sábado, 31 de março de 2012

uma música para o fim de semana - Pedro Barroso


Se eu recuar nos tempos em que pela primeira vez me lembro de gostar de música portuguesa, surgem dois nomes. Rão Kyao e Pedro Barroso.
Eu apostaria que por esta altura estaria a começar a década de 80. Mas verdadeiramente não me recordo.

O primeiro gostava porque tinha sonoridades diferentes do que se ouvia na altura.
Rão Kyao estava nessa altura influenciado pela música indiana e tinha sonoridades que o distinguiam facilmente dos outros músicos. As flautas de bambu e bansuri conferiam-lhe um toque de diferença e e sofisticação à sua música.

O segundo, era pela sua voz. Pedro Barroso era dono de uma voz poderosa, aberta, solene e que vinha do fundo do seu peito.
A sua voz cativa e fascina. Mesmo quem não conheça Pedro Barroso, não conheça a sua obra, na presença da sua voz e na força das suas letras, dificilmente não cederá uns momentos de atenção e reflexão para o ouvir.

Desde essa altura e até agora, sempre imaginei que uma voz grande como a do Pedro precisava de um grande corpo para a albergar e a gerar.
Por isso sempre considerei que era digna do tamanho do seu corpo, apesar de pouco coerente com o que se imagina de um professor de educação física, que sem deixar a música, exerceu durante mais de vinte anos.
Mais tarde percebi que não era só o seu corpo que influenciava a sua voz e a engrandecia. A sua alma também.
Com uma pós graduação em psicoterapia comportamental, Pedro Barroso durante alguns anos trabalhou nas áreas da musicoterapia e saúde mental, dedicando-se ao ensino de crianças surdas-mudas.

Quarenta e dois anos após a edição do seu primeiro álbum em 1970, Trova-dor, Pedro Barroso editou a 20 de Fevereiro deste ano, o álbum Cantos da Paixão e da Revolta.
Deste trabalho sobressai para mim a faixa Música, Música, um tema em que todas as características de Pedro Barroso estão presentes.
A dimensão da sua voz, a sua solenidade, uma canção com uma letra apaixonada e um dos seu temas preferidos e frequentemente presente nas músicas, a mulher.
Vestida em roupagens de tango e paixão, Música, Música é uma homenagem à música à qual ele deve e dedicou mais de quarenta da anos da sua vida, celebrados em 2009, e que está presente em todos os momentos da sua vida.

Partilho com ele, esta sua paixão. Sem dúvida que a música é uma mulher fascinante, bela e voluptuosa, uma amante que nos faz cair aos seus pés e nos torna seus dependentes. Que nos faz precisar dela.
Ai, música, música. Apassionata.


Bom fim de semana :)





segunda-feira, 26 de março de 2012

compras (muito desejadas) de fim de semana







Os Deuses da Música e em especial os do Jazz foram pródigos comigo este fim de semana. 
Comprei alguns dos álbuns mais desejados por mim e ainda dei de caras com um que não andando atrás, mas como caiu no meu colo, eu comprei - Neighbourhood de Manu Katché.

Curiosamente o baterista francês Manu Katché além do seu Neighbourhood, participa também no In Praise of Dreams do saxofonista norueguês Jan Garbarek e este participa não só no Elixir da percursionista americana Marilyn Mazur mas também no Neighbourhood de Katché.

E se para além dos Deuses da Música, os Deuses da Carteira tivessem dado mais uma ajudinha, estaria agora com o Prime Directive do contrabaixista inglês Dave Holland que participa igualmente no Thimar do alaudista tunisino Anouar Brahem.

Mas pronto, também não se pode ter tudo. Certo? Além que mais fim de semana, menos fim de semana, ele irá aparecer...

Nos fins de semana seguintes tentarei escrever um pouco sobres estes meus novos amigos.  :)