De acordo com os próprios Amor Electro, eles misturam música pop, com música tradicional portuguesa e um "cheirinho" de música electrónica.
O seu primeiro álbum - Cai o Carmo e a Trindade - para além de originais do grupo tem também vários covers de músicas portuguesas.
Sétima Legião, GNR e Ornatos Violeta, são alguns dos nomes portugueses cujas músicas foram revisitadas pelos Amor Electro de Marisa Liz.
A Máquina, um original do grupo é o tema de divulgação do álbum.
Gosto imenso da introdução deste tema e da maneira como as teclas nos preparam para a voz de Marisa Liz.
Sem Limites é uma espécie do mito de Fausto de Goethe revisitado.
Eddie Morra é um pobre diabo que se encontra numa espiral descendente da vida. De apecto desleixado, tem um relacionamento acabado, um apartamento imundo e um livro para escrever que não consegue escrever.
Acidentalmetne cruza-se com o seu ex-cunhado que a pretexto de ter algo que o ajuda sair daquela situação, lhe dá um comprimido, uma droga chamada NZT 48. E ela faz... milagres.
Expande-lhe as capacidades do cérebro a um nível nunca antes experimentado, mudando efectivamente a sua vida. O mundo torna-se atraente, um local cheio de possibilidades onde tudo parece ser possível e estar ao seu alcance.
Mas tem um preço: o seu efeito dura apenas 24 horas, depois regressa a mediocridade.
Eddie Morra tem que garantir continuidade do seu fornecimento. Entra de novo em contacto com o ex-cunhado, consegue assegurar novo fornecimento, mas a partir daí franqueia uma porta para um mundo vertiginosamente genial mas igualmente perigoso e desconhecido.
Ele muda o seu visual, torna-se um sedutor, um animal social versado e fluente em várias línguas, toca piano, é brilhante na matemática e posteriormente transforma-se num génio financeiro. As suas ambições aumentam à medida que a sua inteligência aumenta também.
À medida que Eddie progride no consumo do NZT apercebe-se das efeitos colaterais da droga e inicia uma luta para evitar a decadência física e mental causada pela sua ausência.
O realizador Neil Burguer, filma dinamicamente seguindo a nova agilidade mental de Eddie Morra sob acção da droga - sem grandes pontos mortos na narrativa do filme e várias vezes de uma maneira vertiginosa.
A sequência de abertura é exemplar a mostrar essa vertigem - um longo zoom que nos entra literalmente pelos olhos dentro - esse acelerar da clarividência e da percepção que se tem do mundo sob acção dessa droga.
É um filme que é cativante, que não aborrece, estando bem apoiado num argumento variado e eclético. Encontramos nele elementos de drama, acção e humor que chega a ser negro em algumas cenas.
Bradley Cooper aguenta-se perfeitamente "à bronca" no papel principal e Robert De Niro no papel de Carl Van Loon, um poderoso magnata financeiro que se irá relacionar com Eddie e contribuir para a realização das suas ambições, é igual a ele próprio, o que é sempre bom.
O final é aberto, de certeza a pensar em futuras sequelas, e de alguma maneira até consegue surpreender.
E quando os créditos do filme começam a passar no ecrã, não conseguimos deixar de pensar naquilo que poderíamos e seríamos capazes de fazer se tivessemos acesso a um fornecimento ilimitado de NZT 48.
Não sou dos que se regozijaram com a morte de Ossama Bin Laden, mas não também sou dos que pensam que se deve acender uma vela, chorar uma lágrima mesmo que seja de crocodilo e fazer uma vigília à porta de uma embaixada norte-americana por causa da sua morte.
E naturalmente e por motivos óbvios, a morte de Bin Laden serve mais para consumo e satisfação do orgulho americano que para o resto do mundo, isto sem esquecer os interesses eleitorais - as presidenciais americanas são em 2012 - do próprio Obama.
Houve inteligência na maneira como o assunto Bin Laden foi tratado e arrumado.
Resultou numa troca de tiros durante um confronto e portanto evita-se a questão sempre incómoda da publicidade mediática de o levar a um tribunal internacional para julgamento, de uma pesada e cara logística de segurança, de acirrar ânimos fundamentalistas islâmicos e eventualmente fazer aumentar o número de atentados terroristas por questões de vingança devido à humilhação pública de ver um líder islâmico preso por ocidentais. Assim, foi um dano colateral, um azar circunstancial.
Explica-se e até se percebe, mas não deixa de ser um caso de justiça por mãos próprias e portanto um caso onde a própria Justiça, neste caso internacional, falhou.
Vejo a Al Qaeda como uma hidra que já estava moribunda, por algumas das suas cabeças mais importantes já terem sido cortadas. Agora foi decepada a sua cabeça mais simbólica mas já não a mais importante.
Provavelmente ainda vai haver alguma manifestação de vitalidade, vontade de vingança, um último estertor desta organização, mas no médio ou longo prazo ela irá reduzir-se a acções de menor impacto e espectacularidade.
Bin Laden era um líder carismático, e agora nesta fase da Al Qaeda, seria pouco mais que um símbolo e um mito sem grande capacidade operacional ou influência na organização e financeiramente enfranquecido.
As preocupações e atenções deverão estar centradas agora nos efervescentes e revoltosos países do Médio Oriente e Norte de África: Síria, Jordânia, Egipto, Tunísia e a Líbia.
É nestas levantamentos populares que se podem gerar novos movimentos extremistas e radicais apoiados por um Islão fundamentalista, principalmente se as intervenções do ocidente se revelarem desastradas e prolongadas. Precisamente o que está a acontecer na Líbia nos dias que correm.
É possível que o mundo pós morte Bin Laden seja um pouco mais seguro agora, mas não significativamente mais seguro.
Ao fim e ao cabo, são os próprios Estados Unidos uma fonte de violência, de violação de direitos humanos e ingerência na soberania de outros países.
A história recente mostra-nos que quando há interesses ou recursos estratégicos em causa, os EUA mostram as sua garras e não olham a meios para os controlar. Não esquecer os motivos que deram origem às duas guerras do Golfo.
E enquanto isso acontecer, irão continuar a atrair sobre si o terrorismo e a gerar ódio sobre aquilo que eles e o ocidente representam e pretendem defender.
Osama bin Laden já era procurado há mais de dez anos.
George W. Bush começou a tarefa, Barack Obama acabou.
De acordo com o presidente norte-americano numa declaração feita à televisão, Bin Laden foi morto esta madrugada em Abottabad, Paquistão, numa troca de tiros com um grupo de forças especiais americanas, estando os EUA na posse do corpo.
Fundador da Al-Qaeda (a base), Osama bin laden nasceu a 10 de Março de 1957 em Riad, na Arábia Saudita.
Tornou-se mundialmente conhecido ao ser o principal responsável pelos atentados de 11 de Setembro de 2001 em solo americano, que mataram cerca de três mil pessoas provenientes de noventa países e depois pelo atentado de 11 de Março de 2004 em Madrid que causaram a morte a cerca de duzentas pessoas.
Mas foi em 1998 com os ataques com carros bomba em 7 de Agosto às embaixadas norte-americanas do Quénia e Tânzania que bin Laden começou a ser procurado pelos Estados Unidos.
Estes terão causados próximo de duzentos e sessenta mortos.