sábado, 6 de agosto de 2016

uma música para o fim de semana (silly season) - Blaya


Silly Season rocks! O meu querido mês de agosto chegou.

Os arraiais das terrinhas e terreolas vão andar a bombar de música pimba, leggings cor de rosa ou tigresa, carregados de lantejolas puxados até às orelhas. Os decotes vão até aos umbigos com estes a brilhar de piercings verdes florescentes e os calções vão ser do tamanho de cintos.
As ancas vão abanar como nunca, o twerking vai ser desenfreado e os sutiãs push-ups vão ser uma peça indispensável do pimba feminino.

Quando andei a pesquisar músicas para este fim de semana descobri a Blaya a solo.
Blaya dançava e cantava nos Buraka Som Sistema que deram o seu último concerto no dia 1 de Julho deste ano.
Estávamos em Junho de 2013 quando Blaya lançou o EP Superfresh.

Parece que isto é kuduro, mas definitivamente é uma bela pimbalhada.
A letra, essa é ... profunda.


"Rappers elogiam e falam do ass 
Mas acredita nenhum deles toca no meu bef 
Grandes bifes filet mignon num bar de strip"


Bom fim de semana :)




Super fresh 
Quando a bunda mexe 
Eu não tou no varão mas eles mandam cash 
Agora desce, agora desce 

 Quando sonhavas ca blaya num biquini d'armani 
Eu tava toda nua numa praia em miami 
Às 6 da manhã gritava what about my honey about my money 
Im about my honey 

 Rappers elogiam e falam do ass 
Mas acredita nenhum deles toca no meu bef 
Grandes bifes filet mignon num bar de strip 
Dou meia volta á pista é tudo a dar-me guito 
Ta tudo controlado como é que queres que eu tripe 
Minhas amigas so freaks como queres que eu fique 

 Sempre a viajar, sempre pronta 
Pro que vai e vem na descontra 
Agora desce, desce, desce, desce 
Agora sobe sobe sobe sobe sobe sobe sobe 

 Super fresh 
Quando a bunda mexe 
Eu não tou no varão mas eles mandam cash 
Agora desce, agora desce 

 Quando a festa acaba cedo e baza tudo 
Eu tenho sempre uma escolha baza tu? 
Do hotel po palco, do palco po camarim 
É sempre assim teja em Macau ou em Pequim 
Um xinoca dá-me o comer á boca com pauzinhos 
Prefiro licores né que eu tenha mau vinho 

Tu não conquistas ninguém, meu bem é o seguinte 
Tou a conquistar meio mundo que nem os da vince 
Mas eu nao sou a lei or eu sou bem maior 
Bitch eu não queria o teu marido nem por meia hora 

 Sempre a viajar, sempre pronta 
Pro que vai e vem na descontra 
Agora desce, desce, desce, desce 
Agora sobe, sobe, sobe, sobe, sobe, sobe, sobe 

 O meu splif é puro bitch eu nao te aturo 
Vês o meu passaporte a minha vida é tour 
Eu ouço a daizy crazy, só malucas 
Na cabeça é só pirocas não há pirucas 

Sempre a viajar, sempre pronta 
Pro que vai e vem na descontra 
Agora desce, desce, desce, desce 
Agora sobe, sobe, sobe, sobe, sobe, sobe, sobe 


quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Grande Ecrã - Miles Ahead



Miles Ahead é um filme difícil e complexo e não é um filme de entretenimento.
Exige um público que goste de jazz e conheça um pouco da vida de Miles, por este também não ser um biopic.

Don Cheadle, realizador, argumentista e simultaneamente actor (Miles Davis) foca-se numa parte da vida de Miles, em que este está retirado das luzes da ribalta por forças de pressões continuas para que continue a tocar, que o levaram à exaustão.
Miles está esgotado. É um eremita, dependente de drogas, um solitário revoltado que vive de uma mesada dada pela sua editora.
A sua relação com a sua primeira mulher, a dançarina Francis Taylor desempenhada pela consistente Emayatzy Corinealdi, que aparece nas capas de dois álbuns de Miles Davis - Someday My Prince Will Come e ESP - inicialmente idílica, torna-se um pesadelo por causa das relações que Miles vai mantendo com fãs e admiradoras.

A ligar todos estes factos verídicos está um personagem fictício, David Brill (Ewan McGregor) e um fio condutor igualmente fictício, umas bobines com uma gravação não editada com músicas do trompetista.
David é um oportunista mas é com ele que vemos e vamos acompanhando o desenrolar da fase mais conturbada de Miles Davis.

Enquanto admirador confesso de Miles Davis, é-me difícil não gostar de Miles Ahead.
Mas gostaria que o filme fosse mais didático, mesmo não caindo como é o desejo de Don Cheadle de se tornar uma biografia.
O realizador, argumentista e actor vai alternando em jeito de flashback, o presente que nos é mostrado com o que o antecipou. Fá-lo subtilmente, sem explicações.

Para quem for ver Miles Ahead tem o bónus de ver Herbie Hancock (pianista) e Wayne Shorter (saxofonista), dois membros do segundo grande quinteto de Miles Davis, a tocarem juntos e ainda um vislumbre de Ron Carter (contrabaixista).

Uma curiosidade. Don Cheadle começou a aprender a tocar trompete três anos antes da realização do filme para melhor mimetizar Miles Davis.
O que consegue muito bem, apesar do esforço, particularmente na colocação da voz rouca que caracterizava o trompetista, que por vezes se sente. A transformação que sofre ao longo dos flashbacks que vai ilustrando é exigente. Não só tanto fisicamente, mas acima de tudo ao nível da personalidade e emocional.

E claro que a banda sonora é de eleição.




quarta-feira, 3 de agosto de 2016

sou um introvertido, porque carga de água isto é tão difícil de perceber?? (XV)



Depois da explicação do que é ser um introvertido, não menos importante é saber lidar com ele.
Estes doze pontos são tão verdadeiros, tão necessários e ao mesmo tempo são tão, tão ignorados.






terça-feira, 2 de agosto de 2016

um Papa inteligente???!!



Detesto concordar com um Papa, especialmente pensar que são inteligentes. E tenho que concordar que este é um dos poucos que mostra que tem alguma, o que é raro nos papas em particular e na igreja em geral.


Hoje apanhei esta reflexão do Papa Francisco no Observador:

O Papa Francisco considerou que “não é justo” identificar o Islão com a violência, e disse que o terrorismo é da autoria de “grupos fundamentalistas”, que são minorias. Durante o voo de regresso a Itália, após quatro dias na Polónia a presidir às Jornadas Mundiais da Juventude, o líder da Igreja Católica defende que “os muçulmanos não são todos violentos“. O autoproclamado Estado Islâmico, esse sim, é que “se apresenta como violento”.

“Uma coisa é verdade: em quase todas as religiões há sempre um pequeno grupo fundamentalista. Também nós os temos“, disse o Papa Francisco. “Todos os dias, quando abro os jornais, vejo violência em Itália, alguém que mata a namorada, outro que mata a sogra. E são católicos batizados. Se falo de violência islâmica, também tenho de falar da violência cristã“, sublinhou.

Questionado novamente sobre o assassinato de um padre em França, o Papa Francisco insistiu que “não se pode dizer, não é verdade e não é justo dizer que o Islão é terrorista“.


Há sempre quem se esqueça que durante Idade Média em vários países da Europa, em quatro a cinco séculos, a dita Santa Inquisição matou milhares de pessoas.
Em Portugal foram cerca de trezentos anos de terrorismo cristão. Instituída oficialmente em 1536 (sec XVI) e acabou oficialmente em pleno século XIX, em 1821.
Se esta gente tivessem acesso a bombas, metralhadoras, aviões e a carros armadilhados, nem imagino o que em mais de quatrocentos séculos de existência, a carnificina que estes iluminados de Deus teriam feito em seu nome.



domingo, 31 de julho de 2016

adeus Julho


O mês de Julho acaba hoje e qualquer pretexto é um bom pretexto para ouvir a maravilhosa voz melancólica, algo triste e quente de Nina Simone.
Nina tem uma uma canção linda a propósito de Julho chamada July Tree.

Canta-a pausadamente para ter a certeza que a ouvimos e percebemos tendo tempo para a sentir profundamente. Tão profundamente quanto a voz vinda do fundo do seu peito, cheio de emoção para nós nos enfeitiçarmos por ela.
Ela, música? Ou ela, Nina?
Do ponto de vista de Nina Simone, certamente pela canção, para nós mortais, temos o melhor dos dois mundos: só pode ser pelas duas.

Um privilégio. Como sempre.