sábado, 1 de outubro de 2011

uma música para o fim de semana no dia mundial da Música - Tchaikovsky


Não consigo ter ideia do vazio que seria a minha vida sem música.
Ouvi a música da moda nos tempos de liceu quando os amores são de vida ou de morte, fiz o décimo segundo ano quando a incerteza ainda domina sobre o queremos ser no futuro a ouvir a música da Antena 2, fiz a faculdade quando parecia que era mais fácil entrar do que sair, a ouvir a música que a Gulbenkian tinha para me oferecer e agora que me tornei naquilo que a minha natureza não é, oiço a música que compro no carro, no meu computador e em minha casa.

Não sei exactamente quando o Concerto nº 1 para Piano e Orquestra de Tchaikovsky entra na minha vida, talvez entre a música da moda e a Antena 2, mas sei que em finais da década de 80 já era uma das músicas mais importantes da minha vida e mantém-se até aos dias de hoje.
É um concerto cheio de sentimento, força, doçura e emoção.

Lembro que quando as coisas corriam mal para os meus lados fechava as luzes do quarto, sentava-me no chão em frente à minha aparelhagenzita - a Lucrécia :) - punha a cassete da Deutsch Grammophon com o Concerto a tocar, fechava os olhos e imaginava a música a sair das colunas, a passarem pelo meu corpo para depois encherem o quarto numa acolhedora sopa desordenada de notas musicas.
Esta imagem ajudava a acalmar os meus tormentos da altura.

Hoje em dia este concerto ainda tem um peso grande na minha vida, é uma das grandes referências minhas na música clássica.
Ainda fecho os olhos para o ouvir, mas já não me sento no chão. Agora deito-me no sofá e em vez da velha cassete (que ainda existe) é um cd, mas continuo a ser fiel à etiqueta e ao seu maestro: Deutsch Grammophon e Herbert von Karajan.

É a minha escolha para o dia de hoje, o Dia Mundial da Música e para o fim de semana que o celebra.


O Concerto nº1 para Piano e Orquestra tem 3 andamentos. Este é o primeiro dos três. 
Dirigido pelo mítico Karajan, claro.




quinta-feira, 29 de setembro de 2011

uma imagem bonita


Quando ouvi este parvalhão mentecapto na Sic a falar cretinamente sobre o fim das touradas na Catalunha, imaginei-o de imediato com um par de bandarilhas no lombo e montes de Migueis Sousa Tavares - todos os que pensam como ele - a serem criados em ganadarias com destino às arenas para serem lidados por grandes e belos touros. Uns atrás dos outros. 

Seria a grande festa brava dos Migueis Sousa Tavares. Tudo isto para que eles não se extingam e continuem a perdurar como raça mentecapta.
Que calhau tão grande!!!




quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Miles Davis - 20 anos de silêncio


Há vinte anos, a 28 de Setembro de 1991 o trompete de Miles Dewey Davis III, Miles Davis para o mundo, calava-se para sempre.
No entanto o seu legado é extraordinariamente abrangente e transversal na cultura musical.

Com o seu trompete, para além do jazz, ele unificaria e entraria por géneros musicais tão diferentes quanto o rock, funk, soul, música contemporânea, electrónica e o hip hop.


É este o toque maior da sua genialidade, a inesgotável capacidade de criar e inovar que o acompanhou até ao fim da sua vida, seu desejo de expandir os limites do jazz, como se tentasse perceber até onde ele podia ir.
O que lhe traria alguns dissabores com alguns músicos mais tradicionalistas que afirmariam que já estava longe do verdadeiro, do tradicional jazz.

No dia em que se recorda - o que pessoalmente considero o melhor e maior músico de jazz de sempre - os vinte anos da morte de Miles Davis, escolhi o tema So What que abre o lendário álbum Kind of Blue lançado em 1959, que para muitos (eu incluído) é considerado o melhor álbum de jazz de sempre.

Nesta gravação de So What, Miles Davis toca trompete e John Coltrane está com o saxofone tenor.
É quase impossível não ver e ouvir tocar estas duas lendas do jazz e da música do século XX sem sentir um arrepio daqueles na espinha.
Uma vénia aos dois. E um imenso obrigado, claro.




segunda-feira, 26 de setembro de 2011

anda nas ganzas certamente

incursões


Este fim de semana fiz uma incursão às paisagens sonoras da música drone.
Não sendo totalmente desconhecedor delas, não são no entanto por estas águas que costumo e gosto de navegar, por isso neste momento estou na fase de estranhar, mas não sei se chegarei ao entranhar.

Requer um certo esforço inicial da nossa parte, uma vez que se trata de sons e acordes longamente sustentados em ambiente minimalista, que tanto conseguem induzir inquietação como tranquilidade.
Para já vale pela diferença.