sábado, 27 de abril de 2013

uma música para o fim de semana - André Indiana & Mónica Ferraz


Escolhi Like a Legend de André Indiana e Mónica Ferraz para este fim de semana por uma questão de cinismo, de contradição entre a letra e o vídeo.

O vídeo foi filmado por André Tentugal num colégio particular, o Colégio do Rosário em Cascais.
Aqui tudo parece ser perfeito. As instalações estão bem cuidadas, as salas têm aquecedores, os putos falam inglês, têm uma piscina, campo de futebol e muito provavelmente um bom pequeno almoço em casa. Era sim que tudo devia ser. Assim talvez seja menos difícil viver como uma lenda, ter sonhos, lutar por eles e até atingi-los.

Mas sinceramente, como alguns comentários que acompanham este vídeo no Youtube, gostava de ver este vídeo realizado numa escola pública de um bairro social degradado, problemático, ou pertencente a um mega agrupamento qualquer. Gravado em contentores que funcionam como salas de aulas ou ainda numa escola longe de tudo, algures em Trás-os-Montes, sem estradas ou transportes capazes de os lá levar, com os tectos apodrecidos por infiltrações, janelas partidas e sem dinheiro para aquecer uma sala quando esta atinge baixas temperaturas no inverno.

Aí sim, seria uma grande mensagem que este vídeo poderia carregar. Assim dá uma ideia de uma facilidade que não está ao alcance de uma esmagadora maioria e muito longe da realidade.


Bom fim de semana :)





When you're living like a legend
When your feelings are so true
When your life keeps getting better
Because  the world spins around you
Yes, you're living like a legend

One day, you'll be living your own dreams
and someday you'll be begging on your knees
And one day you'll see what I see
That is nothing but a lie
You must read between the lines

As I cruise along the journey
It's not easy anymore
Because they'll treat you a like a package
They will patch you as before
Yes, you're living like a legend

One day you''ll be living your own dreams
And someday you'll be begging on your knees
And one day, you'll see what I see
That is nothing but a lie
You must see it with your eyes.

There is still tomorrow
if you have the will
You got be true, got it by you, follow your soul
Keep it alive and up your goal

When you're living like a legend
When you're feelings are so true
When you're life keeps getting better
Because the world spins around you
Yes, you're living like a legend

One day, you'll be living your own dreams
And someday you'll be begging on your knees
And one day you'll see what I see
That is nothing but a lie
You must read between the lines

One day, you'll be living your own dreams
And someday you'll be begging on your knees
And one day you'll see what I see
That is nothing but a lie
You must read between the lines

terça-feira, 23 de abril de 2013

dia mundial do Livro - Os Grandes Cinco (III)


Os livros podem ser divididos em 2 grupos: aqueles do momento e aqueles de sempre. 
John Ruskin


Há dois anos quando escrevi pela primeira vez sobre os Grandes Cinco, os cinco grandes livros da minha vida - o primeiro foi dedicado ao Contacto e o segundo ao Processo - afirmei que o Velho e o Mar era O Livro. Que era primus inter pares.
E é. Usualmente digo que é através de obras como O Velho e Mar que a humanidade se redime dos seus pecados, da sua face negra.

Quando pego nele, pego sempre com cuidado, com reverência, com adoração.
Não o costumo reler frequentemente, porque gosto sempre de me espantar com a sua magia.
Não é que ele a perca por ser lido várias vezes, eu sei que não a perderá, jamais a perderá, mas tenho medo de me habituar a ela, de a vulgarizar pela frequência, de deixar de me espantar e emocionar por ela.
É como uma música que ouvimos até à exaustão e um dia esquecemos que ela existe. Passa a pertencer ao passado.
Não quero que isso aconteça com O Velho e Mar. Quero que ele se eternize.

Há algo neste livro que me faz sentir carinho por ele, de sentir que ele me pertence.
Amo o velho (Santiago) e amo o peixe de um tamanho fora do comum. 
Amo a extenuante e longa luta deles pelas suas próprias sobrevivências, a determinação de ambos em o conseguir. A do peixe em fugir, a do velho em o apanhar. 

Amo o profundo e genuíno respeito e a admiração que o velho tem ao peixe. Emociono-me com o monólogo do velho com ele durante os vários dias, na solidão do barco e do oceano, que ele se defronta com o peixe e depois como o tenta proteger, quando ele finalmente o apanha, de um ataque de tubarões.
São dignos um do outro. São duas forças da natureza.

O Velho e o Mar está cheio de poesia, de amor, de emoção. De magia.




segunda-feira, 22 de abril de 2013

dia mundial da Terra


Em fim de Setembro do ano passado, nós já tínhamos esgotado os recursos da Terra para 2012. Ou seja a partir desse mês e até ao final do ano estávamos a viver do crédito que o nosso planeta nos estava a conceder.
Para 2013 pensa-se que iremos esgotar os mesmos recursos ainda em Setembro, mas talvez uma par de semanas mais cedo.
Esta situação está acontecer desde sempre, vai continuar acontecer, mas agora a uma velocidade cada vez maior e sem que haja sinais evidentes de preocupação com esta situação.

A sustentabilidade está na ordem no dia, mas simplesmente isso. Só na ordem do dia. Sem acções visíveis capazes de inverter ou até mesmo atenuar esta situação.

Pensa-se no imediato nos grandes interesses económicos, mas não se pensa no médio ou longo prazo. Nem sequer se pensa que esses mesmo interesses económicos nesses mesmos prazos poderão estar em causa. Não se pensa em termos de legado.
Não se pensa que Terra iremos deixar às gerações vindouras. Isto é um cliché. Mas como todos os clichés, e por isso são clichés, é verdade.

Hoje que se comemora o Dia Mundial da Terra, este vídeo de Steve Cuts exemplifica extraordinariamente  esta falta de respeita pela Terra, pelos seus recursos e em última instância pelo nosso próprio futuro.


Para reflectir





série "estatísticas da vida" - XXXV