sábado, 26 de novembro de 2011

uma música para o fim de semana - Carlos do Carmo


Se as origens do fado estão nas ruas escuras e estreitas de Alfama e em tabernas escondidas e mal iluminadas, o seu futuro pode residir nas praias longínquas da ilha Bali, na Indonésia.

É em Bali, durante este fim de semana, que será anunciada a candidatura vencedora da categoria Património Imaterial da Humanidade.
A competir com o Fado português estão mais seis candidaturas.
A Colômbia com o Conhecimento Tradicional dos Xamãs, a Croácia com Nijemo Kolo - uma dança da região da Dalmácia - o Chipre apresenta a peculiar forma de recitação de poemas, Tsiattista, a República Checa mostra ao mundo a procissão Passeio dos Reis, o México tem a música dos Mariachi e finalmente o Perú aposta na Peregrinação ao Santuário do Lord Qoyllurit'i.

Não sou apreciador de fado. Pelo menos daquele que se ouve por aí. Sou dos que preferem o fado vadio, o desgarrado, o roufenho que sai das gargantas de quem dificilmente venderá discos e entrará nos tops de música.
Aquele que se ouve nas escuridão escondida das tabernas e casas de fado.

Mas dentro do fado mais comercial, aquele que vive na ribalta mediática das rádios e canais de televisão, Canoas do Tejo na voz de Carlos do Carmo é um dos meus preferidos.

É a minha contribuição para que o Fado saia do anonimato português e se globalize. :)




terça-feira, 22 de novembro de 2011

Grande Ecrã - Tintin e o Segredo do Licorne


Mesmo não sendo particularmente fã do motion capture, reconheço que do ponto de vista técnico Tintin e O Segredo do Licorne é excepcional. Por si só já é motivo suficiente para ver este filme

Andy Serkis é fabuloso na composição do personagem capitão Haddock, o personagem que mais agarra e prende a atenção de quem vê o filme, isto que para além de Milu que é uma presença bastante completa e é bastante mais que um "actor secundário" no filme, tendo vários momentos que claramente suplantam Tintim (Jamie Bell) e que por vezes chegam a rivalizar com Haddock.

Dupond e Dupont, os desastrados detectives que acompanham Tintin, passam quase despercebidos no filme o que é uma pena. Como personagens estão desaproveitados desperdiçados. Dá para perceber que têm potencial e podiam trazer mais valia ao filme na sua vertente cómica, que muitas vezes está entregue e bem ao cão Milu.

Os conhecedores de Tintin dizem que o argumento deste filme cruza dois livros de Hergé, o Segredo do Licorne e O Caranguejo das Tenazes de Ouro e que a adaptação não é fiel.
Admito que sim. "Cumpri" a minha missão de ler os seus álbuns de bd, mas estou longe de ser um admirador e muito menos um conhecedor de Tintin. Mas passar ao grande ecrã uma personagem da dimensão de Tintim e cativar o público durante pouco mais de uma hora e meia sentado numa sala de cinema é diferente de desenhar umas "quantas vinhetas" estáticas. Mas o filme é bastante coerente na sua narrativa, faz sentido, conta bem a sua história, tem dinâmica e tenta ser - e consegue num ou outro momento - um filme de acção.
Confesso que aqui e ali faz-me lembrar o falhado Indiana Jones 4, também ele de Steven Spielberg, mas não é preocupante porque Tintim ainda não tem os míticos antecedentes e a longa carreira do arqueólogo de chicote.

A próxima aventura de Tintin terá Peter Jackson como realizador, já após este ter filmado as duas partes de Hobit (ainda demora muito???). Confesso que aqui as minhas expectativas irão aumentar substancialmente.

Tintin e o Segredo do Licorne, é um bom filme de entretenimento, cumpre bem a sua missão. Certamente para os indefectíveis de Tintin terá algumas falhas de adaptação, para os outros como eu que leram Tintin há uns bons anos, é um bom filme de domingo, de família até, interessante mas não deslumbrante.





segunda-feira, 21 de novembro de 2011

compra de fim de semana - Sonny Rollins





Há um toque romântico neste álbum The Bridge. 
Em 1959, sob pressão devido às sucessivas gravações e ao sucesso que o saxofonista Sonny Rollins tinha tido em anos anteriores, boa parte dele devido ao espantoso Saxophone Colossus de 1956, este decidiu que era altura de fazer um retiro espiritual. 
Sair da cena musical, da pressão das multidões, do sucesso e das drogas que infestava o mundo do jazz. 
No entanto manteve-se sempre ligado ao jazz e ao seu saxofone. Solitário, Sonny ia para a ponte Williamsburg e tocava só para ele. Aperfeiçoava o seu estilo e a sua filosofia de tocar.

Este primeiro período sabático de Sonny Rollins durou de 1959 a 1962.
A sua primeira gravação após o seu regresso, chamou-lhe The Bridge, em memória dos anos em que só ele, a ponte e o seu saxofone existiam, com o East River e a cidade de Nova Iorque a seus pés.