Cada um é deles pior que o outro. É como consultar um catálogo de delitos sexuais. Como diria o povo: "venha o diabo e escolha". Incesto, violação, pedófilia e até zoofília, tudo já foi praticado. Inclusivamente Papas que são filhos de Papas(!).
A questão é que os Papas são homens não são santos. E enquanto tal, têm os defeitos e virtudes de qualquer homem.
O problema é que a Igreja Católica e eles próprios assumem-se como modelos, como norteadores de conduta moral e é aqui que falham redondamente e descredibilizam toda uma instituição. Aquilo que já é considerado como comportamento desviante num indíduo dito normal, é escandaloso quando se trata de um Papa.
Depois há ainda a questão do celibato imposto ao clérigo. O que mais uma vez é um enorme potencial factor de falhanço de conduta moral.
Não está natureza do Homem a ausência de estímulos sexuais, a privação de vida sexual, o seu recalcamento. O sexo é considerado uma necessidade básica, um necessidade primária reconhecida pela Organização Mundial de Saúde.
Seria curioso perceber quanto dos membros da Igreja que assumiram os votos de celibato, o fariam verdadeiramente se não fossem forçados a isso. E que alterações tal acto provocaria na sua vida e conduta religiosa.
A detenção do poder e da justiça espiritual, muitas vezes superior ao da dita terrena, se situarem quase acima da justiça igualmente terrena, se movimentarem em esferas secretas e herméticas ao exterior, a alta influência que possuem perante os seus fieis e a capacidade de manipular espiritualmente e instalar temor nos seus crentes, é tentador e fácil para estes homens tornarem-se predadores sexuais.
Desde tempos mais ou menos recuados e tal como agora nos nossos dias, a Igreja tem castigado alguns destes crimes, ignorado muitos e protegido outros. Chegando até, segundo Frattini, ao cumulo de canonizar alguns destes Papas.
Compreende-se o corporativismo noutro tipo de actividades e classes profissionais. Mas não quando se pretende reger a espiritualidade dos Homens.
É uma atitude cínica, que tem perdurado desde sempre numa instituição que pretende e se assume como líder espiritual de milhões de católicos.
Creio que a Igreja falha naquilo que é mais natural, o que é mais óbvio: não permitir que o clero, todo ele, seja aquilo que são, homens. Na sua plenitude.
Se assim fosse, tirando um ou outro pecadito, um pouco mais terrenos e aceitáveis (ambição política e poder económico), a Igreja poderia ser vista efectivamente como uma instituição próxima dos Homens e mais próxima dos seus problemas.
Digna de ser ouvida, de ser seguida e admirada. Numa palavra, credível.
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