Cerca de seis milhões de judeus e cinco milhões não judeus, morreram no holocausto perpetrado pelos nazis no decorrer da Segunda Grande Guerra Mundial entre 1939 e 1945.
Entre os designados não judeus estão pessoas pertencentes a várias raças e crenças religiosas, minorias como os roma e os senti (ciganos), pessoas portadoras de deficiência, homossexuais e prisioneiros de guerra
Em memória dessas 11 milhões de vidas perdidas, foi criado este dia - Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto a 1 de Novembro de 2005 pela Assembleia Geral das Nações Unidas através da resolução 60/7.
Pela tolerância, pela vida, pela paz, pelo antissemitismo.
De repente lembrei-me do Costa & Co com a cartilha do "não tive conhecimento", "não sabia" ou "não fui informado" que recentemente foi actualizada com o "lembrei-me agora".
Os solos das guitarras, a letra misteriosa e sombria, a bateria, a voz de Don Heley. Tudo em Hotel California bate certo, é perfeito. Nada está está a mais. Podemos pensar que é uma canção "feita por Deus". Mas não é. Felizmente, não é.
A letra é dubia, obscura, joga com as sombras dos significados, dá azo a variadas questões e a interpretações. Acredito que por isso, seja uma das letras mais fascinantes que podemos ouvir desde 1976, ano em que foi lançada no álbum Hotel California.
Sou dos que alinham que a letra aborda uma instituição mental, uma das hipóteses colocadas. Tem tudo para essa interpretação.
A campainha que toca, a dúvida entre o Céu e o Paraíso, a mulher que à entrada mostra o caminho com uma vela, as vozes que se ouvem ao longo do corredor, a forma como o Hotel Califórnia é apresentado e descrito. O facto de ninguém conseguir sair do Hotel, hóspedes que são prisioneiros. Uma insituição onde uma vez entrando, já não se sai mais.
Os Eagles, quando questionados sobre a validade desta interpretação sempre afirmaram que não se inspiraram em nenhuma instituição mental.
Mas que se referem ao hedonismo e a busca do prazer, o vício do álcool e da droga, do dinheiro e fama.
Um autêntico círculo vicioso de excessos e prazer em que uma vez entrando já não se sai.
Pessoalmente, sabendo que não é esta a interpretação da banda, vejo-a sempre como uma metáfora, uma abordagem às instituições mentais e ao pesadelo, físico, mental e social, de quem as sofre.
Como iniciei este post, se a ubiquidade da letra traz consigo um fascínio a este tema que está a caminho de celebrar os cinquenta anos, reduzi-la apenas à letra é quase criminoso. Repito, tudo nesta canção é perfeito.