sábado, 15 de novembro de 2014

uma música para o fim de semana - Bruce Springsteen


Edição especial de "uma música para o fim de semana".

Descobri muito recentemente que o álbum de Bruce Springsteen Born in the USA fez este ano trinta anos!!! Foi lançado em 4 de Junho de 1984.

Se a minha primeira grande (e longa) paixão foi pelo álbum The Concert in Central Park de Paul Simon & Art Garfunkel de 1982, o Born in USA foi a segunda. Uma espécie de amante... ;).

Born in the USA foi também o meu primeiro álbum que gravei para uma cassete para o poupar.
E provavelmente na altura a SPA não chulava artistas com royalties absurdamente baixos nem os consumidores com preços absurdamente elevados.

Nem pensava em lucrar com todos os aparelhos e acessórios que possam ser utilizados para essa actividade tão subversiva como gravarmos as coisas que comprámos e logo pagámos ou as fotografias de uma viagem.

Bem pondo para o lado a estúpida e imparável ganância da SPA, lá consegui gravar a partir do vinyl para uma cassete TDK. A melhor cassete que havia no mercado e digam lá o que disserem era superior às BASF, Na altura havia uma certa rivalidade entre os defensores das duas marcas ;)

Usei e abusei dessa cassete até que a fita partiu e lá tive que voltar a gravar a partir do vinyl.
Conhecia o alinhamento de cor de todas as canções e respectivas letras.

Born in the USA abria o álbum e era (e ainda é) o tema mais famoso e icónico. Rapidamente seguiram-se Dancing in the Dark, I'm on Fire ou Glory Days a serem ouvidos até à exaustão.
Nenhum destes temas eram os meu favoritos.
Preferia Bobby Jean, com uma letra muito pungente, No Surrender e particularmente Downbound Train, talvez a canção que mais bordeja a tristeza de todo o álbum.

O que mais me surpreendia era ver Bruce Springsteen a tocar. Sempre pensei como é que as cordas daquelas guitarras aguentavam a força e a energia que ele colocava nelas com naqueles braços de lenhador (deve ter estourado umas quantas) e acreditava que o microfone no fim dos concertos acabava surdo.

O rapazinho tem agora 65 aninhos...


Bom fim de semana :)




Born down in a dead man's town
The first kick I took was when I hit the ground
You end up like a dog that's been beat too much
Till you spend half your life just covering up

Born in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
Born in the U.S.A.

Got in a little hometown jam so they put a rifle in my hand
Sent me off to a foreign land to go and kill the yellow man

Born in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
Born in the U.S.A.

Come back home to the refinery
Hiring man says "son if it was up to me"
Went down to see my V.A. man
He said "son don't you understand now"

Had a brother at Khe Sahn fighting off the Viet Cong
They're still there he's all gone

He had a woman he loved in Saigon
I got a picture of him in her arms now

Down in the shadow of penitentiary
Out by the gas fires of the refinery
I'm ten years burning down the road
Nowhere to run ain't got nowhere to go

Born in the U.S.A.
I was born in the U.S.A.
Born in the U.S.A.
I'm a long gone daddy in the U.S.A.

Born in the U.S.A.
Born in the U.S.A.
Born in the U.S.A.
I'm a cool rocking daddy in the U.S.A


terça-feira, 11 de novembro de 2014

5 anos de catarse


Surpreendentemente a Esteira cumpre 5 anos de vida hoje.

Ao reler os primeiros posts colocados não me consigo rever neles. São pouco comunicativos e inexpressivos com cara de pau. Tipo Ramalho Eanes.

No caso da Esteira de Letras, enquanto blog e como em qualquer outra actividade criativa, o tempo muda a perspectiva das coisas e a maneira como elas são, neste caso, escritas. Estranho seria se tal não acontecesse.

Creio que a isto se pode chamar evolução. Talvez para melhor, talvez para pior, mas não deixa de ser uma evolução.
Os primeiro posts parecem-me muito formais, rígidos, até telegráficos. Não tanto na extensão dos textos mas antes no sumo e na apresentação dos seus conteúdos.
Agora tento pensar penso com alguma antecedência neles. Tento colori-los, criar texturas, aromas e transmitir imagens com as palavras, com as frases.


A fase inicial foi alimentada pelas politiquices, Durou algum tempo.
Não tinha (nem tenho) jeito para comentar o quer que seja do ponto vista político. Mas nessa altura a Esteira viveu do meu ódio de estimação a Sócrates. Ódio esse que se mantém intacto. Sócrates foi dos políticos mais fedorentos que alguma vez passaram por este paízinho rectangular.


Com a sua saída de cena a Esteira enveredou pelos meu gostos pessoais. Cinema, livros, música, poesia.
Tornou-se também bastante mais introspectiva. Passou a andar por vezes no lado escuro da lua.
O lado por onde usualmente ando. Um lado que pode ser aconchegante e acolhedor onde pouca gente vai lá e conhece.


O ódio de estimação a Sócrates foi substituído mais construtivamente por um verdadeiro, genuíno e visceral ódio à execrável tauromaquia e a tudo e todos que giram à volta dela.

Uma actividade praticada por imbecis,covardes e sádicos. Gente bruta, inútil, putrefacta e com uma gigantesca inépcia social.
Gente que tem um profundo desrespeito básico pela vida e a absoluta incapacidade de enfrentar um touro na sua verdadeira pujança. Quando entra na arena é um animal já torturado, em sofrimento, enfraquecido, um farrapo do que era. É um animal nestas condições que aquelas coisas que estão na arena vai literalmente destroçar e despedaçar. É gente violenta que gera violência.


Confesso que gosto do discreto Inkheart. Surgiu recentemente. Veio do nada.
Tenta fazer poesia, escrever pequenos contos mas é completamente desajeitado. Mas gosta do que tenta fazer e é sério nisso. É um personagem que como o gato Cheshire, mas sem a sua sabedoria, que aparece e desaparece numa nuvem de fumo. Ora está, ora não está.


"Uma música para o fim de semana", cria-me dores de cabeça semanais. Há quase quatro anos que esta rubrica existe.
Todas as semanas tento encontrar uma música portuguesa que me diga alguma coisa. Pela sua letra, música ou com um pouco de sorte pelas duas. Não sou um ouvinte regular ou um apreciador de música portuguesa o que coloca problemas adicionais.
Tempos a tempos surge uma edição especial.
Quando alguém musicalmente importante para mim morreu ou uma data especial se comemora nessa semana. Dave Brubeck, Amy Winehouse, REM, Rollingstones e Ravi Shankar deram origem a algumas dessas edições.


Como todos os blogues, eles reflectem e denunciam quem o escreve.
Há uma nota autobiográfica por cada post colocado. Um pensamento, uma reflexão, uma música escolhida, um poema que se gosta. Tudo o que somos ou gostaríamos de ser.
No fundo é o nosso retrato que publicamos em cada post.

Foi a Esteira que provocou uma das maiores mudanças da minha vida e uma das mais improváveis decisões vindas de mim.
De um carnívoro feroz, competindo taco a ataco com um grande felino com a quantidade carne que comia e qualquer fosse a sua origem, tornei-me um vegetariano convicto.
De novo foi uma das decisões mais positivas da minha vida. Mudou-me profundamente.
A visão que tenho do mundo, a defesa da vida em todas as suas formas, a sensibilidade ao sofrimento animal, a consciência que também o planeta sofre e agoniza sobre a nossa acção que actualmente é atrozmente destrutiva.


Uma vez, olhando para mim e conhecendo minimamente a minha personalidade, perguntaram-me porque é que me expunha de uma maneira mais ou menos evidente através da Esteira de Letras.
Sendo a Esteira escrita por mim e na essência para mim, a resposta a dar parecia-me clara: uma discreta catarse. Uma tímida libertação do Eu.





domingo, 9 de novembro de 2014

uma breve história do Muro de Berlim


Walter Ulbricht, o homem que mandou construir o Muro em Agosto de 1961




A construção do Muro em 1961




O Muro provocou centenas de mortes. 




Ronald Reagan, o pedido do cowboy americano em Junho de 1987...




Um aparte português...


  


 Mikhail Gorbachev, o homem que cujas politicas de transparência (Glasnost)...


  


 ... ajudaram que em Novembro de 1989 o muro caísse.




Hoje faz 25 anos que caiu.