Estou de partida. Vou de férias.
Nas próximas três semanas vou-me exportar. Para onde ? Para aqui. :)
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
os Papas não são santos
Cada um é deles pior que o outro. É como consultar um catálogo de delitos sexuais. Como diria o povo: "venha o diabo e escolha". Incesto, violação, pedófilia e até zoofília, tudo já foi praticado. Inclusivamente Papas que são filhos de Papas(!).
A questão é que os Papas são homens não são santos. E enquanto tal, têm os defeitos e virtudes de qualquer homem.
O problema é que a Igreja Católica e eles próprios assumem-se como modelos, como norteadores de conduta moral e é aqui que falham redondamente e descredibilizam toda uma instituição. Aquilo que já é considerado como comportamento desviante num indíduo dito normal, é escandaloso quando se trata de um Papa.
Depois há ainda a questão do celibato imposto ao clérigo. O que mais uma vez é um enorme potencial factor de falhanço de conduta moral.
Não está natureza do Homem a ausência de estímulos sexuais, a privação de vida sexual, o seu recalcamento. O sexo é considerado uma necessidade básica, um necessidade primária reconhecida pela Organização Mundial de Saúde.
Seria curioso perceber quanto dos membros da Igreja que assumiram os votos de celibato, o fariam verdadeiramente se não fossem forçados a isso. E que alterações tal acto provocaria na sua vida e conduta religiosa.
A detenção do poder e da justiça espiritual, muitas vezes superior ao da dita terrena, se situarem quase acima da justiça igualmente terrena, se movimentarem em esferas secretas e herméticas ao exterior, a alta influência que possuem perante os seus fieis e a capacidade de manipular espiritualmente e instalar temor nos seus crentes, é tentador e fácil para estes homens tornarem-se predadores sexuais.
Desde tempos mais ou menos recuados e tal como agora nos nossos dias, a Igreja tem castigado alguns destes crimes, ignorado muitos e protegido outros. Chegando até, segundo Frattini, ao cumulo de canonizar alguns destes Papas.
Compreende-se o corporativismo noutro tipo de actividades e classes profissionais. Mas não quando se pretende reger a espiritualidade dos Homens.
É uma atitude cínica, que tem perdurado desde sempre numa instituição que pretende e se assume como líder espiritual de milhões de católicos.
Creio que a Igreja falha naquilo que é mais natural, o que é mais óbvio: não permitir que o clero, todo ele, seja aquilo que são, homens. Na sua plenitude.
Se assim fosse, tirando um ou outro pecadito, um pouco mais terrenos e aceitáveis (ambição política e poder económico), a Igreja poderia ser vista efectivamente como uma instituição próxima dos Homens e mais próxima dos seus problemas.
Digna de ser ouvida, de ser seguida e admirada. Numa palavra, credível.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
A Turquia e a Europa
A aproximação
A Turquia votou, este fim de semana, a favor em referendo, as 26 emendas na sua constituição que permitem fazer a aproximação à Europa e às suas exigências para a entrada na União Europeia.
A Turquia votou, este fim de semana, a favor em referendo, as 26 emendas na sua constituição que permitem fazer a aproximação à Europa e às suas exigências para a entrada na União Europeia.
Entre elas constam a possibilidade de tribunais civis poderem julgar militares em crimes contra o estado, a promoção da igualdade entre sexos, proibição de discriminação contra crianças, deficientes e idosos, deixam de ser proibidos as greves de cariz político.
A Turquia dá assim um passo significativo em direcção à Europa.
Outros, terão ainda que ser dados nomeadamente a relação com o povo curdo e a difícil questão que opõe turcos e gregos no que diz respeito à ilha de Chipre.
Pratos de uma balança
Será que a sua faceta xenófoba (caso recente da expulsão dos ciganos) e islamofóbica (ler aqui) predominará e continuará a pôr entraves à entrada da Turquia - país esmagadoramente islâmico - na Europa?
Ou será a faceta interesseira, cínica e economicista dominará, face à possibilidade de ele (enquanto um dos motores europeus) e a Europa passar a ter acesso ao petróleo do Mar Cáspio, via oleoduto Bakú - Ceyhan que cruza o território turco e que termina no Mediterrâneo?
Na prática, estamos a falar de um país com cerca de 75 milhões de habitantes, cujo peso político, económico, religioso e sem esquecer a sua posição geográfica, é capaz no médio e longo prazo, pôr em causa e desequilibrar para o seu lado, a hegemonia europeia do eixo franco-alemão.
E isto é algo que Sarkozy e Merkl não abdicarão com facilidade.
Opinião
Pessoalmente creio que a entrada da Turquia traria valor acrescentado à Europa.
Traria mais História, culturas milenares, uma nova religião, colocava um novo continente, um fascinante mundo novo às "nossas" portas. Seria o outro lado do espelho.
Claro que há uma outra face. Traria igualmente novos problemas e riscos. A incompreensão e preconceitos de uma religião (o Islão) não entendida pela maior parte dos europeus - A UE é um clube esmagadoramente cristão e há quem lute para que assim se mantenha - e que está associada à violência, e potencialmente poderia trazer conflitos armados (povo curdo) para o interior das "nossas" fronteiras.
Mas seria um grande desafio para UE e simultaneamente uma grande lufada de ar fresco.
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