Quando andava no liceu tive uma disciplina por opção que se chamava "religião e moral".
Por detrás desta escolha não esteve nenhum motivo religioso ou particular interesse na religião cristã mas simplesmente porque o padre que dava esta disciplina era um comunicador inato e tinha uma invulgar capacidade de perceber os jovens e a sua maneira de actuar e pensar.
Numa dessas aulas, próximas da Páscoa, ele uma vez falou sobre o facto de as mães forçarem, em particular nas sextas-feiras quaresmais as "criancinhas" a comerem peixe. Na altura, afirmou sorrindo que "Jesus Cristo encarnou e não empeixou".
Contextualizando a afirmação, disse que o conceito de não comer carne vinha da altura em que este acto era considerado um luxo, ao contrário do consumir peixe.
No período quaresmal pretende-se que o cristão abdique do luxo, da opulência, do conforto e adapte uma vida mais simples, regrada, virada para a oração e bem estar do próximo, estando até previsto inicialmente o jejum (prática não adoptada correntemente) tudo à semelhança do Ramadão islâmico.
O consumo de carne enquadrava-se nesses luxos, daí a lógica do não comer carne e de Jesus Cristo ter encarnado e não "empeixado".
Este padre era considerado muito progressista e liberal na altura e era um incómodo para as suas hierarquias, mas houvesse mais padres (evoluídos) assim e a Igreja Católica não estava mergulhada numa crise de valores, vocação e atraso de ideias em relação aos tempos que correm.
Chamava-se padre Alberto Neto.
Por detrás desta escolha não esteve nenhum motivo religioso ou particular interesse na religião cristã mas simplesmente porque o padre que dava esta disciplina era um comunicador inato e tinha uma invulgar capacidade de perceber os jovens e a sua maneira de actuar e pensar.
Numa dessas aulas, próximas da Páscoa, ele uma vez falou sobre o facto de as mães forçarem, em particular nas sextas-feiras quaresmais as "criancinhas" a comerem peixe. Na altura, afirmou sorrindo que "Jesus Cristo encarnou e não empeixou".
Contextualizando a afirmação, disse que o conceito de não comer carne vinha da altura em que este acto era considerado um luxo, ao contrário do consumir peixe.
No período quaresmal pretende-se que o cristão abdique do luxo, da opulência, do conforto e adapte uma vida mais simples, regrada, virada para a oração e bem estar do próximo, estando até previsto inicialmente o jejum (prática não adoptada correntemente) tudo à semelhança do Ramadão islâmico.
O consumo de carne enquadrava-se nesses luxos, daí a lógica do não comer carne e de Jesus Cristo ter encarnado e não "empeixado".
Este padre era considerado muito progressista e liberal na altura e era um incómodo para as suas hierarquias, mas houvesse mais padres (evoluídos) assim e a Igreja Católica não estava mergulhada numa crise de valores, vocação e atraso de ideias em relação aos tempos que correm.
Chamava-se padre Alberto Neto.