sábado, 24 de outubro de 2015

uma música para o fim de semana - Happy Mess



Inicialmente têm uma sonoridade algo negra e contida, o que agrada bastante, mas vão ganhando fôlego progressivamente e depois entram num pop rock ligeiro e inofensivo, o que causa uma certa desilusão. Frustram um pouco as expectativas iniciais.
A voz de Miguel Ribeiro é muito parecida com a de David Fonseca, particularmente no momento em que entra o refrão, o que é uma pena. Estou longe de ser um fã da voz e da música de David Fonseca

O vídeo bem feito, misturando cores que fazem lembrar o festival Holi indiano e o preto e branco sóbrio, é da produtora portuguesa Krypton conhecida pelos filmes publicitários.

Uma cena castiça dos Happy Mess é precisamente as profissões envolvidas neles. Jornalista, psicólogo sexual, uma arquitecta bailarina, um arquitecto paisagista, um produtor de eventos e um...músico.


Para os que não sabem, como eu, o rosto de Miguel Ribeiro é o apresentador da SIC, no programa Autores Fora D'Horas e para os que não conheciam os Happy Mess, como eu, mas o refrão de Morning Sun até era conhecido, fiquem a saber que esta música aparece no vídeo do Toyota Híbridos.

Morning Sun é uma canção que ouve-se. Nada de excepcional, mas suficientemente interessante para captar a atenção.
Especialmente para aqueles, que são o meu oposto, que não têm jazz em casa, para quem um dia onde umas gotas de água um pouco mais pesadas que uma de orvalho, caindo com maior frequência e com uma temperatura abaixo de trinta graus, já é mau tempo, a letra faz todo o sentido. ;)


Bom fim de semana :)








Black coffee and cigarettes
Newspapers and no regrets
It´s my new kind of morning sun

This morning is freezing again
Black clouds and heavy rain
And my bed it´s so empty now 
Learning how to fly
Learning how to smile
Learning how to dream again

It´s a story you never end 
You come and go to understand 
What you really feel 

I could try, pushing high
But I feel so stuck, my pride so fuck

And I want to be just fine
Feel the rain in my face, in my hands 
With no worries about this game
You use to play 

I could try, pushing high
But I feel so stuck, my pride so fuck


terça-feira, 20 de outubro de 2015

a (hedionda) realidade das touradas por quem as viveu


«Testemunho de um Técnico de Som sobre a Barbárie Tauromáquica»

Jose Sepúlveda, técnico de som do Canal Nou e que durante algum tempo trabalhou na transmissão de touradas decidiu relatar aquilo que viu e ouviu durante estas emissões. A imagem inserida no texto é apenas para ilustração do artigo.

”Sempre que trabalhei na parte sonora das transmissões frequentemente comentava que se em lugar da banda de música, dos aplausos, dos bravos, dos olés e etc o som fosse captado pelo Sennheiser 816 (microfone que capta a grande distância e com muita qualidade) perto da arena onde se escuta perfeitamente o som das bandarilhas a entrar na pele, os mugidos de dor do animal a cada tortura que é submetido e além disso as pessoas acompanhassem os primeiros planos das feridas, dos coágulos tão grandes com a palma da mão, do sangue que jorra, do bater do coração ou o olhar do animal antes da estocada final 90% desligaria a televisão ao presenciar tamanha chacina ao ritmo de pasodoble.

Eu pessoalmente pedi para deixar de fazer esse tipo de trabalho, porque um dia em Castellón, tocou-me estar entre barreiras e fiquei muito incomodado ao escutar um touro depois do toureiro ter falhado por quatro vezes a estocada e tive que tirar os auscultadores e o animal agonizava, cuspia, afogava-se no seu sangue vindo morrer mesmo ao pé de mim apoiado na madeira e o seu olhar ensanguentado e com lágrimas, sim lágrimas, sejam ou não sejam de dor cruzou-se com o meu até que um inútil falhou duas vezes o descabelo e eu disse-lhe tudo e mais alguma coisa.

Foi aí que terminou o meu trabalho em praças de touros para toda a vida.

São sentimentos pessoais e o mais provável é que um amante da “fiesta” ache ridículo, mas para mim ridículo é quando depois de semelhante carnificina olhas para o público e vês que aplaude, come sandes sem qualquer preocupação não tendo visto nem ouvido o que eu testemunhei”.