sábado, 3 de dezembro de 2011

uma música para o fim de semana - Luís Represas & João Gil


Tocaram e fundaram juntos no verão de 1976 os Trovante. Com o seu fim, cada um dos músicos seguiu carreiras e projectos independentes mas sempre acompanhados pelo sucesso e pela visibilidade pública.
Agora passados vinte anos e com cada um dos músicos a celebrar 35 anos de carreira, Luís Represas e João Gil voltam a encontrar-se e a gravar juntos pela primeira vez um álbum de originais.

O álbum chamado Luís Represas e João Gil ainda cheira a tinta fresca. Chegou às lojas na passada segunda-feira, dia 28.
O tema de lançamento chama-se Sisudo Amável.




segunda-feira, 28 de novembro de 2011

compra (atrasada) de fim de semana - Keith Jarrett





Este concerto de piano de Keith Jarrett pertence ao domínio da lenda.
Tocado ao vivo a 24 de Janeiro de 1975 na Opera House da cidade alemã de Colónia, tinha tudo para dar errado.
Jarrett com 29 anos na altura, chegou tarde à sala onde iria ter lugar o concerto.
Estava cansado por uma longa de viagem de carro - um Renault 5 - desde Zurique, onde tinha tocado dias antes, estava com dores de costas e tinha dormido mal nas noites anteriores.
Para mais o piano que tinha pedido não foi o que lhe apresentaram. Era mais pequeno. Era um piano de ensaios de bastidores, desafinado e com os pedais a não funcionarem correctamente.
Jarrett quis desistir do concerto, mas a promotora do concerto com os bilhetes esgotados e a sala lotada de gente convenceu-o a tocar.
Isto são os factos da história do The Koln Concert (O Concerto de Colónia).
A história diz também que é dos discos de piano mais vendidos de sempre de jazz e de qualquer outro género de música.

Por sua vez, a lenda diz que Jarret adaptou-se ao que tinha e fez das limitações do piano, um concerto para a história. Tocou espontaneamente e de improviso. Durante mais de uma hora, sem pauta, a música fluiu directamente da sua mente para o piano através dos seus dedos.

Ouvi-lo é viajar, é sermos inspirados, é encostar a cabeça ao sofá, fechar os olhos, sermos hipnotizados e deixar-nos ir. É ouvi-lo a falar com o piano. É ouvir sabendo que não sendo verdadeiramente um disco de jazz, só um músico de jazz o poderia tocar.
É sermos capazes de premir o botão play do comando, repetidamente, ouvi-lo vezes sem conta, sem cansaço e descobrir sempre qualquer coisa de novo ou ter o conforto de mais uma vez irmos encontrar ou fazer-nos reencontrar algo de muito especial.

Comprei o The Koln Concert trinta e seis anos depois do seu lançamento no mercado (Outono de 1975), não exactamente este fim de semana, mas no último fim de semana de Outubro.

domingo, 27 de novembro de 2011

Fado - Património Imaterial da Humanidade


O Fado já é Património Imaterial da Humanidade. Saiu dos bairros tradicionais da cidade de Lisboa para o mundo.
Ombreia agora com o Flamengo espanhol e o Tango argentino.

A par do vinho do Porto, Portugal tem agora uma segunda marca - Cristiano Ronaldo não conta - para exportar, para se mostrar ao mundo.
Com a vantagem de esta pertencer à área cultural, o que não deixa de ser um valor acrescentado e um orgulho real para o país.

Vai trazer o turismo nacional e internacional às casas de fado, vai trazer (e levar) enriquecimento cultural a Portugal e ao mundo.
Vamos crescer enquanto povo e estar mais conscientes da nossa identidade cultural.

Talvez agora com o fado haja uma maior procura, maior interesse pelas tradições que este país esconde nos seus inúmeros recantos, nomeadamente os nordestinos, alentejanos, beirões e algarvios.
Talvez agora com o fado se assuma que a verdadeira tradição e cultura portuguesa é nobre, é bela e que honra um país e agora o mundo.

Que elas (cultura e tradição) elevam o espírito nacional e não têm que estar e não podem estar associadas à crueldade, à barbárie e ao desnecessário sofrimento animal que as touradas que representam.

Pode ser que agora o nosso orgulho nacional passe mais por "um silêncio que se vai cantar o fado" numa casa de fado, do que ouvir covardes "olés" numa arena manchada de sangue de um animal inocente torturado até à exaustão.