhos que Deus me deu

Sete e tão altas que devem ultrapassar
O fim do mundo, até o fim do ar
Ninguém lá mora, só servem para brilhar
P'ra quem as vê, p'ra quem lá quer chegar

Já lá voltei, procurei o lugar
Não o achei, cansei-me de andar
Já era tarde, não ia mais voltar
Aquele sítio entre a estrada e o mar


sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

um poema de... William Shakespeare (na chegada do Inverno)




Soneto 97

Como o inverno, tornou-se minha ausência
De ti, o prazer com que passou o ano!
Que frio senti, que dias negros eu vi!
A estiagem de Dezembro espalhou-se por toda a parte!

E longe, cava, então, o verão,
O próximo outono, crescendo com toda a força,

Suportando o luxurioso peso do início,
Como úteros viúvos após a morte de seus senhores;

Embora esse farto assunto me pareça
A esperança de órfãos, e de frutos sem ascendência,
Pois o verão e seus prazeres servem a eles,

E, embora distante, os mesmos pássaros emudeçam;
Ou, se cantam, emitem um trinado tão mortiço,
Que as folhas empalidecem, por temerem o inverno.


William Shakespeare, in Sonetos



quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

série "vencedores" - Joana Paço


Imaginem que chegam ao mar, olham para as ondas e sabem escolher uma, deslizarem nela, porem-se em pé na altura certa, e sem cair, surfarem ao longo dela, percebendo quando ela vai terminar e preparem-se em devido tempo para sair dela? Naturalmente diriam com ironia:
"Mas isso acontece quase todos dias!"

E quanto tempo teriam de treinar para ir a um campeonato mundial na Califórnia e sacar uma medalha de bronze?? Agora talvez me respondessem:
"Tem juízo! Isso é imaginação a mais!"
E então eu acrescentava:
"E se fossem cegos e fizessem tudo o que disse agora?? Conseguiam??"
Aposto que com alguma irritação retorquíam:
"Não abuses!!"

Mas foi mesmo isto que Marta Paço fez. É invisual, tem 13 anos, treina há menos de um ano e ganhou uma medalha de bronze no passado domingo, no campeonato mundial de surf inadaptado na Califórnia.

Faço uma imensa e prolongada vénia a Marta. E admiração que tenho por ela é maior que qualquer vénia que lhe possa fazer.
Como não joga futebol que qualquer espécie não será recebida por Marcelo Rebelo de Sousa, o tal dos afectos, nem será condecorada.

Marta Paço é uma vencedora maravilhosa.