sábado, 9 de janeiro de 2016

uma música para o fim de semana - Best Youth


A primeira vez que ouvi falar de Best Youth foi num concerto à pinha que eles deram na Fnac do Norte Shopping.
Fiquei curioso, encostei-me à ombreira da entrada e deixei-me estar ali.
Em 15 minutos fiquei farto e fui de novo mergulhar nas prateleiras de jazz, à procura de algo que me interessasse.

Parecia que estavam a fazer um frete.
Catarina Salinas cantava sem alma, monocordicamente, como se a letra fosse constituída por um único e loooooooongo verso. Ed Rocha Gonçalves tocava guitarra, como esta pesasse imenso nos braços e não tivesse força para a segurar ou toca-la como deveria.


Alguns dias depois voltei à carga com os BY.
No youtube já parecem convincentes e competentes no seu género musical. É o que se espera de uma banda que toca dream pop: sonoridade atmosférica, música algo espectral, vozes etéreas e longínquas, tudo embrulhado em paisagens oníricas, neblinas matinais e ecos.
Mas não morro de amores por eles, a primeira impressão que deixaram foi mesmo muito salobra.
É possível que num outro encontro casual com eles, a coisa corra melhor.

Eles agora estão na berra, muito por causa do mais recente trabalho, Hang Outubro, de Março de 2015.
Mas dentro do dream pop nacional, o que se faz de melhor encontra-se em Emmy Curl.
Em tudo é superior aos inócuos BY, mas infelizmente é bastante menos conhecida.

Hang Out pertence ao primeiro álbum dos Best Youth, Winterlies, lançado em Dezembro de 2011.


Bom fim de semana :)




Hang Out

Do you want to hang out?
'Cause I feel like hanging out with you
We could drive all morning
Feel the windshield warming
Don't you want to hang out with me?

Everyone can see
What you make of me
Wasting time I won't mind
We can drive forever

All the things that we do
Feel so cool when I'm with you
And outside the window
We could both let go
Baby, taking it slow, slow

Everyone can see
What you make of me
Wasting time, I won't mind
If we're here forever

Do you want to hang out?
Do you want to hang out?
So do you want to hang out?
Do you want to hang out?


quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

do Zero ao Infinito


Fantástico este vídeo J
Bem realizado, colorido e com uma animação em stop motion espectacular.
As personagens estão muito bem construídas e desenvolvidas. O argumento é excelente. Está repleto de ternura, carinho e transmite esperança.
Agarra-nos, consegue emocionar-nos e torcemos pelos zeros desde o primeiro minuto. E o final não poderia deixar de ser feliz.

Mas como qualquer filme, é irrealista. Na vida real estes dois seriam atropelados pelo mundo até ao fim e estatisticamente não teriam qualquer hipótese de sucesso.
Mas sabe muito bem, e óptimo vê-los a conseguir e triunfar num mundo hostil e tão hierarquizado.

Ao ver esta curta, pensei de imediato na Índia e no seu escondido sistema de castas.
Definitivamente a ver até ao fim.

J




terça-feira, 5 de janeiro de 2016

(no) comments


Desta vez não resisto a um comentário a esta imagem por causa do quarto aroma: terra molhada.
Como muitas coisas que existem na natureza existem duas vias de percepcionar este aroma: analiticamente e a "sentilitica".

A parte analítica e aborrecida é que este cheiro é chamado "petrichor".
Resulta da união das palavras gregas “petra” - pedra - e “ichor” - líquido que corre na veia dos deuses que na prática significa a água da chuva.
Quando as gotas de água batem no chão, liberta os odores da poeira que nele estão depositadas, mais as que são arrastadas por estarem em suspensão na atmosfera, e ainda conta com a ajuda de algumas bactérias que por sua vez libertam outro tipo de odores. É esta mistura que dá aquele cheirinho típico a terra molhada.


A parte realmente interessante, a "sentílitica", é que este aroma é maravilhoso.
É um aroma genuíno, é puro, é cheio de vida, o cheiro da terra molhada.
É uma fragrância enviado pela mãe Terra.
As primeiras chuvas, limpam, lavam a atmosfera limpa. Tudo ganha um brilho especial. As estradas, as flores, as árvores e as suas folhas, as cores. O céu fica mais bonito. A luz ganha uma delicadeza especial.

Se o conseguissem engarrafar seria o meu perfume de eleição.
Chamar-lhe-ia Terre Merveilleuse :)

Se eu fosse o boneco, tirava o capuz e deixava lavar o rosto, as roupas, por essa água temporã, tão purificadora e regenerativa que anuncia a estação das chuvas.




domingo, 3 de janeiro de 2016

jazz de Janeiro


Tão doce que é este January do trio de Marcin Wasilewski.
Neste terceiro dia de Janeiro está um típico dia de Inverno: chuva forte, vento ainda mais forte.
Os elementos anda à solta.

A música corre devagar, em paciência. Aproveitemos os seus silêncios, para fazer abrandar o nosso tempo, o nosso corpo, para o fazer flutuar.
Ela é harmoniosa, atmosférica. flui através de nós como um tímido ribeirinho contorna suavemente as os seixos rolados no seu caminho, mas sem nos salpicar.

Até podemos imaginar os elementos lá fora, para fazer deste trio extraordinário, um quarteto fabuloso.

Experimentem ao longo deste ano explorar este trio polaco que toca junto há vinte anos - Marcin Wasilewski no piano, Sławomir Kurkiewicz em contrabaixo, e Michał Miśkiewicz sentado na bateria.
Comecem por este álbum, que tem o nome da música que estamos a ouvir agora - January.
É um álbum que revisita uma série de temas conhecidos de outros géneros musicais.

Depois a consagração deste trio em Faithfull, e a seguir seu melhor álbum até a data, o recente Spark of Life. Se preferirem ter um único cd, escolham este último. É o meu preferido.
Nele, Marcin convida o saxofonista alemão Joakim Milder para tocar com ele.
Este não está presente em todas as faixas, mas quando está... ainda bem que está.